NÚMERO DE VÍTIMAS AUMENTA PARA 60, DOS FERIDOS GRAVES É DE ESPERAR MAIS VÍTIMAS MORTAIS
A IMPOTÊNCIA, A TRISTEZA E AS SAUDADES, O LAMENTO POR AQUELES QUE PERECERAM
Está a ocorrer desde ontem um fogo dantesco na região de Pedrógão Grande, distrito de Leiria. As atualizações de vítimas vai crescendo de número, principalmente as vítimas mortais. Apresentaremos no PG as atualizações que considerarmos pertinentes para manter um resumo abrangente do que está a acontecer nesta tragédia na zona centro do país. Infelizmente este será o nosso mais triste destaque do dia.
Para as vítimas e para as famílias enlutadas vai todo o nosso sentir e lamento pelas perdas dos seus entes mais queridos. Este sentir triste e impotente que nos invade é justamente alargado a todas as populações afetadas, que são imensas. A vida vai continuar para todos vós, agora repletas das muitas saudades dos amados que pereceram. Estamos convosco em espírito, compatriotas de Pedrogão, Figueiró dos Vinhos e arredores. (PG)
Para as vítimas e para as famílias enlutadas vai todo o nosso sentir e lamento pelas perdas dos seus entes mais queridos. Este sentir triste e impotente que nos invade é justamente alargado a todas as populações afetadas, que são imensas. A vida vai continuar para todos vós, agora repletas das muitas saudades dos amados que pereceram. Estamos convosco em espírito, compatriotas de Pedrogão, Figueiró dos Vinhos e arredores. (PG)
Incêndio
em Pedrógão Grande faz 58 mortos e 54 feridos
Aumentou
para 58 o número de vítimas mortais, no incêndio em Pedrógão Grande. Secretário
de Estado apela às populações "que não tentem ir ver o fogo".
Subiu
para 58 o número de vítimas mortais enquanto o número de feridos foi revisto
para 54, dos quais oito são bombeiros voluntários, quatro em estado grave, na
sequência do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, este sábado.
No
balanço feito às 12h00, junto ao posto de comando, o secretário de Estado da
Administração Interna Jorge Gomes indicou que existem quatro frentes ativas,
duas delas ainda a arder com bastante violência. Outras duas frentes estão,
segundo o governante, a ceder perante os esforços dos bombeiros.
Jorge
Gomes fez ainda um apelo às populações para que não tentem ir ver o fogo.
"Mantenham-se sossegados nas suas casas porque esta tragédia aconteceu
também pela curiosidade", adiantou.
Às
11h00, visivelmente emocionado, Jorge Gomes apontou os locais em que estão a
ser encontradas as vítimas mortais, na Estrada Nacional 236.1, que faz a
ligação ao Itinerário Complementar (IC) 8. "Foram encontradas 30 pessoas
em viaturas e 17 fora das viaturas ou nas margens da estrada e em ambiente
rural foram encontradas 10 vítimas mortais", disse.
Na
Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande está instalado um ponto de
acolhimento e de informação onde estão elementos da Segurança Social que
prestam "toda a ajuda, apoio e esclarecimentos possíveis".
O
secretário de Estado da Administração Interna sublinhou ainda que não há agora
nenhuma localidade em risco. Foi também declarado estado de emergência máximo.
António
Costa falava esta madrugada, na "maior tragédia humana nos últimos
anos" e anunciou reforço de meios para este domingo. Dois Canadair
espanhóis vêm ajudar os bombeiros portugueses no combate a este incêndio, a
partir das 8h.
De
acordo com a Proteção Civil, vão ser ativados oito geradores para colmatar a
falta de eletricidade na zona.
Alguns
populares foram obrigados a abandonar as suas casas em zonas mais remotas de
Pedrógão Grande.
O
Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se ao local do
incêndio cerca das 00:40 e, depois de ouvir um ponto da situação, deixou, em
primeiro lugar, as condolências às famílias das vítimas.
O
chefe de Estado fez também questão de deixar uma palavra de "gratidão e
conforto" a todos os que estão envolvidos no combate ao incêndio, dizendo
referir-se a bombeiros, Proteção Civil, GNR ou Exército.
O
fogo começou nos Escalos Fundeiros, no norte do distrito, e já obrigou ao corte
do Itinerário Complementar 8, bastante a sul daquela ignição.
A
ausência de eletricidade e de comunicações está a preocupar a população, que,
contactada pela Lusa, vê o vento forte a tornar-se adversário no combate às
chamas.
