Juíz
disse tratar-se de sessão com "matéria sensível". Em causa está o
julgamento de acusados de conspiração contra o Estado, no qual o Ministério
Público pediu punição exemplar para Sandura Ambrósio.
O
Tribunal Judicial do Dondo, na província central de Sofala, em Moçambique,
impediu, na manhã desta sexta-feira (07.08), os jornalistas de acompanhar
a sessão de produção de provas do julgamento dos seis arguidos acusados de
conspiração contra o Estado por alegadamente estarem associados à
autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Os
jornalistas já estavam na sala quando, dez minutos depois do início do
julgamento, o juíz da causa, Carlitos Teófilo, pediu que se retirassem,
alegando que a sessão iria abordar "matéria sensível". Foram ouvidos
os peritos da direção central do Serviço Nacional de Investigação Criminal que
elaboraram o processo.
Mais
tarde, já ao início da tarde, a imprensa voltou a ser convidada a entrar
para ouvir as alegações finais do Ministério Público e da defesa.
MP
pede punição exemplar
O julgamento
começou a 10 de julho e entre os arguidos está o antigo deputado da
RENAMO, o maior partido da oposição, Sandura Ambrósio, que já
negou as acusações. Esta sexta-feira (07.08), o Ministério
Público pediu ao tribunal a sua punição exemplar:
"Agrava
a responsabilidade criminal de Sandura Ambrósio a falta de confissão e a
tentativa de responsabilizar os outros pelo crime cometido por ele", disse
Lisandra dos Santos, magistrada do Ministério Público, durante a sessão de
alegações finais.
O Tribunal
fez saber ainda que o réu Domingos Marime foi absolvido. Segundo o
correspondente da DW, Arcénio Sebastião, o Ministério Público retirou a
queixa por achar que não existiam evidências de crime. Marime deverá seguir
para a sua casa esta tarde ou na próxima segunda-feira (10.07). A
sentença do caso será lida no dia 8 de setembro.
A
reação de Mariano Nhongo
O
Ministério Público considera que Sandura Ambrósio terá recrutado homens
para a Junta Militar e apoiado financeiramente o grupo, que é liderado por
Mariano Nhongo, um antigo líder de guerrilha da RENAMO.
A
22 de julho, falando para jornalistas na cidade da Beira, em contacto
telefónico a partir de um ponto incerto do centro de Moçambique, o líder dos
dissidentes da RENAMO, Mariano Nhongo, também negou que Sandura Ambrósio seja o
financiador do seu grupo, associando a sua detenção a motivações políticas.
Além
de Domingos Marime e Sandura Ambrósio, são arguidos do processo António Bauase,
Gabriel José Domingos, Eugénio Joaquim Domingos e Aníva Bernardo.
Deutsche
Welle | Lusa, Arcénio Sebastião, rl
Sem comentários:
Enviar um comentário