domingo, 26 de julho de 2020

Ataques em Moçambique: "É uma tentativa de burlar a paz"


Para o chefe do Estado moçambicano, o plano quinquenal do Governo de Moçambique não está a ser cumprido por causa dos ataques armados no centro e norte do país. Filipe Nyusi deslocou-se à província de Inhambane.

De visita à província de Inhambane, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse esta sexta-feira (24.07) que o plano quinquenal para a sua governação está a ser sabotado pelos homens armados que aterrorizam as regiões centro e norte do país.

"Hoje estamos perante ameaças imediatas na implementação do plano quinquenal do Governo. A primeira ameaça é os ataques terroristas na província de Cabo Delgado. Há muita explicação de guerra religiosa, por causa da riqueza, etnia, assimetria e desemprego, mas não há nenhuma razão para que as pessoas se matem neste país, sobretudo acompanhadas de forças externas."

O plano quinquenal prevê a criação de empregos para os jovens, a redução das desigualdades sociais e uma taxa de crescimento médio da economia de 5,5% até 2024. Mas a pandemia da Covid-19 está a dificultar a concretização desses objetivos, tal como os ataques incessantes.

"Junta Militar" da RENAMO acusada

A segunda ameaça, segundo o Presidente Filipe Nyusi, são os ataques armados na região centro, nas províncias de Manica e Sofala, de homens da autointitulada "Junta Militar" da RENAMO.

"Esta é uma tentativa de burlar a paz mais uma vez e não pode haver esforço neste sentido, porque não há condições", afirmou Nyusi durante uma conferência de imprensa.

Esta semana, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, voltou a distanciar-se dos ataques da autoproclamada "Junta Militar". Apelou ainda aos homens do seu partido a aderirem ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso.

Na província de Inhambane, ainda há bases da RENAMO que não foram desativadas. Por isso, o Presidente Filipe Nyusi apelou também esta sexta-feira à adesão ao processo de DDR: "O DDR está a acontecer […] Nesta província ainda existem bases, pela lista que nos foi dada. É melhor tratar de regressar à vida normal."

Luciano da Conceição (Inhambane) | Deutsche Welle

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