quinta-feira, 18 de março de 2021

Bruxelas sacrifica saúde pública à guerra fria

Ursula von der Leyen, argumenta que a produção da vacina russa «seria incapaz de corresponder à procura» europeia. Mas será que a Pfizer responde? A Moderna responde? A AstraZeneca responde?

O Departamento (Ministério) da Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos confirmou publicamente que realiza acções diplomáticas para dissuadir países de recorrerem a medicamentos produzidos por «Estados mal-intencionados» como a Rússia e a China. Um dos exemplos citados a propósito foi a intervenção para «persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a Covid-19». Não explicando tudo, um episódio como este ajuda-nos a entender as histórias mal contadas que envolvem os processos de vacinação às escalas nacionais, regionais e global – e que estão a custar vidas humanas, pelas quais ninguém será, obviamente, responsabilizado.

Os esforços contra as «influências malignas» que pretendem salvar vidas são realizados pelo Ministério norte-americano da Saúde por via do Office of Global Affairs (OGA), a sua «voz diplomática» em todo o mundo através da qual, como se lê no seu website (2), se pretende «proporcionar liderança e experiência em diplomacia e política de saúde global, de modo a contribuir para um mundo mais seguro e saudável». Com os resultados que estão à vista…

Os casos que vieram a público estão relacionados com «as Américas», o velho «quintal das traseiras» do império. Nada nos garante, porém, que os tentáculos do OGA fiquem por aí e não desenvolvam outros exercícios de «persuasão» contra os «Estados mal-intencionados» por exemplo na União Europeia, encarada de Washington como uma possessão ultramarina do mesmo império.

Poderá parecer especulação, uma abusiva transposição. Deixará de sê-lo, porém, se prestarmos alguma atenção ao comportamento da Comissão Europeia e da Agência Europeia do Medicamento (EMA) em tudo quanto diz respeito à aprovação, comercialização e inoculação das vacinas contra a Covid-19.

Muitas vezes a chave da realidade está nos pormenores. Então vale a pena atentar neste: a EMA considera que os países da União Europeia em vias de começar a fabricar e a utilizar a vacina Sputnik V estão a «jogar à roleta russa», uma vez que ela não foi aprovada pela própria agência europeia. Estamos, sem qualquer dúvida, perante um esforço de «dissuasão» bem ao estilo do OGA do Departamento norte-americano da Saúde e Serviços Humanos.

O que na verdade vários países da União estão a fazer ao preparar-se para produzir e utilizar a vacina russa é, afinal, uma fuga à malha de ineficácia tecida pela Comissão Europeia e pela EMA agindo como central de selecção, compras e distribuição de vacinas para favorecer alguns imunizantes em detrimento de outros – claro, os produzidos por «Estados mal-intencionados».

Portugal retoma uso da vacina da AstraZeneca a partir de segunda-feira

A Direção-Geral de Saúde (DGS), Infarmed e a task-force realizam conferência de imprensa sobre a atualização da informação sobre a vacina da AstraZeneca, depois de a Agência Europeia do Medicamento ter concluído que o fármaco é "seguro e eficaz".

Atask-force responsável pela vacinação contra a Covid-19 em Portugal anunciou que a utilização da vacina da AstraZeneca, que sofreu uma pausa de dias, vai ser "posto em marcha, outra vez, a partir de segunda-feira".

"Vamos retomar acelerando e recuperando o atraso" destes quatro, cinco dias em que não se administrou esta vacina, assegurou o vice-almirante Gouveia e Melo. 

Uma decisão que acontece depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter concluído que a vacina em causa é "segura" e "eficaz". 

Depois de uma investigação nos últimos dias dos especialistas do regulador europeu, Emer Cooke garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca "não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos" nalguns dos vacinados com este fármaco. 

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto 

Cuidado, não emprenhem pelos ouvidos com as vacinas!

