terça-feira, 16 de novembro de 2021

JOGOS DE SOMBRAS NEOCOLONIAIS EM CABO DELGADO

TODO O CONTINENTE AFRICANO, SALVO EXCEPÇÕES RARAS, ESTÁ TOMADO PELOS JOGOS DE SOMBRAS NEOCOLONIAIS!

Martinho Júnior, Luanda 

Perante a extrema vulnerabilização de África, o “hegemon” reforça o Africom, no implícito jogo de sombras inteligentes que alimentam os caudais de seus dispositivos de ingerência, de manipulação e com vocação de caos, de terrorismo e de desagregação, dispositivos fluidos aptos ao fortalecimento tónico das vias neocoloniais!

Neste momento absorve e avassala as experiências coloniais, como tacitamente as experiências jihadistas e com o reaproveitamento dessa perfídia que nada tem a ver nem com democracia, nem com direitos humanos, nem com a ânsia de liberdade de povos ávidos de justiça social, nem com o respeito devido à Mãe Terra, alimenta a mentira avassaladora de sua própria saga, colectando tudo o que de mais retrógrado pode digerir e implicar!...

O “hegemon” não tem concerto (jamais o capitalismo terá concerto) e aplica refinadamente em África o que cultivou de há mais de 20 anos no Médio Oriente Alargado!

Neste momento: pobre Moçambique, mais uma nação adiada impunemente pela cobiça capitalista neoliberal!


01- A Argélia destaca-se hoje por que a luta contra as sequelas do colonialismo nunca foi abandonada, é ainda sua trincheira e por isso, seu governo é dos poucos que em África é capaz de decifrar o estendal colonial e neocolonial que se abate sobre o continente tornado cada vez mais vulnerável e ultraperiférico:

. A Argélia filtra os conluios entre as casas reais de Espanha e de Marrocos, que se refletem no contencioso da colonização do Sahara, apesar da ONU e da União Africana;

. A Argélia filtra o sulfuroso jihadismo sunita/wahabita financiado desde as casas monárquicas arábicas por forças coligadas do “hegemon” que impactaram sobretudo sobre a Síria e se expandiram tacitamente por África a ponto de justificarem o argumento essencial do Africom/NATO, a partir da destruição da Jamairia Líbia e do assassinato de Kadafi há 10 anos;

. A Argélia filtra a sinuosa viscosidade otomana nos seus esforços concorrentes para disseminar em África uma outra inteligente versão jihadista ao jeito dos Irmãos Muçulmanos;

. A Argélia filtra a FrançAfrique em todas as suas versões, mas particularmente no seu “tradicional” papel na África Ocidental e no Sahel, com incidência maior no Mali, dez anos depois da destruição da Jamairia Líbia e do assassinato de Kadafi;

. A Argélia sabe que desde o Mali que há a acusação à FrançAfrique de estar a treinar jihadistas em Kidao, uma área tuaregue em que antes foi proclamada a independência da Azawad; o actual governo do Mali (resultante do último golpe de estado militar deMaio de 2021) acusa mesmo a França de “estar a treinar os jihadistas que o Mali combate” (uma opção que.a ser verdade, expande para dentro de África iniciativas similares detectadas antes no Médio Oriente Alargado) em Kidal, um enclave onde as forças malianas estão proibidas de acesso;

. A Argélia conseguiu garantir seus interesses sobre o petróleo e o gás explorados e refinados no país, impedindo que a França submetesse esses sectores aos seus próprios desígnios, pelo que tem vindo a acompanhar desde sua independência, os acontecimentos do âmbito FrançAfrique, em especial os que de algum modo se referem às matérias-primas e indústrias energéticas.

Timor-Leste | Ramos Horta eleito presidente da UMDP

M. Azancot de Menezes*

José Ramos Horta, ex-Presidente da República Democrática de Timor-Leste, e Prémio Nobel da Paz, foi eleito Presidente do Conselho Presidencial da União dos Movimentos Democráticos e Patrióticos (UMDP).

A 1ª Convenção Nacional da UMDP decorreu no dia 25 de Setembro, onde José Ramos Horta foi eleito, e o evento do passado dia 29 de Outubro realizou-se para o lançamento oficial da Direcção e dos seus Órgãos Sociais, na Sé Catedral de Díli, com a presença do Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José da Costa Belo, do Presidente da Autoridade da Região Administrativa Especial de Oécusse-Ambeno, José Luís Guterres, vários políticos, religiosos, académicos e líderes comunitários.

Nos termos do artigo 1 do Estatuto Orgânico da UMDP, a grande finalidade deste Movimento Cívico é, pela via constitucional, legal e pacífica:

“Defender o Estado de Direito Democrático, a Constituição e consolidar a Democracia,  por forma a que seja entregue ao povo de Timor-Leste as  plenas condições de liberdade para que possa exercer o seu direito político, social, cultural e económico no processo da Construção do Estado e Reconstrução Nacional”.

