O novo líder do PSD é economista,
alimenta a imagem de rigor, não se importa de fazer inimigos, quer um PSD
"sem rasteiras" e retirar a esquerda do poder.
Sem medo de criar anticorpos,
quase fazendo alarde desse perfil de rigor austero, Rui Rio chega ao mais alto
cargo no PSD, depois de já ter sido jota, deputado, nos anos de Cavaco Silva,
secretário-geral do PSD, autarca da segunda maior câmara do país.
Enquanto deputado, durante 10
anos, Rui Rio trabalhou na área de formação: a Economia. Enquanto
secretário-geral do PSD, quando Marcelo era líder, foi pisando calos
partidários com o processo de refiliação.
Rui Rio avançou para a câmara da
Invicta, ganhou apesar do PSD, cumpriu os três mandatos da praxe, chocou de
frente com o Futebol Clube do Porto, colocou em pé de guerra os agentes
culturais, mas, ainda hoje, puxa pelos galões da recuperação financeira da
câmara.
Ao sair, minou abertamente
caminho contra Luís Filipe Menezes que o espreitava de Gaia, na outra margem do
Douro.
Inimigos íntimos
A proximidade com António Costa,
autarca em Lisboa, levou-os, muitas vezes, a falar em conferências, de um país
ideal onde houvesse plataformas de entendimento em áreas fundamentais.
Na altura, ambos ainda mantinham
em lume brando a chama de chegar a São Bento.
Nos últimos tempos regressou ao
setor privado, numa empresa de recursos humanos, e foi deixando correr o sobre
o futuro político.
Francisco Pinto Balsemão,
militante número um do PSD, que o apoiou na corrida à liderança avisou-o contra o relógio político, na altura em que, sem definição por parte
de Marcelo, muitos o tentaram empurrar para Belém.
Ainda é cedo, terá pensado Rui
Rio que tenciona passar antes por São Bento, com avisos para a São Caetano (sede do PSD).
Judith Menezes e Sousa | TSF | Foto: Fernando
Veludo/Lusa
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