Catarina
Martins exigiu um limite aos leques salariais das empresas para uma maior
distribuição da riqueza, evitando disparidades salariais como as da EDP ou do
Pingo Doce.
Catarina
Martins interveio esta sexta feira no lançamento das candidaturas de Silvestre
Pereira à Câmara Municipal da Maia e de Francisco José à Assembleia Municipal
da mesma localidade. Na sua intervenção, a coordenadora do Bloco exigiu a
criação de um limite aos leques salariais das empresas, para evitar situações
como a do Pingo Doce, em que Soares dos Santos (filho) ganhou em 2016 o mesmo
que 90 trabalhadores da sua empresa.
Para
a dirigente bloquista, em Portugal há uma falta de “regras para a economia e
exigência de justiça na redistribuição de riqueza e daquilo que é de todos e de
todas e que construímos com o nosso trabalho”. Soares dos Santos, por
exemplo, quase duplicou o salário de 2015 para 2016 e ganhou no ano
passado 1.27 milhões de euros. “Não podemos ter setores de privilégio
ilimitado, precisamos de regras na economia para que o país possa ser mais
justo. É preciso limitar os leques salariais das empresas porque ninguém pode
ganhar 90 vezes o que ganha o trabalhador da empresa, tem de haver um limite a
este assalto”, afirmou Catarina. “Precisamos de repor os direitos de quem
trabalha e acabar com este abuso de tão poucos sobre tantos”.
Soares
dos Santos “ganhou sozinho aquilo que paga, em média, a 90 trabalhadores e
aumentou o seu próprio salário em 46%”, resumiu Catarina. “Será que algum dos
trabalhadores do Pingo Doce teve um aumento salarial de 46%? Algum dos
fornecedores da Jerónimo Martins viram a situação melhorar sequer, uma quarto
do que melhorou a situação do patrão do Pingo Doce?”
Num
outro exemplo, Catarina Martins lembrou que Portugal é o país onde o esforço no
salário para pagar a energia é um dos maiores da Europa, mas António Mexia, na
EDP, ganhou no ano passado mais de dois milhões de euros. “A cada dia que
passou, Mexia ganhou dez salários mínimos nacionais. Por dia, são mais de 5 500
euros. O patrão da mesma empresa que tem os trabalhadores temporários em call
centres, com as práticas mais abusivas de trabalho, com toda a insegurança e pressão
e quase nada de salário”, afirmou Catarina.
Esquerda.net
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