Desde 2011, quando a Alemanha
suspendeu recrutamento militar obrigatório, o número de soldados menores de
idade triplicou. Segundo informou o jornal Rheinische Post, a Alemanha nunca
tinha treinado tantos soldados menores de 18 anos como no ano passado.
Em 2017, mais de dois mil
soldados menores de idade entraram no serviço, escreve o jornal, citando o
Ministério da Defesa alemão.
Segundo o artigo, o número de menores de idade no exército alemão tem
crescido de modo sustentável, de 689 em 2011 para 1.907 em 2016 e agora o novo
recorde de 2.128.
Além disso, entre os soldados
menores de 18 anos é também muito alta a porcentagem de mulheres — este
indicador aumentou quase 8 vezes desde 2011, totalizando 448 soldadas em 2017,
informa o Rheinische Post.
A tendência indesejável é
explicada por vários problemas dentro do exército da Alemanha: as Forças
Armadas do país (Bundeswehr) têm poucos soldados, a maioria dos quais é de
idade média, precisando substituí-los de modo urgente, informa a revista Der Spiegel.
Segundo a revista, o Ministério
da Defesa do país gasta milhões de euros em campanhas de publicidade para
atrair jovens, recrutando cada vez mais adolescentes nas redes sociais. Tais
práticas causaram críticas por parte de políticos alemães.
Assim, o representante do Partido
de Esquerda, Evrim Sommer, acredita que enquanto a Alemanha recrutar menores
para objetivos militares não poderá criticar outros países por usarem menores
em campo de batalha.
Ativista pelos direitos das
crianças, Wolf-Christian Ramm, afirmou, por sua vez, que os números "não
são surpreendentes, mas preocupantes", expressando-se completamente contra
recrutamento e treinamento de jovens de 17 anos.
As autoridades alemãs suspenderam
recrutamento militar obrigatório em julho de 2011. Ao invés do alistamento
militar, a lei atual prevê serviço militar voluntário de até 23 meses para homens
e mulheres.
Sputnik | Foto: AP Photo/
Matthias Schrader
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