Um jornalista do Expresso tem o palpite de que hoje vamos ter um dia agitado em Portugal. Sério? Que bom. Afinal vai ser derrubada a rotina de borregar, bocejar, andar dormente e a modos que autómatos com bip-bipes que mais nos desumanizam que outra coisa. Até parece que servimos a voz do dono como carneirinhos que somos e só vamos para o pasto se esse tal dono abrir a porta do redil onde já comemos a erva toda – que até era de muito má qualidade e está toda rapada, ingerida e já cagada.

Bom dia. A seguir vão ter o vosso/nosso Expresso Curto. Oferta do tio Balsemão/Impresa. Pois.

Hoje, pela parte do PG, não lhe vamos dar nenhuma seca. Passamos a palavra ao jornalista Ricardo Marques, lá do burgo do dono do Curto. Ele abre a coluna útil com mais AstraZeneca, a vacina que mata – no pior dos casos. O que falta saber é quais são os outros ingredientes das vacinas desta e daquela marca (farmacêutica) e o que nos vai sair na rifa futuramente – isso se não nos matarem logo ou nos causarem diarreia, vómitos, ou até nos engravidarem – homens, mulheres e crianças. Boa, ficarmos todos grávidos não deve ser objetivo das vacinas, imunizarem-nos do covid-19 seria… Mas nunca se sabe. Até porque se engravidasse quem se dispuser a inocula-la era mau. O que se fala é de controle da população globalmente. Parece que só se pode viver até aos 75 anos, no máximo, e urge nascerem menos crianças. Não, as vacinas, por mais mixórdias que tiverem, não foram criadas para nos engravidar. Boa. Parece que há gente a mais neste mundo e os cérebros dos iluminados que põem e dispõem estão a ver que maroscas podem progressivamente irem pondo em prática cá para nós, os trouxas. Não lhes chegam as vítimas das guerras, dos desastres naturais e das doenças que já conhecemos e nos tramam e matam. Bolas, logo tinham de inventar o covid-19. E a seguir será o covid-20? Não sabemos. Eles é que sabem. Estudaram - ou compraram os diplomas doutorais - para quê. Hem? Pois.

Dar tempo e espaço ao Curto é o que faremos de seguida. Cuidado, não emprenhem pelos ouvidos, nem pelos olhos, nem por orifício nenhum!

Brincamos ou o quê? Pois. Passe então para algo sério: o Curto é desses. Vá ler. Vale.

Bom dia, boa tarde, boa noite. Ler isto é bom é sinal de que estamos vivos… Bem, mais mortos que vivos, mas não se pode ter tudo. Não é?

PG

Bissau | Deputado guineense Marciano Indi denuncia nova tentativa de rapto

Líder da bancada parlamentar da APU-PDGB diz ter sido alvo de uma alegada tentativa de rapto por parte de agentes da Polícia de Intervenção Rápida. Governo remeteu reação a denúncia para "tempo oportuno".

Marciano Indi, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Social Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB) no Parlamento, disse que o ato aconteceu na madrugada desta quarta-feira (17.03), na sua residência, em Safim, a 25 quilómetros de Bissau.

O político foi raptado e espancado no dia 22 de maio do ano passado, em plena luz do dia, quando se dirigia para a sua residência, vindo da capital guineense, por desconhecidos.

Marciano Indi faz parte do grupo de dirigentes da APU-PDGB que apoiaram a candidatura de Domingos Simões Pereira, na segunda volta das eleições presidenciais de 2019, enquanto o líder do partido, o atual primeiro-ministro, Nuno Nabiam, apoiou Umaro Sissoco Embaló, agora Presidente da Guiné-Bissau.

Na segunda-feira, Batista Té, amigo e companheiro de Marciano Indi na APU-PDGB denunciou, em conferência de imprensa, estar na posse informações de que Indi poderia ser novamente raptado.

