A
presença de Angola na Comissão do Golfo da Guiné e na Zona de Paz e Cooperação
do Atlântico Sul motivou a presença dos docentes José Francisco Pavia e Gustavo
Plácido dos Santos num debate organizado pelo moderador Eugénio Costa Almeida
com o apoio do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.
O
colóquio serviu para explicar a importância de Angola nas duas organizações,
bem como as dificuldades que se instalaram na região por causa da instabilidade
política, mas sobretudo devido aos diferentes pontos de vista para terminar com
a criminalidade que cresceu nos últimos anos.
No
caso do Golfo da Guiné, o professor de Relações Internacionais da Universidade
Lusíada, José Francisco Pavia, não teve medo em afirmar que se trata de “uma
das áreas marítimas mais perigosas do mundo porque o objectivo passa por roubar
petróleo e outro tipo de mercadorias“. No entanto, o maior problema daquela
zona é o total desprezo pela vida humana por parte dos piratas que cometem
ilícitos dentro das 12 milhas. Ou seja, nas águas territoriais. O docente
português destaca a zona como sendo rica em “recursos naturais, embora em
termos políticos seja marcada pela instabilidade política“.
Angola
não tem tido uma voz importante na Comissão do Golfo da Guiné, mesmo que a sede
da organização seja em Luanda. José Francisco Pavia entende que o governo
angolano “poderia trazer a questão do alargamento da plataforma continental
porque se trata de um tema com potencial futuro para o país“.
O
funcionamento e relevância da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS)
mereceu destaque por parte do investigador do Instituto Português de Relações
Internacionais e de Segurança, Gustavo Plácido dos Santos. Os problemas identificados
para a cooperação na Comissão do Golfo da Guiné são os mesmos que não permitem
a integração dos membros organização. O investigador destaca as “rivalidades
regionais, disputas territoriais e a instabilidade económica e financeira” como
obstáculos para o bom funcionamento. Gustavo Plácido dos Santos considera que “tem
de haver um entendimento entre as várias organizações regionais“. Contudo, as
respostas à pirataria, narcotráfico e pesca ilegal vai ser dificultada “por
causa do aumento do comércio mundial no Oceano Atlântico“.
Na foto: José Francisco Pavia e Gustavo Plácido dos Santos num debate organizado pelo moderador Eugénio Costa Almeida com o apoio do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.
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