segunda-feira, 27 de abril de 2020

Covid-19: Reino Unido ultrapassa as 21 mil vítimas mortais


O ministro da Saúde britânico revelou que morreram mais 360 pessoas nas últimas 24 horas, aumentando o total para 21.092 óbitos.

O ministro da Saúde britânico Matt Hancock anunciou, esta segunda-feira, que o Reino Unido registou 360 mortes nas últimas 24 horas por causa do novo coronavírus, o balanço diário mais baixo desde o final do passado mês de março. março.

Matt Hancock explicou que este número corresponde às mortes por Covid-19 em contexto hospitalar. No total, 21.092 pessoas morreram nos hospitais britânicos devido à Covid-19 desde o início da pandemia. Destes óbitos, 82 foram de trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde britânico e 16 de funcionários de assistência social.

As 360 mortes registadas nas últimas 24 horas representam uma descida significativa face às 413 de domingo, e também menos de metade das anunciadas no passado sábado (813).

Os números das mortes referem-se a óbitos registados até às 17:00 da véspera apenas em hospitais e são compilados a partir de dados das direções regionais de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

O número total de casos de contágio, contabilizado até às 09:00 de hoje, é agora de 157.149, mais 4.309 do que no dia anterior, referiu Hancock no início da conferência de imprensa diária do governo sobre a crise.

Covid-19: Julgamento de extradição de Assange adiado para setembro


Advogados do fundador da WikiLeaks não têm acesso direto ao seu cliente "há mais de um mês" e consideram que esta é a melhor solução.

O tribunal britânico que vai decidir se Julian Assange, de 48 anos, vai ser extraditado para os Estados Unidos ou não, decidiu adiar o julgamento para setembro por causa da pandemia do novo coronavírus, segundo a CNN. O julgamento de extradição de Assange já tinha sido suspenso até ao dia 18 de maio e agora foi adiado desta data para setembro.

Citando os receios com o vírus, um dos elementos da equipa de advogados de Assange, Edward Fitzgerald, disse que “as provas são de que não seria seguro Assange participar numa videoconferência de um ponto de vista médico”.

Além disso, por causa das restrições em vigor no Reino Unido devido à pandemia, a equipa de defesa do fundador da WikiLeaks afirma que não tem acesso direto a Assange “há mais de um mês”. Julian Assange encontra-se detido na prisão de Belmarsh, no sul de Londres, e as visitas foram suspensas.

Uma situação que só piora as condições para defender Assange. “Houve sempre grandes dificuldades em aceder a Assange, mas com o surto de coronavírus a preparação deste caso passou de difícil para impossível”, frisou Edward Fitzgerald, acrescentando que se o julgamento acontecesse no dia 18 de maio Assange “estaria numa luta de David contra Golias, com as mãos atadas nas costas”.

De recordar que o governo norte-americano pretende a extradição de Julian Assange por alegadamente ter conspirado com a antiga analista Chelsea Manning para expor documentos confidenciais em 2010.

Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange vai enfrentar 18 acusações de crime e pode ser condenado a uma pena de prisão de até 175 anos.

Fábio Nunes | Notícias ao Minuto | Imagem: © Getty Images

Brasil | Maia pede paciência com pedidos de impeachment de Bolsonaro


Maia é responsável por analisar os pedidos sob os pontos de vista técnico e jurídico.

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com quase 30 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em análise, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunda-feira (27) que se tenha paciência e equilíbrio para tratar do tema.

Maia, que estava desde o dia 16 sem falar com a imprensa em estratégia para evitar ataques do governo e apoiadores do presidente, é responsável por analisar os pedidos sob os pontos de vista técnico e jurídico.

Nesta segunda, o MBL (Movimento Brasil Livre) se somou a parlamentares e entrou com um pedido de impeachment contra Bolsonaro por sua participação nos atos pró-intervenção militar do último dia 19 e também pelas denúncias do ex-ministro Sergio Moro (Justiça).

Em sua despedida, o ex-juiz acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal ao pressionar pela saída de Maurício Valeixo do cargo de diretor geral. A acusação deu origem a pelo menos três pedidos de impeachment desde a semana passada.

Alô! Surge o telefone na Capital Gaúcha...

“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram” (Graham Bell)

Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil 

No início da telefonia no Brasil, o escocês Alexander Graham Bell (1847-1922) presenteou o nosso imperador dom Pedro II (1825-1891) com um aparelho - fabricado por ele próprio - que foi instalado , em 1877, no Palácio Imperial de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista, atual Museu Nacional do Rio de Janeiro. Chegava, assim, o primeiro telefone em solo brasileiro.

O imperador do Brasil e Graham Bell

Nosso imperador teve o primeiro contato com esta invenção na Exposição Internacional Centenária na Filadélfia (1876), que ocorreu durante as comemorações da Independência dos Estados Unidos das Américas (1776-1876). Além do telefone, estavam sendo expostos: a lâmpada elétrica, um telégrafo musical , a máquina de escrever, entre outros inventos importantes. Reza a tradição de que dom Pedro II, ao levar o fone até o ouvido, escutou surpreso o verso do texto de Hamlet, extraído da peça de Wiliam Shakespeare (1564 -1616): “To be, or not to be, that is the question”. Naquele momento, nosso imperador teria dito surpreso: “Meu Deus isto fala !”.