"O objetivo desta vez é raptar para me matarem", observou hoje Marciano Indi, acrescentando que o ato só não se consumou devido à ação de um grupo de jovens que têm feito vigilância na sua residência desde maio. Os elementos da PIR terão dito aos jovens que estavam no encalço de um ladrão, referiu Marciano Indi.

Viagem de João Lourenço ao Dubai suscita polémica em Angola

Alguns cidadãos entendem que o Presidente de Angola terá ido ao Dubai negociar com a empresária Isabel dos Santos e o pai, José Eduardo dos Santos. Analistas ouvidos pela DW África mostram-se divididos.

As relações entre o antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e o atual, João Lourenço, há muito que são questionadas pelos cidadãos.  

No início do seu mandato, o "exonerador implacável", como é conhecido em Angola, acusou o seu antecessor de deixar os cofres do Estado vazios. Na altura, a acusação foi refutada por José Eduardo dos Santos, numa conferência de imprensa na qual não foram permitidas perguntas de jornalistas.

A situação terá se agudizado com os processos crimes instaurados pela procuradoria angolana contra a empresária Isabel dos Santos, bem como o arresto e congelamento das suas contas no âmbito da "cruzada contra a corrupção” do Presidente Lourenço.

Lixo em Luanda, uma oportunidade de enriquecimento para a governadora?

Nuno Dala apelida a imundice em Luanda como "engenharia política do caos". Ativista acusa governadora da cidade de criar empresas para "abocanhar" parte dos 34 mil milhões de kwanzas atribuídos para sanar o problema.

A capital angolana, Luanda, tem sido afetada nos últimos tempos por um grave problema de recolha de lixo. A situação agudizou-se com as fortes chuvas que caíram nesta terça-feira (16.03), que provocaram inundações em alguns bairros da cidade, devido a dificuldades de escoamento das águas. 

Sobre a situação, a DW África ouviu o ativista angolano Nuno Dala, para quem o caos que se vive em Luanda ilustra "um país que não tem sequer sido governado".

DW África: Porquê considera que Angola não é governada?

Nuno Dala (ND): Eu, enquanto cidadão e ativista, quando olho para a quantidade de lixo que Luanda tem naturalmente vejo ali um recado que me remete para a imagem de um país que não tem sequer sido governado. Quando se diz que Angola tem sido má governada não estamos a ser efetivamente honestos, o lixo representa a governação sem projeto do MPLA, manter o caos para se manter no poder.

Moçambique | ONG denuncia decapitação de crianças em Cabo Delgado

Crianças, algumas de apenas 11 anos, estão a ser assassinadas na província moçambicana de Cabo Delgado, denunciou esta terça-feira (16.03) a ONG britânica Save the Children, que divulgou relatos de famílias deslocadas. 

"Naquela noite, a nossa aldeia foi atacada e casas foram queimadas. Quando tudo começou, eu estava em casa com os meus quatro filhos. Tentámos escapar para a floresta, mas eles agarraram o meu filho mais velho e decapitaram-no. Não podíamos fazer nada porque também seríamos mortos."

O testemunho desta mãe é um dos relatos trazidos a público, esta terça-feira (16.03), pela organização Save the Children, que denuncia o assassinato de crianças pelas mãos de insurgentes em Cabo Delgado.

"A Save the Children está indignada e profundamente entristecida por relatos de que crianças estão a ser alvos deste conflito. Todas as crianças têm direito à vida e à segurança e as crianças devem ser protegidas em todas as circunstâncias, incluindo guerras e conflitos armados. Para as crianças que podem ter testemunhado o assassinato de seus irmãos, o seu sofrimento pode durar anos", continua a ONG.

Para Chance Briggs, diretora nacional da Save the Children em Moçambique, "todas as partes neste conflito devem garantir que as crianças nunca sejam alvos."

"Eles devem respeitar as leis humanitárias internacionais e de direitos humanos e tomar todas as ações necessárias para minimizar os danos civis incidentais, incluindo o fim de ataques indiscriminados e desproporcionais contra crianças", reitera.

