O
título acima é enganador, foi de propósito. A primeira impressão é a de que o
espetacular Cristiano, fora de série do futebol, teve algum acidente que o
arrumou de vez, paralisando e privando-nos de assistirmos às suas magníficas
deambulações nos relvados.
Nada disso, felizmente, o que tem estado paralisado é
o aeroporto da Madeira, que supimpamente foi rebatizado de Cristiano Ronaldo. Ventos
fortes não permitem o tráfego aéreo. Nem outra coisa seria de esperar desde quando
ali construíram o aeroporto.
Alegam os sábios que não existe na Madeira outra
zona que permita a construção do aeroporto. Existem os que discordam desta
alegação dos sábios e que juram a pés juntos que o que não existe é dinheiro
para construir o aeroporto noutro local, nem vontade de afastar demasiado o
aeroporto da cidade do Funchal. Falam os que sabem e os que acham que sabem. Até
não se sabe quando o tempo dirá quem tem razão. Entretanto já mais de cem voos
foram impedidos de usar a pista do aeroporto. Mais de mil passageiros estão
retidos. É preciso é calma e bom tempo. Quando assim acontecer a paralisia do
Cristiano Ronaldo deixará de existir… por umas horas ou por uns tempos. Ainda
bem.
Mais
em baixo pode ficar a saber muito mais, sem “rasteiras” no texto. Eis o jornal
i com a informação, se continuar a ler.
MM
| PG
Madeira.
Mau tempo afeta aeroporto construído em zona susceptível ao vento
O
aeroporto Cristiano Ronaldo está construído numa das zonas mais expostas ao
vento. Diretor do IPMA Madeira diz ao i que, apesar da localização não ser
ideal, a geografia da ilha não dá alternativas
Já
esteve na lista dos aeroportos mais perigosos do mundo. Entretanto foi alvo de
duas ampliações e, de uma pista com 1600 metros de extensão, passou para os
atuais 2781 metros, ainda que parte seja já sobre o mar e assente em pilares.
Os pilotos têm agora mais terreno para as aterragens e descolagens mas nem por isso esse trabalho facilitado. À semelhança do que tem acontecido nos últimos dias, é comum que as rajadas de vento na zona da ilha onde se situa o aeroporto sejam tão fortes que obriguem ao cancelamento e adiamento de dezenas de voos.
Desde sábado que os voos estão condicionados e ontem, até ao fim da tarde, nenhum avião tinha partido ou chegado ao aeroporto Cristiano Ronaldo. Na quinta-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal já tinha avisado que estavam previstos “constrangimentos” no movimento no Aeroporto Cristiano Ronaldo entre os dias 5 e 8 de Agosto. Nesse mesmo dia o Governo Regional da Madeira apelou ao setor do turismo e à Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) para a necessidade de uma “solução concertada” para responder à situação de previsão de condicionamento no aeroporto da ilha. Uma das soluções de última hora tem sido o desvio de voos para Porto Santo, para depois fazerem a viagem até ao Funchal utilizando a ligação marítima do navio Lobo Marinho que faz viagens diárias entre as duas ilhas.
Construção
O aeroporto da Madeira foi construído numa das zonas da ilha mais suscetíveis
ao vento. A zona este da ilha é a mais exposta à corrente nordeste, o que
dificulta a aterragem e descolagem nos dias mais ventosos. Segundo dados do Instituto
Português do Mar e da Atmosfera fornecidos ao i, nos últimos dias, Santa Cruz,
zona onde está construído o aeroporto, teve ventos na ordem dos 80 km/h, quando
a partir dos 30 km/h já há restrições na hora de voar.
Vítor Prior, diretor da delegação madeirense do IPMA admite que a localização do aeroporto não é a ideal, mas garante que a ilha não deixa muitas alternativas. “No Paul da Serra, por exemplo, uma das zonas pensadas por ser bastante plana, seria ainda pior”, garante. Além disso, refere ainda que a par de Santa Cruz, também o Caniçal foi atingido por ventos fortes de 75 km/h e no Pico Alto os ventos chegaram aos 93 km/h.
Soluções
Apesar de alguns voos terem sido desviados para Porto Santo, Vítor não acredita
que essa possa ser uma solução a longo prazo, ainda que o aeroporto dessa ilha,
por ter uma pista com orientação norte-sul não tenha as limitações que o da
Madeira.
“Não há muito a fazer”, salienta. O especialista aconselha então que haja um estudo cada vez mais específico sobre os ventos dessa zona. “Só mais conhecimento pode ajudar na monitorização do aeroporto”, conclui, dando como exemplo o facto de atualmente, e ao contrário do que acontecia, ser possível avisar os passageiros com antecedência deste tipo de eventos meteorológicos que, pelas contas do IPMA, se mantêm até terça.
Estava previsto que o vento diminuísse ao final da tarde de ontem, mas Vítor avisa que as rajadas apenas baixam entre 10 a 15% do que tem sido registado. “Vão ainda ficar acima dos limites e só se prevê que voltem ao normal a partir de dia 8”, refere, justificando estes valores com o anticiclone dos Açores que costuma atingir a Madeira no Verão.
Marta
Cerqueira | jornal i
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