 O primeiro telefone em Porto Alegre

Em 15 de setembro de 1886, o telefone chegou a Porto Alegre por meio da União Telephonica do Brazil, cuja sede se localizava no Rio de Janeiro. Inaugurado pelo então presidente da Província do Rio Grande do Sul, Gen. Manoel Deodoro da Fonseca (1827-1892), este alagoano teve a primazia da primeira ligação. Ao dizer “Alô”, ele deu inicio à presença do telefone em nossa capital. Transcorridos três anos, em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, encerraria o ciclo de 67 anos (1822-1889) do regime monárquico no Brasil, quando ele proclamou, por meio de um golpe militar, a República dos Estados Unidos do Brasil.

Tendo 72 assinantes e localizado num sobrado na esquina da Rua Riachuelo com a Gen. Câmara (antiga Rua da Ladeira), o Centro Telephonico de Porto Alegre  seria demolido, em 1912, quando se iniciaram, naquele local, as obras para a construção da atual Biblioteca Pública do Estado, da qual participou o engenheiro Teóphilo Borges de Barros. Este engenheiro  também atuou na construção de um novo prédio, durante o Centenário da Indepedência do Brasil (1822-1922), para sediar o jornal republicano A Federação (1884-1937). Desde 10 de setembro 1974, nesse local , em pleno Centro Histórico,  encontra -se instalado o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa ( MuseCom) , que completou, em 2019, seus 45 anos , prestando relevantes serviços junto à comunidade cultural do nosso Estado.

Tempos difíceis

Entre a chegada do telefone até a fundação, em 1895, de outra empresa na cidade gaúcha de Pelotas, cujo nome era União Telephonica, a prestação deste serviço, na capital gaúcha, viveu uma década de várias interrupções. Buscando ampliar suas atividades nas cidades de Rio Grande e Porto Alegre, esta empresa veio a ocupar o antigo prédio do Centro Telephonico de Porto Alegre.

Brasil | Boulos: 'quanto mais tentam defender Bolsonaro, mais fornecem provas de crime'


"Para defender Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli admitiu que o presidente "queria informações da PF sobre ele, não sobre outras pessoas." Quanto mais tentam defender, mais fornecem provas de crime", enfatizou Guilherme Boulos

O coordenador geral do MTST, Guilherme Boulos, comentou em sua página nas redes sociais, as declarações da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) confirmando que Jair Bolsonaro quis ter acesso a informações privilegiadas da Polícia Federal de investigações sobre ele. 

"Para defender Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli admitiu que o presidente  "queria informações da PF sobre ele, não sobre outras pessoas." Quanto mais tentam defender, mais fornecem provas de crime...", escreveu Boulos.

A afirmação de Zambelli foi para tentar justificar que Bolsonaro não interferiu politicamente na Polícia Federal ao demitir o então diretor-geral Maurício Valeixo.

Brasil | Bolsonaro, do Trump tropical ao Nero brasileiro

Caixões prontos para serem enterrados em túmulos em Manaus, no dia 21 de abril. (Michael Dantas/AFP
( Extrato parcial de Cliping Internacional por Carlos Eduardo Silveira em Carta Maior)

NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL

"Brasileiros morrem em casa ou na porta dos hospitais por falta de camas"

A CRISE BOLSONARO

La Vanguardia, Espanha | Bolsonaro deixou de ser o Trump tropical e se tornou o Nero brasileiro. Bolsonaro despreza o vírus e fica obcecado em consolidar seu poder. O presidente brasileiro se enrosca diante da perda de ministros emblemáticos. A renúncia do Ministro da Justiça e Segurança, após a demissão do Ministro da Saúde, pode causar um efeito dominó, que já aponta para o responsável pela Economia, Paulo Guedes, como provável demissionário. Mas à medida que os contágios se aceleram no maior país da América Latina, o líder de extrema direita parece estar preocupado apenas com sua reeleição em 2022. (La Vanguardia, Espanha) | tinyurl.com/yc84gfoe

The Guardian, Inglaterra | Bolsonaro em nova crise por causa dos supostos vínculos do filho com as ‘fake news’. Alegações arriscam prejudicar presidente brasileiro enquanto busca se recuperar da renúncia do ministro da Justiça. A tempestade política que envolve o presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, intensificou-se com relatos de que investigadores da polícia federal identificaram seu filho como um dos supostos membros-chave de uma "criminosa rede de notícias falsas" envolvida em ameaçar e difamar autoridades brasileiras. As alegações aprofundarão a crise que consome o governo de 16 meses de Bolsonaro e desviarão ainda mais os esforços do país para combater a pandemia de coronavírus, que matou mais de 4.000 brasileiros. | tinyurl.com/y7rrwrhk

Público, Portugal | da demissão de Sergio Moro, na sexta-feira, e do chefe da Polícia Federal, depois da exoneração de Maurício Valeixo. Tudo indica que os cargos vão ser ocupados por homens muito próximos de dois dos filhos do Presidente. Para a Justiça e Segurança Pública o nome que parece certo é o de Jorge Oliveira, um advogado de 44 anos que estava à frente da Secretaria-Geral da Presidência. “Juntos pelo PR @jair Bolsonaro por um Brasil melhor”, escreveu Jorge Oliveira no Twitter numa reação à notícia de que pode ser convidado para assumir a pasta da Justiça. “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” é como conclui a publicação. Oliveira está há muito ligado ao clã Bolsonaro e foi chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro na Câmara de Deputados, antes de passar para os serviços da presidência. | tinyurl.com/ya9xfuk9