Moçambique | Nyusi desafia novo chefe das Forças Armadas a travar terrorismo

É missão das Forças Armadas de Moçambique "eliminar todo o tipo de ameaça à soberania", incluindo o terrorismo, declarou o Presidente Filipe Nyusi na tomada de posse do novo chefe do Estado-Maior General, em Maputo.

O chefe de Estado moçambicano apontou hoje a eliminação do terrorismo em Cabo Delgado como a principal missão do novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Joaquim Rivas Mangrasse.

"É missão das Forças Armadas eliminar todo o tipo de ameaça à nossa soberania, incluindo o terrorismo e seus mentores, que não devem ter sossego e devem se arrepender de ter ousado atacar Moçambique", declarou Filipe Nyusi na tomada de posse, em Maputo.

Joaquim Rivas Mangrasse, que era chefe da Casa Militar da Presidência da República desde 2015, foi indicado para o cargo em substituição de Eugénio Mussa, que morreu vítima de doença em fevereiro, três semanas após a sua nomeação para a função.

Na altura, diversos analistas convergiram na ideia de que as "mexidas" iam no sentido de reforçar a resposta das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM).

Países africanos suspendem imunização com AstraZeneca

Alguns países africanos suspenderam o plano de vacinação contra a Covid-19 com a AstraZeneca devido a alegados efeitos colaterais. Imunizante está a ser distribuído pela iniciativa de vacinação global Covax.

A maioria dos países de África baseou o plano de imunização em massa com a vacina da parceria entre a empresa AstraZeneca e a Universidade de Oxford (AstraZeneca). O imunizante está a ser distribuída ao abrigo da iniciativa de vacinação global Covax, mas o receio sobre os efeitos da vacina está instalado em vários países.

O ceticismo sobre a AstraZeneca espalha-se em nível global. Na Europa, vários países, incluindo a Alemanha, anunciaram a suspensão temporária da administração da vacina na sequência de relatos de efeitos colaterais - como formação de coágulos no sangue e mortes.

Apesar das dúvidas, a Agência Europeia de Medicamentos garante que os benefícios da vacina superam os riscos. O Gabinete da Organização Mundial da Saúde para África segue a posição europeia de que não há evidências que comprovem a ineficácia da vacina da AstraZeneca.

Para a secção africana da OMS, "a vacina pode continuar a ser administrada enquanto a investigação sobre a formação de coágulos sanguíneos continua". 

De acordo com os números da OMS, mais de catorze milhões de doses de vacinas já foram entregues em África. Cerca de 736 mil foram já administradas. 

Morreu John Magufuli, Presidente da Tanzânia

Com 61 anos, o Presidente tanzaniano morreu, esta quarta-feira (17.03), após semanas de especulação de que estava infetado com Covid-19. A notícia foi dada pelo governo.

O Presidente da Tanzânia, John Magufuli, morreu aos 61 anos devido a doença cardíaca, informou, esta quarta-feira (17.03), a vice-presidente do país, Samia Suluhu, numa mensagem televisiva dirigida ao país.

Magufuli, que não aparecia em publico desde 27 de fevereiro dando azo a vários rumores sobre a sua saúde, morreu em Dar es Salam, capital económica de Tanzânia, precisou Suhulu.

A vice-presidente da Tanzânia tinha já dado indicações na segunda-feira (15.03) de que o chefe de Estado poderia estar doente ao apelar à "unidade" dos tanzanianos "através da oração".

Há semanas que circulavam rumores sobre a saúde de Magufuli, que davam conta de que teria procurado ajuda médica no estrangeiro, depois de ter sido infetado com o novo coronavírus, de acordo com a oposição no país. 

Magufuli, que foi visto pela última vez em público em 27 de fevereiro, negava a existência do novo coronavírus no país, afirmando que a Tanzânia estava "livre" de covid-19, em virtude das orações dos tanzanianos.

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