quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Crianças alemãs prontas para guerrear: Berlim recruta número recorde de menores em 2017


Desde 2011, quando a Alemanha suspendeu recrutamento militar obrigatório, o número de soldados menores de idade triplicou. Segundo informou o jornal Rheinische Post, a Alemanha nunca tinha treinado tantos soldados menores de 18 anos como no ano passado.

Em 2017, mais de dois mil soldados menores de idade entraram no serviço, escreve o jornal, citando o Ministério da Defesa alemão.

Segundo o artigo, o número de menores de idade no exército alemão tem crescido de modo sustentável, de 689 em 2011 para 1.907 em 2016 e agora o novo recorde de 2.128.

Além disso, entre os soldados menores de 18 anos é também muito alta a porcentagem de mulheres — este indicador aumentou quase 8 vezes desde 2011, totalizando 448 soldadas em 2017, informa o Rheinische Post.

A tendência indesejável é explicada por vários problemas dentro do exército da Alemanha: as Forças Armadas do país (Bundeswehr) têm poucos soldados, a maioria dos quais é de idade média, precisando substituí-los de modo urgente, informa a revista Der Spiegel.

Segundo a revista, o Ministério da Defesa do país gasta milhões de euros em campanhas de publicidade para atrair jovens, recrutando cada vez mais adolescentes nas redes sociais. Tais práticas causaram críticas por parte de políticos alemães.

Assim, o representante do Partido de Esquerda, Evrim Sommer, acredita que enquanto a Alemanha recrutar menores para objetivos militares não poderá criticar outros países por usarem menores em campo de batalha.

Ativista pelos direitos das crianças, Wolf-Christian Ramm, afirmou, por sua vez, que os números "não são surpreendentes, mas preocupantes", expressando-se completamente contra recrutamento e treinamento de jovens de 17 anos.

As autoridades alemãs suspenderam recrutamento militar obrigatório em julho de 2011. Ao invés do alistamento militar, a lei atual prevê serviço militar voluntário de até 23 meses para homens e mulheres.

Sputnik | Foto:  AP Photo/ Matthias Schrader

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