Diário de Notícias, Portugal | E daí?", respondeu Jair Bolsonaro numa rede social ao ser confrontado com o fato de Alexandre Ramagem, o mais do que provável novo diretor-geral da polícia federal, ser amigo íntimo de Carlos Bolsonaro, o filho do presidente acusado, por essa mesma polícia, de ser o estrategista de um esquema criminoso de divulgação de ‘fake news’. Jair Bolsonaro escolhe amigos íntimos para justiça e polícia. Jorge Oliveira, ainda não confirmado no lugar de Sergio Moro, é filho do antigo chefe de gabinete do presidente e foi assessor de Eduardo Bolsonaro. Alexandre Ramagem, o preferido para suceder a Valeixo na polícia federal, é unha com carne com Carlos Bolsonaro. | tinyurl.com/yb3lvqfz

Página 12, Argentina | O frondoso recorde de Bolsonaro. O presidente brasileiro já superou vinte pedidos de impeachment nos Deputados. Uma extensa lista de associações e organizações da sociedade civil que questionaram, processaram ou planejam levar o presidente de extrema direita à justiça. O militar de extrema direita que governa o Brasil tem muita história para "ser detido", como diz o jurista brasileiro Pedro Esteban Serrano, embora ele simplesmente se refira ao fato de ter interferido em uma investigação judicial que complica seu filho Carlos como fabricante de uma fábrica de notícias falsas. | tinyurl.com/y8ohm886

The New York Times, EUA | Assessor próximo de Bolsonaro deverá ser o próximo ministro da justiça. Aguarda-se que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro nomeie seu secretário presidencial para substituir o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de malfeitos em sua demissão na sexta-feira. O atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), enquanto isso, será escolhido como o novo chefe de polícia federal e tem conexões pessoais com Bolsonaro e seus filhos. | tinyurl.com/ybrbja4b

Financial Times, Inglaterra | Renúncia de Sérgio Moro aumenta a pressão sobre Bolsonaro. A saída do ministro da Justiça aumenta o risco de mais um impeachment na maior democracia da América Latina | tinyurl.com/ya7pqo4t

L’Humanité, França | Com a demissão de Sérgio Moro, a direita se volta contra Bolsonaro. O ex-juiz Moro, nomeado ministro da Justiça como recompensa por suas manobras para impedir o retorno de Lula ao poder, bateu a porta no governo. Após a saída do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, demitido em 16 de abril por criticar a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro em face da pandemia de Covid-19, essa nova deserção pode custar caro ao presidente brasileiro. | tinyurl.com/y956k3tl

El Mercúrio, Chile | Ex-ministros da Saúde brasileiros denunciam Jair Bolsonaro à ONU por suas ações contra o coronavírus e um "genocídio em potencial" Alexandre Padilha, Arthur Chioro e Humberto Costa acusaram o presidente de violar os direitos à saúde e à vida. Os ex-ministros denunciaram o presidente daquele país perante o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, por suas ações contra a pandemia de coronavírus. . Especificamente, os representantes acusaram o presidente de violar os direitos à saúde e à vida, além de acusá-lo de um "genocídio em potencial" por não seguir as recomendações das autoridades de saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) antes da Covid-19. | tinyurl.com/y8ssu3p3

Portugal | Os jornalistas no saco azul do GES e a teoria geral do funil


António Galamba | jornal i | opinião

Se as avenças existiram e, em quatro anos, nada foi feito, isso significa que, no atual quadro de indigência de vendas, de publicidade, de recursos e de estabilidade laboral, tudo é possível.

1. O funil é um acessório marginal dos nossos quotidianos; no entanto, em sentido figurado ou funcional, está presente em muitas das dinâmicas da sociedade portuguesa. Talvez já quase ninguém se lembre, mas perfizeram-se, no passado dia 23 de abril, quatro anos sobre a publicitação, com alarido, pelo Expresso de que havia um saco azul do Grupo Espírito Santo, assente no offshore ES Enterprises, que servia, entre outras coisas, para pagar avenças a políticos e jornalistas.

Quatro anos depois, o funil continua invertido, com a parte estreita a proteger a publicação dos nomes dos supostos, alegados ou reais jornalistas que, enquanto exercitavam o direito a informar, recebiam quantias de um dos maiores grupos financeiros de Portugal.

São quatro anos de um silêncio ensurdecedor, de uma complacência da classe e de uma vivência na penumbra de leitores, telespetadores e ouvintes, sujeitos a serem assaltados pela dúvida sobre se aquela notícia, aquele comentário ou aquela reportagem está enformada pelo rigor ou terá tido alguma distorção perturbadora da credibilidade, do tipo avença do saco azul do GES.

São quatro anos de vergonha alheia, porque há questões que não podem ser de geometria variável em função dos interesses particulares ou de grupo. São o que faz a diferença entre as principais linhas de separação em qualquer sociedade democrática, de direito e organizada segundo os padrões civilizacionais do Ocidente. Entre o sim e o não, numa matéria de credibilidade, de seriedade do exercício e de respeito por quem é o recetor das mensagens, a opção de quatro anos é um inacreditável silêncio. Um silêncio que acomoda e legitima a prática que desqualifica o exercício de escrutínio jornalístico quando dirigido a outros protagonistas do espaço público.