(Artigo 1 do Estatuto Orgânico da UMDP)

O pensamento que se extrai do espírito e da letra da expressão “pela via constitucional, legal e pacífica”, associada ao conteúdo do Artigo 1 dos Estatutos da UMDP, rapidamente leva a concluir que houve um entendimento muito lúcido no sentido dos  líderes das sete organizações que integram a UMDP tomarem a (sábia) deliberação de convidar uma personalidade com determinadas características, necessárias para liderar o processo no quadro do objecto estratégico do Movimento.

Esta consciência, melhor dizendo, este bom discernimento, também é defendido por Avelino Coelho na medida em que no seu discurso proferido na Convenção Nacional realçou que “qualquer organização, movimento ou força social-política que agrega diversas tendências só poderá exercer em pleno os seus ideais e programas quando for liderado por uma liderança sábia e de grande influência no palco interno e externo”.

SARAMÁGICO DA LITERATURA - o centenário

José de Sousa Saramago foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. -- Wikipédia

Saramago, nascido em 16 de Novembro de 1922, em Azinhaga, Golegã, Portugal. Faleceu em 18 de Junho de 2010, em Tias, Espanha. Comemora-se o seu centenário a partir de hoje. Tributos é o que não faltam, até mesmo daqueles que não o reconheciam como grande mágico das palavras – entre eles um obnóxio (funesto) ex-presidente da República, Cavaco Silva.

Saber sobre ele sem o ler é cousa nenhuma. Lê-lo é o melhor tributo que devemos e lhe podemos prestar. Herdámos dele um grande manancial de culturas e saberes. Saramágico da literatura e da vida que ainda vive e viverá entre todos nós, até mesmo entre os que em tempos o abominaram ou pura e arrogantemente tudo fizeram para o ignorar – uma postura impossível, como vimos.

Algumas obras de Samaramago (livros e filmes) -- Wikipédia

Redação PG

FERA INDOMÁVEL


 Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal tem risco elevado de corrupção no sector da defesa e segurança

Índice divulgado pela Transparência Internacional assinala que os dados revelam a persistência de “uma diferença acentuada” entre o reporte público de informação pelo Ministério da Defesa Nacional e pelos diferentes ramos das Forças Armadas.

Portugal tem risco elevado de corrupção no setor da defesa e segurança, com 44 pontos em 100 possíveis, abaixo da média europeia de 59/100, de acordo com a Transparência lnternacional, que publica esta terça-feira o Government Defence Integrity Index 2020, com a área de risco operacional a ser aquela que mais se destaca pela negativa, com uma pontuação de zero pontos.

O índice, que versa sobre a qualidade dos controlos institucionais para gerir riscos de corrupção nas instituições de defesa e segurança, coloca Portugal a demonstrar uma evolução positiva relativamente aos dados de 2015, ainda que tenham existido alterações de metodologia que impeçam uma comparação directa. A Transparência Internacional destaca uma evolução positiva para as áreas temáticas do risco político e dos riscos associados à gestão de pessoal, mas continuam a registar-se problemas na prevenção e mitigação de riscos decorrentes da falta de fiscalização.

“A Assembleia da República continua a não exercer todo o espectro de poderes fiscalizadores que são sua prerrogativa. A Comissão de Defesa Nacional, por exemplo, não fiscaliza a ação do Ministério da Defesa Nacional com o detalhe e a distância que lhe compete”, refere Karina Carvalho, diretora executiva da Transparência Internacional Portugal, em comunicado.

Portugal | A maioria absoluta ou o país?

Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

Vale a pena lembrar o que disse António Costa na noite das eleições de 2019. Declarava o líder do PS que "os portugueses gostaram da geringonça", que queriam a continuação desta solução política e que era dever do Governo contribuir para essa estabilidade. António Costa tinha razão sobre estes compromissos. E esqueceu-os logo a seguir.

Ao rejeitar um acordo escrito com o Bloco, António Costa anunciou uma escolha: o país seria governado à vista, com acordos pontuais e convergências momentâneas. Esta escolha foi também uma revelação: o PS dispensava a esquerda na sua governação. O problema é que a essência da geringonça era precisamente a disponibilidade para entendimentos à esquerda em áreas cruciais para a vida do país.

Se em 2015 António Costa foi forçado pelas circunstâncias a um acordo com a esquerda, a partir de 2019 limitou-se a invocar a memória de uma solução passada para exigir a Bloco e PCP que aprovassem os orçamentos. Enquanto isso, o PS juntava-se à direita para chumbar as propostas destes dois partidos sobre o trabalho, os serviços públicos ou a política fiscal. Onde a esquerda queria compromissos estruturais, António Costa preferiu uma política de remendos.

Portugal | Rui Moreira pode perder na justiça mandato ganho nas urnas

Presidente da Câmara do Porto arrisca pena de dois a oito anos se for considerado culpado de prevaricação

Rui Moreira começa, esta terça-feira, a ser julgado no Tribunal de São João Novo. O presidente da Câmara do Porto responde por um crime de prevaricação por - sustenta o Ministério Público (MP) - ter beneficiado a imobiliária da família, a Selminho, prejudicando os interesses do Município. Se for condenado, a pena vai de dois a oito anos de prisão. Além disso, também se arrisca a perder na Justiça o mandato conquistado nas urnas há apenas dois meses.

