O
líder da CGTP, Arménio Carlos, disse hoje que fará "o que for
possível" para um entendimento sobre o salário mínimo, mas avisou que a
intersindical vai continuar a lutar pelos 600 euros em janeiro "ou durante
2018".
"Até
ao último momento faremos tudo o que for possível para chegar a um entendimento
para os 600 euros", disse aos jornalistas o secretário-geral da CGTP à
entrada da segunda reunião da concertação social sobre o aumento do salário
mínimo.
Porém,
Arménio Carlos sublinhou que "se isso não acontecer na concertação social,
o Governo terá que legislar e a CGTP terá que cumprir o seu papel, que é
continuar a mobilizar os trabalhadores para que independentemente do resultado
da concertação social, os 600 euros sejam um facto real a partir de janeiro ou
durante 2018".
O
líder da CGTP considerou prematuro dizer se assinará um acordo na concertação
social sobre o aumento do salário mínimo, sublinhando que falta saber qual a
proposta do Governo - que deverá ser de 580 euros -- e se a proposta é
acompanhada "de mais alguma benesse ou não para os patrões, como é
habitual".
Já
o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse acreditar que o salário mínimo
atinja 585 euros, como pretende a central sindical, lembrando também que
"falta perceber a componente dos empregadores, o que estão disponíveis a
aceitar, a negociar, o que vão por em cima da mesa".
Do
lado das confederações patronais, o presidente da CIP -- Confederação
Empresarial de Portugal, António Saraiva, recusou a ideia de
"contrapartidas" exigidas pelas empresas para o aumento do salário
mínimo.
"Não
há contrapartidas, não há compensações, é uma ideia errada. O Governo
apresentará uma proposta e nós reagiremos em conformidade", afirmou o
presidente da CIP, acrescentando que "as empresas mais expostas à
concorrência internacional" terão de ser acauteladas.
"Aquilo
que nos importa é a melhoria da competitividade da economia e condições para
que as empresas aumentem a sua produtividade", sublinhou.
Já
o presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), Vieira Lopes, disse
que não vai propor nenhum valor e que quer discutir a metodologia, defendendo
que o salário mínimo deve ter em conta a inflação, a produtividade e o
crescimento da economia, embora admita um valor acima destes critérios devido
ao caráter "social" da remuneração.
Lusa
| em Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens
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