O drama é o do Pedro e o Lobo. É que, se as avenças existiram no tempo em que os órgãos de comunicação social estavam num patamar de saúde financeira muito superior ao panorama atual, se o princípio foi quebrado, ainda que por um dos seus membros, e nada foi feito, isso significa que, no atual quadro de indigência de vendas, de publicidade, de recursos e de estabilidade laboral, tudo é possível.

Não compreender, fingir que não existem ou dar cobertura corporativa a este tipo de práticas, ao fim de quatro anos, é colocar em causa a credibilidade do exercício, pela presença de uma ou várias maçãs podres que prosseguem em funções jornalísticas ou no universo do comentário, provavelmente sobre temas económicos. É que os próprios não assumiram, as estruturas representativas não se incomodam, e tudo vai cantando e rindo. E de vez em quando, nos temas mais díspares, quando estão em conflito direitos individuais com o direito a informar, o interesse público, lá invertem o funil e colocam a parte mais larga para fora, ampliando a informação ou os factos a projetar. O problema pode ser mesmo da idoneidade do titular do uso do funil. Quem o usa pode ter sido um dos avençados, e isso faz toda a diferença. Quatro anos de silêncio é muito tempo. Perante tamanha suspeita, um dia já era tarde, pelo mesmo critério jornalístico que aplicam a outros.

Portugal/covid-19 | Nas últimas 24 horas mais 25 vítimas mortais, para total de 928


Portugal conta com 24.027 infetados e 928 mortos devido à Covid-19

A Direção-Geral da Saúde já divulgou o boletim epidemiológico, desta segunda-feira, com o mais recente balanço da incidência do novo coronavírus em Portugal.

De acordo com os dados revelados, esta segunda-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o surto da Covid-19 provocou no país 928 mortos, verificando-se nas últimas 24 horas mais 25 vítimas mortais. 

No que diz respeito ao número de casos confirmados do vírus no país, foram contabilizados 24.027 doentes, correspondendo a um aumento no espaço de um dia de 163 novos casos. 

Este último número traduz-se numa boa notícia, tendo em conta que representa uma variação de 0,68%, em relação a ontem no número de infetados, o valor mais baixo obtido durante o mês de abril. 

Sobre o número de casos recuperados foram contabilizados hoje mais 28. No total, 1.357 pessoas já superaram o novo coronavírus no país.  

Há ainda 995 casos de pessoas internadas, menos 10 do que no domingo, sendo que 176 se encontram nas Unidades de Cuidados Intensivos, menos seis pacientes nas últimas 24 horas. 

A nível local o Norte do país continua a ser a região mais afetada contando com 14.496 casos e 536 óbitos. De seguida, encontra-se Lisboa e Vale do Tejo que regista 5.556 pacientes e 179 mortes. No Centro foram registadas 3.252 infeções e 191 vítimas mortais. No Algarve, há 328 casos e 12 mortos. E por fim, o Alentejo conta com 189 casos e um óbito.

Nas regiões autónomas, os Açores mantiveram o número de infetados, 120, e o número de mortes, nove. A madeira também manteve os mesmos valores que ontem, registando 86 infeções. 

Consulte aqui (Noticias ao Minuto) informação mais detalhada sobre a pandemia por concelho.

Notícias ao Minuto

Covid-19: Espanha ultrapassa os 100 mil recuperados


Pandemia infetou, até à data, 209.465 pessoas e matou 23.521 no país.

Espanha ultrapassou, de domingo para segunda-feira, a barreira das 100 mil pessoas dadas como curadas da Covid-19. Nas últimas 24 horas, 2.144 pacientes receberam alta hospitalar, pelo que o número total está, agora, fixado em 100.875.

Quanto ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus é, agora, de 209.465, depois de, neste mesmo período de tempo, 1.831 pessoas terem sido diagnosticadas, de acordo com os dados veiculados pelo Ministério de Saúde, Consumo e Bem-estar Social.

No último dia houve, ainda, a lamentar 331 vítimas mortais (mais 43 do que na véspera, quando se registou o menor aumento em largas semanas), o que significa que a SARS-CoV-2 matou, até à data, 23.521 cidadãos em território espanhol.

A capital, Madrid, continua a ser a região mais afetada pela pandemia, com 59.421 casos e 7.986 mortes, seguida da Catalunha (47.755 casos e 4.699 mortes) e de Castilla y León (16.404 casos e 7.703 mortes).

Notícias ao Minuto | Imagem: Reuters

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Covid-19: EUA registam mais 1.330 mortos nas últimas 24 horas


Os Estados Unidos registaram 1.330 mortos nas últimas 24 horas devido à pandemia da Covid-19, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.

No total, 54.841 pessoas morreram nos Estados Unidos. O número de infetados subiu para 964.937, com cerca de 100 mil pessoas a serem dadas como recuperadas.

Os Estados Unidos continuam a ser o país com registo de mais mortos e de casos confirmados.

