O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que o atual e
anteriores governos são responsáveis por "reduzirem ao osso a condição
militar", quando aceitaram as imposições de cortes e reduções da União
Europeia.
"Consideramos
que existe uma responsabilidade clara por parte do Governo, por parte de
sucessivos governos, que reduziram 'ao osso' a condição militar, tanto no plano
pessoal, dos direitos dos militares e da própria quantidade das Forças Armadas,
esquecendo muitas vezes que, aceitando as imposições designadamente da União
Europeia, dos cortes e mais cortes, de reduções e mais reduções, colocam em
causa aquilo que é a missão fundamental das nossas Forças Armadas, que é serem
o garante da nossa independência e soberania", sustentou.
No
final de uma visita ao Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, Jerónimo de Sousa
sublinhou aos jornalistas a importância de se apurarem as circunstâncias em que
ocorreu o furto de material militar em Tancos e de se retirarem as devidas
consequências políticas.
"Estamos
perante uma situação muito grave, que exige apuramento e também que se retirem
consequências daquilo que aconteceu. Não se trata de mais um incidente, mais um
crime, e creio que é fundamental que esse apuramento seja feito e se retirem as
ilações, tanto no plano da instituição, como no plano político", referiu.
O
secretário-geral do PCP garante que não quer "fazer juízos de valor
apressados", no entanto, acredita que o furto de material militar em
Tancos é "uma consequência do estado em que se encontra a organização
militar".
Questionado
sobre possíveis demissões, nomeadamente do ministro da Defesa, Jerónimo de
Sousa destaca que a responsabilidade política maior é do primeiro-ministro.
"Se
isto se resolvesse com a demissão do ministro, muito bem. Penso que, de
qualquer forma, a responsabilidade política maior é do primeiro-ministro e é
neste quadro que a questão deve ser colocada", acrescentou.
No
seu entender, é importante que não se ilibem responsabilidades e que se
encontrem soluções para que casos como este não se repitam.
"Como
é que isto foi possível, a que ponto chegaram as nossas Forças Armadas, a
responsabilidade política que sucessivos governos tiveram, daquilo que
aceitaram por imposição e submissão à União Europeia. É preciso que se
encontrem as melhores soluções para que isto não se repita", concluiu.
O
Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra furtado na
quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão granadas foguete anticarro,
granadas de gás lacrimogéneo e explosivos.
Lusa
| em Notícias ao Minuto
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