Artur Queiroz*, Luanda
Mark Milley chefão militar dos EUA, aconselhou os jovens do seu país a estarem prontos para a guerra. Naquelas bandas a bebedeira belicista está no máximo. Mykhailo Podolyak “conselheiro” do Zelensky, disse numa entrevista que “cessar-fogo na Ucrânia nunca, temos de derrotar militarmente a Rússia”. É muita droga no papo. O actor servo do povo ucraniano já não diz coisa com coisa. Um dia defende uma solução diplomática para o conflito e no dia seguinte bolsa paleio de nazi. Disse a António Costa: “Não tenham medo da Rússia, estejam unidos contra eles. Nós somos o punho que os golpeia até à derrota”. Quando a ganza é leve quer diplomacia. Quando injecta ou snifa, é porrada até os russos irem ao tapete.
Ainda se lembram dos Acordos de Minsk? Pois, pois, já não se lembram. É proibido falar deles. Por isso eu falo. Foram assinados em 2014 e 2015 pelo governo ucraniano e os separatistas do Leste da Ucrânia. Kiev nunca os cumpriu, jamais respeitou o acordado. Mas, segundo o presidente francês Emanuel Macron, “Os acordos de Minsk são o único caminho que permite construir a paz e encontrar uma solução política sustentável.” Já se esqueceu desta opinião.
Após o golpe militar de 2014 na
Ucrânia contra o presidente eleito, que levou ao poder forças assumidamente
nazis (Revolução Maidan), surgiu imediatamente um movimento separatista no
Leste da Ucrânia. Kiev tentou afogar em sangue os revoltosos de Donetsk e
Lugansk que proclamaram, unilateralmente, repúblicas populares. As tropas
ucranianas tiveram pesadas derrotas. Foi assinado o Acordo de Minsk, parte um,
que restabeleceu a paz. As autoridades de Kiev não respeitaram o acordado e a
guerra regressou
Entre 12 e 15 de fevereiro de 2015, representantes da Ucrânia, Rússia, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e os líderes das regiões separatistas sentaram-se à mesa e negociaram. Participaram também o presidente Vladimir Putin, o presidente François Hollande e a chanceler alemã, Ângela Merkel. O acordo foi assinado e tem 13 pontos.
A segunda versão do Acordo de Minsk previa a adopção de uma nova Constituição ucraniana, na qual se reconhecia a autonomia das regiões de Donetsk e Lugansk. A Lei Constitucional garantia às repúblicas populares a autodeterminação linguística, a nomeação de procuradores e juízes com a intervenção das autoridades locais, cooperação transnacional entre as repúblicas populares e as regiões da Rússia, com o apoio das autoridades centrais.