Seguem-se Itália (26.644 mortos, mais de 197 mil casos), Espanha (23.190 mortos, mais de 207 mil casos), França (22.856 mortos, cerca de 162 mil casos) e Reino Unido (20.732 mortos, perto de 153 mil casos).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Lusa

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ONU arrasa comportamento "hipócrita" do Reino Unido no combate à pandemia


Philip Alston acusa o governo britânico de causar "dano e miséria" à população com as políticas de "austeridade".

Philip Alston, relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a pobreza extrema e os direitos humanos, apontou, esta segunda-feira, o dedo à forma como o Reino Unido se comportou durante o combate à pandemia de Covid-19.

O responsável sublinha que, pese embora os rasgados elogios que o governo liderado por Boris Johnson tem tecido ao serviço nacional de saúde britânico (NHS), este foi delapidado pelas políticas de "austeridade" dos últimos anos.

"Os meus pensamentos remontam ao sentido de quão tremendamente hipócrita é agora abandonar a austeridade com tamanho entusiasmo, após todo o dano e miséria causados a indivíduos e ao fatal enfraquecimento da capacidade da comunidade em lidar e reagir ao longo dos últimos dez anos", atirou, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

"E, claro, muitos dos piores e mais danosos aspetos da austeridade não podem e não vão ser revertidos. Os danos causados à coesão da comunidade e à infraestrutura social irão, provavelmente, revelar-se permanentes", acrescentou o especialista.

Philip Alston não ficou, no entanto, por aqui, e afirmou que "as políticas de vários estados refletem uma filosofia de Darwinismo social que prioritiza os interesses económicos dos mais ricos, ao passo que pouco fazem por aqueles que trabalham arduamente para providenciar serviços essenciais ou são incapazes para se sustentarem a si mesmos

"Os governos fecharam países inteiros sem fazerem, sequer, o mínimo esforço para assegurar que as pessoas conseguem sobreviver. Muitas delas, que estão na pobreza, vivem diariamente, sem poupanças nem comida excedente. E, claro, os sem-abrigo não podem, simplesmente, ficar em casa", concluiu.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Getty Images

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ONU teme "catástrofe de direitos humanos" durante pandemia


A ONU pediu hoje aos países que respeitem o Estado de direito, limitando o período de vigência das medidas excecionais para o combate da pandemia de covid-19, para evitar um "catástrofe" em relação aos direitos humanos.

"Dada a natureza excecional da crise, é claro que os Estados precisam de poderes adicionais para lhe responder. No entanto, se o Estado de direito não for respeitado, a emergência de saúde poderá tornar-se uma catástrofe de direitos humanos, cujos efeitos nocivos superam a pandemia em si", declarou a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A ONU está particularmente preocupada porque as medidas e leis introduzidas em alguns países fazem referência a "violações vagamente definidas, às vezes associadas a penalidades severas", alimentando temores de que tais medidas excecionais possam ser usadas para amordaçar os meios de comunicação e deter críticos e oponentes.

Para a alta comissária, "prejudicar direitos como a liberdade de expressão pode causar danos incalculáveis aos esforços para conter a covid-19 e aos seus efeitos socioeconómicos secundários perniciosos", disse.

"Os governos não devem usar poderes de emergência como arma para silenciar a oposição, controlar a população ou mesmo permanecer no poder", alertou Michelle Bachelet.

DEMOCRACIAS


Marisa Matias* | Diário de Notícias | opinião

Há quase duas semanas foi publicado o relatório anual do Instituto Variedades da Democracia, da Universidade de Gotemburgo, que mostra o declínio das instituições democráticas. Pela primeira vez no século XXI, há mais autocracias do que democracias no mundo. Se há dez anos as democracias atingiam o seu pico em termos globais, agora podemos falar de democracia em apenas 48% dos países, o que corresponde a 46% da população. Estes dados não esmiúçam, contudo, a qualidade das democracias em causa, englobando também os países que avançam de forma galopante no sentido da imposição de limitações de liberdades ou ataques aos media. O facto de países como os Estados Unidos ou o Brasil estarem a resvalar nos seus valores democráticos é um dos sinais mais evidentes deste declínio global. Estes dados são de 2019 e é inevitável perguntar agora: poderá a crise pandémica que vivemos agravar esta situação? Parece que sim.

Com efeito, vários autores têm-se dedicado a estudar os impactos do confinamento e dos mecanismos de exceção aprovados em tempos de pandemia para refletir sobre os seus impactos na forma como nos organizamos coletivamente. Se é verdade que a crise despertou várias manifestações de solidariedade, também é verdade que outras reações coletivas encontram-se em formação.

Portugal | Governo facilita a patrões e dificulta a trabalhadores


Sindicato do sector hoteleiro quer processos dos trabalhadores sem salários tratados pelo IEFP com a mesma celeridade com que são tratados os processos de comparticipação do Estado às empresas, por lay-off.

O anúncio, pelo Governo, de que vai proceder a um «processamento extraordinário até dia 15 de Maio para pagar às empresas a comparticipação do Estado nos lay-off dos processos que entraram fora do prazo ou incompletos» surpreendeu o Sindicato de Hotelaria do Norte (CGTP-IN) pelo contraste com os entraves burocráticos com que estão a ser tratados os processos dos trabalhadores afectados pela crise pandémica no sector.

