Onze
pessoas traficadas dentro de Moçambique este ano, receia-se um “recorde” dos 19
casos registados em 2016
Pelo
menos 11 pessoas foram traficadas no primeiro semestre do ano em curso, em
Moçambique, mais três em relação a igual período de 2016, em que foram
registados oito casos, informou, na semana finda, a Procuradoria-Geral da
República (PGR), destacando que as causas deste mal continuam as mesma de
sempre: trabalho forçado, exploração sexual, prostituição forçada e extracção
de órgãos humanos.
As
vítimas foram registadas nas províncias de Maputo, Gaza, Manica, Tete e
Zambézia, disse Amabélia Chuquela, procuradora-geral da República adjunta, no
lançamento da semana alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra o Tráfico de
Pessoas.
As
mulheres e crianças são as principais vítimas do tráfico de pessoas por causa
da pobreza, disse a magistrada, sublinhando que as crianças são tidas como
fonte de subsistência pelas famílias. Por conseguinte, são forçadas a
deslocar-se das suas zonas de origem para outras distantes, facto que lhes
expõe ao tráfico.
Segundo
o informe anual da PGR, apresentando em Abril passado, ao Parlamento, 2016
houve registo de 19 casos de tráfico de pessoas. A instituição guardiã da
legalidade mostrou-se preocupada com os 11 casos do primeiro semestre deste
ano, na medida em que já superam, em três ocorrências, os registos de 2016,
períodos em que houve oito. E receia-se um aumento assustador.
Amabélia
Chuquela clarificou que se tratou de tráfico interno, ou seja, dentro do
Moçambique. Não houve nenhum caso para fora do país, pese embora este continue
a ser considerado trânsito de vítimas para os vizinhos África do Sul e
Zimbabwe.
Como
medidas preventivas deste mal, “temos estado a reforçar a cooperação com a
África do sul, mas não só, há também acções de coordenação fronteiriça com o
Zimbábue, Zâmbia e Tanzânia com a perspectiva de combate a este fenómeno
regional”.
Emildo Sambo |
@Verdade
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