Rogério V. Pereira – Jornal Tornado, opinião
Uma
figura, um cadáver político, anda por aí só porque a imprensa o quer fazer
passar por vivo. Um tema já morto e a imprensa mantém-no mal enterrado
Fui-me
ao Google porque me tinha esquecido de um título de um autor admirado e digitei
“l_i_v_r_o”. Quando ia escrever o nome do tal autor, o Google deu-me a volta à
pesquisa e meteu-me à frente do nariz a consulta que eu nunca quis.
A
explicação não requer reflexão aprofundada. Basta pensar que o motor de busca,
rápido, tem resposta pronta quando um tal algoritmo cruza a frequência da
procura com a intensidade da oferta. Dizendo de outro modo, se a imprensa,
toda, a escrita, a televisiva e a falada, escreve, mostra e fala com
intensidade compulsiva, basta uma palavra-chave, para vir uma enxurrada…
Outra,
mas parecida cena, é o caso do tal tema… mal escrevi , no Google, “comissão” e
pimba, levei com o folhetim da CGD em cima. Estou esmagado. E pensar que o Congresso
de Jornalistas foi há pouco mais de um mês. Ocorre-me que nessa oportunidade
lembrei um estudo, actualíssimo, do qual citava esta passagem:
“A
conclusão mais surpreendente deste estudo é, porém, a circunstância de um terço
do produto jornalístico dos diários estudados ser produzido por iniciativa das
redacções. Mais de 60% das notícias resultam, pois, de uma acção de indução por
parte de assessores de imprensa, relações públicas, consultores de comunicação,
porta-vozes e outros peritos de spin doctoring.”
Que
bem trabalha a seita!
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