Em comunicado, o sindicato denuncia que trabalhadores «que não receberam os salários de Fevereiro e Março» e que, por essa razão, «decidiram suspender os contratos de trabalho» ao abrigo da legislação em vigor, «deram entrada [...] na Segurança Social em Março» e «não vão receber o subsídio a que têm direito em Abril», porque o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), passados 30 dias sem responder, está agora «a notificar os trabalhadores para apresentarem novos documentos, se inscreverem nos centros de emprego e irem a entrevistas de emprego».

Portugal | Dividendos, despedimentos e protestos na Galp


Representantes dos trabalhadores realizaram um protesto simbólico na refinaria de Sines, onde foram despedidos 80 trabalhadores, no dia em que se distribuíram 580,5 milhões de euros de dividendos.

Em nota à imprensa, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) defende que a distribuição de dividendos, concretizada sexta-feira passada em assembleia-geral de accionistas do Grupo Galp Energia, representa a retirada de centenas de milhões de euros do País e significa que «não há forma de assegurar que esse valor seja investido em Portugal ou que não sirva para alimentar somente a especulação financeira».

A distribuição aprovada de 318,2 milhões de euros acresce aos 262,3 milhões de euros, pagos a título de adiantamento sobre lucros do exercício em Setembro de 2019, o que eleva para 580,5 milhões de euros o valor a distribuir pelos accionistas da Galp Energia.

No mesmo dia, à entrada do primeiro turno, uma delegação de representantes dos trabalhadores esteve junto à portaria desta refinaria a protestar simbolicamente contra o facto de não estarem garantidos os postos de trabalho.

O medo acaba com a morte do coronavírus?


Pedro Tadeu | TSF | opinião

As perguntas na minha cabeça não param.

Será que, depois da COVID-19, vamos aceitar pacificamente as reduções de salários e de rendimentos que muitos nós recebem agora?

Será que, depois da COVID-19, vamos continuar a trabalhar num pequeno computador, em casa, na mesa da sala de jantar?

Será que, depois da COVID-19, vamos ser obrigados a endividarmo-nos excessivamente e deixar a nossa qualidade de vida dependente da bondade de um juro e da dimensão de uma comissão bancária?

Será que, depois da COVID-19, vamos aceitar a degradação da Segurança Social, das reformas, do subsídio de desemprego, tal como aconteceu na última crise?

Será que, depois da COVID-19, vamos deixar de ter professores, por uma dúzia deles ensinar quase toda a população escolar através da internet ou da televisão?

Será que, depois da COVID-19, vamos admitir o controlo de doenças pelos dados detetados nos nossos telemóveis e a conclusão do processo de eliminação total da vida privada iniciado há 30 anos?

Será que, depois da COVID-19, depois de termos discutido o que mais valia na balança - se o prato da vida humana, se o prato da economia - não vamos pesar a diferença entre o prato da vida no planeta terra com o prato da recuperação económica?

Será que, depois da COVID-19, nos vamos conformar com o preço previsível da vacina para a doença: 150 dólares a unidade, um negócio anual de milhares de milhão que, provavelmente, quase um terço da humanidade não pode pagar do seu bolso, nem vive em países que o possam ou queiram pagar?

Será que, depois da COVID-19 o isolamento, o nacionalismo de regresso aos países, a demagogia dos líderes, o medo do estranho, a xenofobia efervescente criará condições para disputas políticas belicistas que nos conduzam ao conflito militar global?

Ou será que os donos da globalização conseguem reagir e caminharemos para um governo mundial onde dois ou três países subjugam os outros pelo comando financeiro e a ameaça militar?

Será que a paz, depois do COVID-19, deixou de ser um objetivo humano?

Portugal | Contagiem os outros… com um sorriso


Esta segunda-feira parece diferente das outras. Vimos mais pessoas nas ruas. Os transportes públicos enchem nas horas de ponta… Será sinal de que a quase normalidade vem aí? Parece. Não fora não se ouvir e ver as crianças na rua e até podíamos jurar a pés juntos que a quase normalidade está a passar por aqui. Nada de abusos, senhoras e senhores.

A demonstrar a vontade dos portugueses em regressar àquela fase pró-normal vimos título no Expresso assim formado:Polícia Marítima tira quase 2.800 pessoas das praias em dois dias – é no direto sobre covid-19. Então, caras pessoas, aguentem mais um pouquinho sem se praiarem. Por vós e pelos outros. Até porque tudo indica que vamos ter umas nesgas de liberdade (condicionada) para esticar as gâmbias nas praias e pelas ruas. Assim como regressar às atividades profissionais que pararam na maior parte dos casos.

Como diz o título do Curto, no Expresso, pela lavra de Pedro Lima: “É preciso ter calma…” Saberão o que lá vem se lerem a seguir. Fiquem com ele, o Curto.

Bom dia. Afivelem um sorriso, mesmo se só vierem à janela. Contagiem quem passar. O quê? Não sabiam que os sorrisos se pegam? Vão ver que sim.

SC | PG


É preciso ter calma – e jurar ter a paciência por companheira

Pedro Lima | Expresso

Bom dia,

Nesta segunda-feira entramos em mais uma semana decisiva neste novo mundo paralisado pela pandemia de covid-19. É uma semana em que deverão ser tomadas decisões que nos restituirão alguma da liberdade perdida quando declarámos guerra ao coronavírus. Amanhã há uma reunião do governo com a equipa de epidemiologistas e na quinta-feira deverá então ser decretado o fim do Estado de Emergência em conselho de ministros – ficaremos a saber o que podemos e não podemos fazer para tentar continuar a levar as nossas vidas para a frente sem pôr em causa o controlo da pandemia. Entraremos então, ao que tudo indica, no Estado de Calamidade, grau imediatamente inferior nesta escala.

