@Verdade,
editorial
Não
é preciso pendurar-nos nos relatórios lavrados nos escritórios em Maputo, cujos
resultados do estudo dependem do humor e cor partidária dos
pseudo-especialistas que vivem numa constante modorra física e produzem os
documentos eivados de nada e de nenhuma coisa, para ter a real dimensão da
desgrenhada miséria em que vivem centenas de milhares de moçambicanos.
Basta
derrubarmos as ameias ideológicas e revestimo-nos de sentimento pelos
empobrecidos deste país cinicamente baptizado por “Pátria de Heróis”. Basta
abandonarmos o sossego dos nossos lares e andarmos pelo quarteirão vizinho para
nos depararmos com a realidade mais obscena sem precedentes. Só não vê que não
quer ver.
O
estudo do Ministério de Economia e Finanças, recentemente apresentado em
Maputo, mostra que a pobreza reduziu no país. Na verdade, essa avaliação não
passa de conversa para boi dormir, ou seja, para o inglês ver e aplaudir. Não é
novidade para os moçambicanos que o desempenho do Governo de Frelimo, desde a
Independência, é uma verdadeira vergonha de proporções astronómicas. Pouco ou
quase nada foi feito.
É,
diga-se, inaceitável que um país rico em recursos naturais e minerais a maior
parte da população tenha a sua barriga torturada pela fome todos os dias. Se o
Governo da Frelimo será recordado por ter levado o povo moçambicano a desgraça.
Em
41 anos de Independência, não há resultados satisfatórios. Todos os dias
assistimos a politiquices. O Governo da Frelimo deve avançar muito mais com
ideias e acções concretas para, por exemplo, reduzir substancialmente a pobreza
absoluta, além de mostrar transparência na sua governação. É claro que
assistimos aos investimentos públicos e privados e um crescimento ligeiro da
economia, mas isso não se traduziu na redução da pobreza, em mais postos de trabalho,
em mais hospitais, escolas, estradas…e sobretudo no prato das famílias
moçambicanos.
É,
portanto, mais sensato acreditar que Jesus Cristo foi baptizado no rio Zambeze
do que na redução da pobreza em Moçambique e na capacidade e vontade deste Governo
em melhorar a situação deste país.
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