Mundo
perdeu construtor da democracia e exemplo de tolerância - PR timorense
Díli,
09 jan (Lusa) - O Presidente timorense Taur Matan Ruak considerou hoje que a
morte de Mário Soares representa a perda de um "construtor da
democracia" e de um homem que continuará a ser exemplo inspirador de
tolerância para as novas gerações.
"Timor-Leste
perdeu um grande amigo. Os timorenses não esquecerão a solidariedade que este
estadista português insigne nos demonstrou, durante os anos da luta de
libertação", refere a carta de condolências que Taur Matan Ruak enviou a
João Soares, filho mais velho de Mário Soares.
"Quero
transmitir-lhe e a toda a família enlutada as mais sentidas condolências pelo
falecimento do Dr. Mário Soares, de que tomei conhecimento com profunda
tristeza e consternação", refere a carta.
O
líder timorense recordou que enquanto Presidente da República, Mário Soares
"colocou sempre em primeiro plano o direito dos timorenses à
autodeterminação e chamou a atenção para as responsabilidades da comunidade
internacional na criação de condições para a realização desse direito".
Com
uma "reconhecida capacidade diplomática e política e autoridade
inigualável de democrata", Mário Soares "ajudou a colocar a violação
reiterada e sistemática dos Direitos Humanos do nosso povo na agenda
internacional".
Taur
Matan Ruak quis ainda destacar a importância de Mário Soares no plano
internacional considerando que com a sua morte "o mundo perdeu também um
construtor da democracia e um lutador tenaz e determinado".
Os
combates de Mário Soares "em favor da tolerância, do diálogo e do exercício
da cidadania inspiraram gerações de portugueses e deixam marca profunda na
história de Portugal e da Europa" refere ainda o Presidente timorense.
"A
memória de Mário Soares, enquanto ativista da democracia e estadista, e os seus
êxitos e realizações notáveis continuarão a ser uma poderosa inspiração para as
novas gerações, quando é necessário afirmar a vivência de sociedades abertas e
tolerantes, contra a violência e o extremismo", refere ainda a carta de
condolências.
O
Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, atribuiu no ano passado a
Mário Soares o Grande Colar da "Ordem de Timor-Leste", como
"profundo reconhecimento" pela "solidariedade e apoio
ativo" na luta pela independência.
Numa
cerimónia em Lisboa em outubro do ano passado, em que foi também condecorado
Jorge Sampaio, o líder timorense manifestou "o profundo reconhecimento
pelo humanismo, as inúmeras expressões de solidariedade e o apoio ativo com que
[Soares e Sampaio], ao longo dos anos, alimentaram a luta pela liberdade, autodeterminação
e independência de Timor-Leste".
Mário
Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há
26 dias, desde 13 de dezembro.
O
Governo português decretou três dias de luto nacional, a partir de hoje.
O
corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro
dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral realiza-se a
partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Nascido
a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares,
advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do
PS.
Após
a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi
ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e
entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade
Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em
1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante
dois mandatos, até 1996.
ASP//ISG
Timor-Leste
perdeu um dos seus melhores amigos - PM timorense
Díli,
08 jan (Lusa) - A morte de Mário Soares representa a perda de um dos
"melhores amigos e defensores de Timor-Leste" e um dos líderes que
mais apoiou a luta pela independência, disse à Lusa o primeiro-ministro
timorense.
"Timor-Leste
perdeu um dos seus melhores amigos e defensores. Paz à sua alma e as mais
sentidas condolências à família e ao povo português", disse Rui Maria de
Araújo.
"Lamentamos
a sua partida, mas a existência de Timor-Leste como Estado e Nação é testamento
da grandiosidade de Mário Soares que desde os momentos mais difíceis da luta
pela autodeterminação de Timor-Leste na década dos oitenta soube ser solidário
e defensor dos direitos do povo maubere", sublinhou.
O
Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, atribuiu no ano passado a
Mário Soares o Grande Colar da "Ordem de Timor-Leste", como
"profundo reconhecimento" pela "solidariedade e apoio
ativo" na luta pela independência.
Numa
cerimónia em Lisboa em outubro do ano passado, em que foi também condecorado
Jorge Sampaio, o líder timorense manifestou "o profundo reconhecimento
pelo humanismo, as inúmeras expressões de solidariedade e o apoio ativo com que
[Soares e Sampaio], ao longo dos anos, alimentaram a luta pela liberdade,
autodeterminação e independência de Timor-Leste".
"Ambos
fizeram contribuições fundamentais para a existência de Timor-Leste livre e
para a amizade fraternal entre timorenses e portugueses", destacou o chefe
de Estado timorense, depois de entregar as insígnias ao antigo Presidente Jorge
Sampaio e a João Soares, que representou o seu pai, o ex-chefe de Estado Mário
Soares.
Mário
Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa,
onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O
Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares
desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria
história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e
Presidente da República.
Nascido
a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi
fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a
revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro
entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então
Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado,
em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da
República durante dois mandatos, até 1996.
ASP
// FV.
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