Algumas medidas já são conhecidas. Haverá uma abertura gradual da atividade económica, com algumas lojas, restaurantes e outros serviços a reabrir. Os alunos dos 11º e 12º anos vão voltar a ter aulas presenciais a partir de 18 de maio. E as creches deverão voltar a abrir pouco depois, a 1 de junho.

Mas antes do início dessa reabertura gradual, ainda teremos um apertar das restrições no fim de semana alargado que se avizinha, que vai de 1 a 3 de maio e em que poderá haver a tentação de aproveitar o bom tempo para ir passear. Por isso regressará a proibição de passar de um concelho para outro, como aconteceu no fim de semana da Páscoa.

Será certamente um jogo de paciência já que quanto mais tempo passa maior será a pressão para que se acabe com as restrições. As expectativas aumentam – e é preciso saber bem geri-las, algo que o poder político tem de saber fazer bem. Mas é certo, e o governo tem-no referido, as nossas vidas não voltarão ao normal tão depressa.

Nestes dias em que assinalámos 46 anos do 25 de abril de 1974 – momento histórico que nos permite, entre outras coisas, escrever textos como este sem corrermos o risco de ser censurados ou até presos e torturados – assistimos a comoventes celebrações da Revolução dos Cravos à janela, pela internet, algumas (poucas) pelas ruas deste país. Fica-nos a imagem simbólica de um idoso com uma gigantesca bandeira de Portugal encimada por cravos, em plena avenida da Liberdade, em Lisboa. E tivemos também a celebração na Assembleia da República, mais contida do que inicialmente previsto, cuja polémica manchou um dia em que a unanimidade devia ter prevalecido sobre todas as coisas.

Apesar do clima de crispação – para o qual o presidente da Assembleia da República desnecessariamente contribuiu -, a polémica sobre se deveria ter havido uma celebração no Parlamento em tempos de confinamento foi habilmente arrumada pelo presidente da República. Ontem o comentador da SIC Luís Marques Mendes elogiava Marcelo Rebelo de Sousa e criticava Eduardo Ferro Rodrigues. Deste último referiu que “nunca teve um tom de humildade, foi sempre de altivez e arrogância” quando criticou quem usou a liberdade de dele discordar quanto às celebrações na Assembleia da República.

Parece ter ficado claro que uma cerimónia simbólica teria sido mais útil aos esforços de convencer os portugueses a fazerem sacrifícios e a não saírem de casa. E parece também ter ficado claro que manter alguma calma e paciência e não dizer logo o que nos vem à cabeça talvez seja mais prudente – serve-nos a todos, nestes dias de emergência.

Dificilmente alguém assumirá que não gosta da liberdade – de movimentos, de expressão, de pensamento. E porque a Liberdade deve ser celebrada todos os dias, celebrá-la é também garantir que não se abusa dela.

Veja-se por exemplo o que aconteceu na Trofa. A história pode ser lida aqui, mas resume-se a isto: o presidente da Câmara colocou um ‘gosto’ numa publicação no Facebook que apelava à transformação da Assembleia da República numa câmara de gás, precisamente por causa da celebração do 25 de abril numa altura em que as pessoas estão obrigadas a ficar em casa. O coordenador da equipa de assistentes operacionais da Câmara da Trofa escreveu o seguinte "Se houver quem ponha aquele espaço a funcionar como uma câmara de gás, eu pago o gás". O presidente da câmara ‘gostou’ do que leu. E, pelos vistos, para o PSD, partido ao qual o autarca pertence, não há drama.

O que aí vem vai continuar a exigir calma e grandes doses de paciência. Mas é normal que à medida que o tempo passa nem uma coisa nem outra existam nas doses necessárias.
Mas vamos aos indicadores mais recentes da pandemia em Portugal e no mundo.

Portugal registava ontem 903 mortes associadas à covid-19, mais 23 do que no sábado, e 23.864 infetados (mais 472). A taxa de crescimento de óbitos, face à véspera, é de 2,6%, a menor desde o início da pandemia. O país mantém um caminho estável - e de menor ritmo - no que respeita ao número total de casos.

A nível mundial, ultrapassámos durante o fim de semana os 200 mil mortos – ao final do dia havia mais de 2,9 milhões de casos confirmados no mundo e contavam-se mais de 204 mil mortes mortes associadas à covid-19.

Não há volta a dar-lhe, a atualidade está dominada pela pandemia. Pode acompanhar aqui todos os temas relevantes, nacionais e internacionais, no ‘direto’ que o Expresso tem em permanência, mas aqui fica um resumo do que tem estado ou vai marcar a agenda.

Bancos centrais decidem Esta vai ser uma semana cheia de reuniões de bancos centrais, nomeadamente do Japão, EUA e Zona Euro. E serão conhecidos indicadores económicos onde já poderá ser visível o impacto da pandemia. Em Portugal a Direção-Geral do Orçamento vai divulgar a Síntese de Execução Orçamental até março.