TSF
- atualização permanente | Notícias áudio em direto
SURPREENDIDOS DENTRO DOS AUTOMÓVEIS SÃO AINDA A MAIOR PARTE DAS VÍTIMAS, TENTAVAM FUGIR AO FOGO. ALGUNS, EM PÂNICO, SAÍRAM DOS CARROS E OS SEUS CORPOS CALCINADOS FORAM ENCONTRADOS NAS BERMAS DAS ESTRADAS
NÚMERO
DE MORTOS EM PEDROGÃO GRANDE SOBE PARA 62. TRÊS DIAS DE LUTO NACIONAL
Especialista
diz que incêndio é dos mais graves do mundo
O
especialista em incêndios florestais Xavier Viegas revelou hoje que terá sido a
"rápida propagação" do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande que
conduziu às várias mortes.
O
professor universitário acrescentou, ainda, que a falta de limpeza das florestas
e da envolvente das casas, bem como as características do terreno, terão
contribuído para a extensão deste incêndio com vários focos, apesar de se
suspeitar que a causa foi uma trovoada seca.
"Tudo
leva a crer que a propagação do fogo foi muito rápida, não tenho a certeza, mas
a indicação que tenho é que terá havido vários focos de incêndio, não
necessariamente por causa humana, há possibilidade de ter sido causado por uma
trovoada seca e, quando isso acontece, pode haver vários focos ao mesmo tempo em
diferentes lugares e aí torna-se extremamente difícil controlar todas as
situações", explicou à Lusa.
Esta
situação aliada à vegetação e ao "estado de secura muto grande" em
que se encontra, e a um terreno "muito complicado", como é o
circundante do IC8, com ravinas e desfiladeiros muito acentuados, "dá
origem a comportamentos do fogo que facilmente surpreendem as pessoas".
Ainda
a avaliar a dimensão da tragédia humana, Xavier Viegas adianta já que este é o
incêndio "mais importante de que tem conhecimento".
"E,
claramente, pela repercussão que está a ter, mesmo a nível internacional, penso
que é um dos maiores incêndios, dos mais graves, dos últimos anos na Europa, se
não no mundo", até mesmo pelo "número de vítimas, pela rapidez com
que se desenvolveu e como estas vítimas foram causadas".
Para
o especialista, este acontecimento deveria chamar a atenção para "muita
coisa que é preciso fazer no nosso país para melhorar a segurança das pessoas e
evitar que este tipo de acidentes ocorra".
Nesse
sentido, Xavier Viegas e a sua equipa de investigação que trabalha no problema
da segurança das pessoas vão "procurar estudar o mais possível aquilo que
aconteceu para retirar destas circunstâncias todas as lições que for possível
retirar", procurar "aprender com elas e, se possível, no futuro
evitar que este tipo de acidentes ocorram".
Quanto
às razões que justifiquem que tantas pessoas tenham sido apanhadas pelo
incêndio dentro dos carros no IC8, o investigador reconheceu não saber
explicar, até porque ainda não tem os dados todos, mas sublinha que, daquilo
que se apercebe, a principal razão é que "tudo se passou muito depressa".
"A
experiência que tenho destes terrenos é que o fogo se propaga com muita
rapidez: de um momento para o outro. As pessoas podem pensar que estão em
segurança, que há condições para passar e podem ser surpreendidas na
curva".
Outro
aspeto importante é que nem sempre é fácil estar a cortar o acesso (nas
estradas) a toda a gente, porque "há pessoas que residem por aqui, há
casas por todo o lado e, infelizmente, pode sempre haver gente que de um
momento para o outro pega no seu carro e se faz a estrada".
"Como
digo, não sei quais as circunstancias aqui, mas ao que julgo saber houve várias
outras vítimas para além deste aglomerado que houve aqui num dado ponto da
estrada próximo de Castanheira de Pera, mas pode haver pessoas que se metem nos
carros e sem as autoridades terem conhecimento", afirmou.
Independentemente
da imprevisibilidade que este tipo de incêndios sempre acarreta, há uma série
de fatores previsíveis e preveníveis, que passam por limpar as florestas, dar
mais condições de proteção às casas, que as pessoas tenham mais cuidado na
limpeza da envolvente das casas, para que possam estar seguras, ter indicações
de quando podem e não podem, ou não devem, fazer-se à estrada, "porque há
circunstancias em que, de facto, não é um meio seguro, quer para bombeiros quer
para civis", considerou.
Partindo
deste episódio, Xavier Viegas antevê um ano complicado, sobretudo se as
condições meteorológicas persistirem, mas sublinhou que as pessoas podem fazer
alguma diferença.
"Diria
que, infelizmente, estamos no começo do período dos incêndios e não estamos a
começar nada bem. Se as condições meteorológicas não mudarem é de esperar que
tenhamos este tipo de situações. Agora o que pode e deve mudar é o
comportamento das pessoas".
Diário
de Notícias | Lusa
PG
MANTÉM ATENÇÃO PERMANENTE SOBRE A TRAGÉDIA QUE A TODOS ENLUTA MAS ACONSELHAMOS QUE A ATUALIDADE SOBRE PEDROGÃO E ZONAS LIMITROFES SEJA ACOMPANHADA NA COMUNICAÇÃO SOCIAL DE PORTUGAL.
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