A acusação foi validada em maio pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC), mas o autarca mantém que a mesma "não tem fundamento". A decisão está nas mãos do tribunal. Seja qual for, caso haja recursos, dificilmente haverá um desfecho antes de Moreira completar o seu terceiro mandato, em 2025.

Mesmo assim, há quem defenda que a pena acessória apenas se aplicaria ao mandato no qual se praticaram os factos. É o caso de Tiago Rodrigues Basto, advogado de Rui Moreira. "O mandato que seria perdido seria sempre o mandato em que os factos se praticaram. Não pode ser de outra forma", avança o causídico. Ou seja, apenas estaria em cheque o primeiro mandato de Moreira, entre 2013 e 2017.

Em sentido contrário, a jurisprudência mostra que vários autarcas foram "exonerados" em mandatos posteriores aos dos factos julgados, num caso até já estava noutra autarquia Em 2018, José Amarelinho viu-se forçado a abandonar a presidência de Aljezur, por um crime de prevaricação cometido entre 1990 e 2008, quando era só vice-presidente. Em 2019, Luís Mourinha perdeu a Câmara de Estremoz, por um crime de prevaricação de 2010. Em 2013, Macário Correia foi condenado a perda da Câmara de Faro por licenciamentos ilegais em 2005 e 2007 quando presidia ao Município de Tavira.

Xi avisa Biden para "não brincar com o fogo" na questão de Taiwan

Joe Biden advertiu Xi Jinping que os EUA "opõem-se veementemente" a qualquer "tentativa unilateral de mudar o 'status quo' ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan".

O Presidente chinês alertou o homólogo norte-americano que trabalhar em prol da independência de Taiwan seria "brincar com o fogo", à medida que a China aumenta a pressão militar sobre a ilha.

"As autoridades taiwanesas tentaram repetidamente contar com os Estados Unidos para alcançarem a independência e algumas [forças políticas] nos Estados Unidos estão a tentar usar Taiwan para conter a China", observou Xi Jinping.

"É uma tendência muito perigosa, que equivale a brincar com o fogo", frisou o chefe de Estado chinês, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Joe Biden, por sua vez, advertiu Xi Jinping que os Estados Unidos "opõem-se veementemente" a qualquer "tentativa unilateral de mudar o 'status quo' ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan", indicou um texto publicado pela Casa Branca, no final do encontro, por videoconferência.

O Presidente norte-americano reafirmou, recentemente, por duas vezes, o compromisso dos EUA em defender Taiwan, no caso de um ataque da China.

A EUROPA POR UM FIO…

# Publicado em português do Brasil

Os líderes europeus têm os olhos bem abertos mas são demasiado covardes para ver e actuar

Strategic Culture Foundation | editorial

A condescendência da Europa sobre uma questão vital para a sua própria segurança é deplorável. A situação da Ucrânia está a tornar-se cada vez mais incandescente. No entanto a União Europeia não está a fazer nada para prevenir o perigo. De facto, pode dizer-se que o bloco está a agravar o perigo da confrontação e da guerra.

As tensões geopolíticas no continente estão a ser agravadas por uma crise fronteiriça com a Bielorrússia e a Polónia, que a União Europeia tem exacerbado por cínicas razões políticas. Estas tensões estão a somar-se à instabilidade na Ucrânia e na região do Mar Negro.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Rússia reuniram-se com os seus homólogos franceses em Paris na sexta-feira 12 para conversações "2 mais 2" sob os auspícios do Conselho de Cooperação Russo-Francês. No topo da agenda estavam os desafios à segurança regional decorrentes do conflito na Ucrânia.

Antes da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov reprovou tanto a França como a Alemanha por "minarem" as perspectivas de paz na Ucrânia.

A Rússia, França e Alemanha são garantes dos Acordos de Minsk de 2015, os quais estabelecem um roteiro para uma resolução pacífica da guerra civil na Ucrânia. Essa guerra irrompeu em 2014 quando os Estados Unidos e a UE apoiaram um golpe de Estado em Kiev no mesmo ano. O então recém-instalado regime de Kiev lançou uma guerra contra a região de Donbas no sudeste da Ucrânia porque a população de etnia russa dali não reconheceu o novo governo.

COP26. Entre o optimismo do grande capital e o pessimismo dos povos

A conferência onde a delegação maior era a dos lobistas da indústria dos combustíveis fósseis fez grandes declarações para poucas medidas concretas.

Após duas semanas de negociações na cidade escocesa de Glasgow, os 200 países ali reunidos acabaram por assinar um documento que tem sido fortemente criticado pelas organizações ambientalistas e mesmo por muitos estados que o assinaram.

«Para países como o meu, que terão de transformar o ambiente físico nos próximos anos para sobreviver à investida das alterações climáticas, este acordo é um passo extremamente crítico que - por muito fraco que seja - não nos podemos dar ao luxo de perder», disse o representante das Ilhas Marshall na cimeira, citado pelo site espanhol El Salto.

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