Automóveis A Autoeuropa celebrou o 25º aniversário este domingo. A produção, suspensa desde 16 de março, é retomada hoje.

Temperatura, sim ou não? Depois da Comissão Nacional de Proteção de Dados avisar que as empresas não podem tirar a temperatura dos trabalhadores, as empresas de distribuição garantiram que vão manter esta "medida de segurança" e o Governo veio confirmar que a prática é compatível com a lei "em diversas circunstâncias".

Incumprimentos Foram detidas 83 pessoas e fechados 187 estabelecimentos no terceiro período do estado de emergência, segundo revelou este domingo o Ministério da Administração Interna.

Asilo Requerentes de asilo em Portugal foram testados à covid-19. Primeiro foram 100 numa unidade hoteleira e depois 80 noutra, ambas em Lisboa.

Lares Os testes à covid-19 realizados a utentes de três lares de Vendas Novas, no distrito de Évora, deram todos negativos, mantendo-se os sete casos positivos de funcionários.

Barcos Sete pescadores foram retidos este domingo na sua embarcação, no porto de Matosinhos, aguardando os resultados dos testes à covid-19 determinados pela autoridade local de saúde pública.

Zonas poluídas têm mais infetados? O vírus foi encontrado por cientistas italianos em partículas de ar poluído na região de Bérgamo, uma das mais afetadas pela pandemia em Itália e uma das zonas mais poluídas da Europa. Especialistas portugueses admitem ser possível, mas é preciso estudar com muito mais detalhe essa hipótese.

América Latina A pandemia está a adiar eleições, a suspender reformas, a cancelar lutas sociais, a afetar a governabilidade e a alterar o mapa político na América Latina com consequências ainda imprevisíveis.

Espanha 1 Após 42 dias de confinamento, as crianças espanholas puderam sair este domingo à rua pela primeira vez.

Espanha 2 A taxa de mortes ligadas à infeção por coronavírus é a mais baixa em mais de um mês com 288 mortes registadas nas últimas 24 horas.

Itália O aumento diário de mortes em Itália foi ontem o mais baixo desde meio de março. Foram 260.

França O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, vai apresentar amanhã um plano para o fim do confinamento em França.

China Todos os doentes de Wuhan, cidade no centro da China com 11 milhões de habitantes que foi o epicentro da epidemia, tiveram alta. Os hospitais especialmente preparados para tratar os casos de infeção por coronavírus estão agora vazios, de acordo com as autoridades sanitárias chinesas.

FRASES

“Um trabalhador deve ter o cuidado de medir duas vezes ao dia a sua temperatura e deve alertar a entidade patronal caso registe alguma alteração” – Marta Temido, ministra da Saúde

“Enquanto combatemos a pandemia do novo coronavírus, devemos levar por diante o compromisso de prevenir e tratar a malária que ameaça milhares de milhões de pessoas em numerosos países” – Papa Francisco

“Uma corrida na Europa para ver quem permite primeiro viagens turísticas implica riscos que não podemos assumir” – Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha

O QUE ANDO A LER

Só o humor nos salvará? Não só, naturalmente, mas ajudará, certamente. Não a pensar nisso – mas talvez um pouco também – regressei a um livro de Ricardo Araújo Pereira, “Mixórdia de temáticas, série Miranda”. Editado em 2014, é uma compilação dos guiões da segunda série da rubrica Mixórdia de Temáticas, da Rádio Comercial. Os textos leem-se muito bem – são duas ou três páginas por cada ‘episódio’ e ler pelo menos um ou dois por dia é um bom contributo para melhorar a nossa disposição.

O QUE ANDO A OUVIR

A meio de março, e perante a ameaça de uma paragem forçada e prolongada que acabou por se verificar, realizou-se o Festival Eu Fico em Casa - em que quase 80 cantores e músicos portugueses deram concertos pela Internet a partir das suas casas. A partir de então tem havido muitas outras iniciativas idênticas – ainda este fim de semana decorreu o festival Liv(r)e, com um conjunto de artistas de várias gerações e de vários cantos do país, a cantar a liberdade, uma organização da Associação A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria.

O Festival Eu Fico em Casa foi uma excelente amostra de talentosos músicos portugueses, na sequência da qual comprei discos de alguns deles – que não conhecia ou que conhecia pouco. E destaco dois que tenho estado a ouvir por estes dias, ambos editados em 2018 – embora pudesse destacar muitos mais.

O primeiro é de Júlio Resende e chama-se Cinderella Cyborg. Diz o pianista que o nome do disco remete para uma “reunião positiva entre homem e máquina”, um tema que antes da pandemia estava muito presente.

O segundo é de Selma Uamusse e chama-se Mati, no qual se destaca uma canção cantada na língua changana (que é falada em Moçambique), com o nome “Hope”. É uma canção que arrepia em qualquer altura – e agora ainda mais. E foi a escolhida pela cantora para levar ao espetáculo Mão dada a Moçambique que organizou a 2 de abril de 2019 para angariação de fundos para apoio às vítimas do ciclone Idai no país onde nasceu.

Fica a vontade de, assim que possível, assistir aos concertos quer de um, quer de outro.

Desejo-lhe um excelente início de semana, com a força, a calma e a paciência necessárias para este embate que todos estamos a viver. E, já sabe, sempre na nossa companhia, em www.expresso.pt.

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