sábado, 25 de março de 2023

Portugal | LUTAS SALARIAIS DESAVERGONHADAS

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Ontem, o Governo anunciou um novo conjunto de medidas de apoio "às famílias mais vulneráveis e às empresas". No que se refere às famílias (vergonhosamente já temos um milhão e setenta mil famílias com direito a esse "excecional" apoio de um euro por dia), são pequeníssimas "esmolas", algumas delas apenas promessas incertas. Sendo uma resposta insuficiente e tardia, ela só existe porque há um crescendo da luta social. Todavia, a necessidade do aumento dos salários continua ausente dos discursos ministeriais e, sem esse aumento, nos setores privado e público, não se resolvem as carências com que os portugueses se debatem.

Os responsáveis do setor financeiro insistem na necessidade de se manterem as políticas de desvalorização salarial que vêm sendo impostas há longo tempo, em nome de respostas a crises diversas. No setor privado, salvo raríssimas exceções, aqueles que amealham os ganhos vindos da inflação não se dispõem a travar a apropriação de riqueza e a negociar com os trabalhadores e os seus sindicatos a melhoria dos salários. Governo e grandes poderes privados colocam, sem pingo de vergonha, as políticas salariais entregues às sobras que ficarão das apropriações de riqueza a que entendem ter direito, e à sua solidariedade caritativa que, por agora, só é obrigada a chegar até aos mais pobres dos pobres.

Na quinta-feira, foi apresentado, em Lisboa, um livro titulado "A persistência da desvalorização do trabalho e a urgência da sua revalorização", coordenado por Maria da Paz Campos Lima e José Castro Caldas, resultante de um estudo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, realizado entre 2018 e o final de 2022. Nele participaram 12 investigadores com formações diversas e com focos de investigação em políticas económicas e sociais e da União Europeia.

Da sua leitura decorrem as seguintes constatações: i) a escalada da desvalorização salarial iniciou-se em 2010, disparou com o memorando da troica e com o corte de salários nominais imposto pelo Governo PSD/CDS; ii) teve efeitos prolongados na reconfiguração da estrutura produtiva, a favor do crescimento de setores de baixo valor acrescentado e baixos salários; iii) em 2019 parecia haver um consenso para a valorização salarial, mas a pandemia foi de imediato aproveitada para o prosseguimento da desvalorização; iv) agora, a inflação trouxe o regresso agressivo da retórica falaciosa do sacrifício dos salários.

Castro Caldas, constatando este percurso e ao observar a desfaçatez dos argumentos de banqueiros, de grupos empresariais e do Governo, afirmou que, "contra esta desvergonha, os trabalhadores só têm um caminho a seguir: desenvolverem lutas salariais desavergonhadas". Este tem de ser o caminho. O alojamento, a restauração, os serviços de limpeza e de segurança (e até parte da agricultura), pelas suas caraterísticas limitadoras do crescimento da produtividade, dificilmente incrementarão a melhoria dos salários. O Governo coloca sistemáticos condicionalismos orçamentais, as "contas certas", a justificar a contínua perda salarial dos trabalhadores da Administração Pública. As atuais dinâmicas de emigração e de imigração são causa e efeito de baixos salários.

No presente é bem visível que a degradação do SNS, da Escola Pública, do Sistema de Justiça está profundamente relacionada com a desvalorização salarial e das profissões desses setores. Sem salários dignos e profissões valorizadas, não há direitos fundamentais, não há democracia.

*Investigador e professor universitário

Marinheiros | "Processos arriscam-se a ser uma farsa porque estão pré-decididos"

PORTUGAL

Advogado de defesa dos 13 marinheiros que se recusaram a embarcar no navio patrulha Mondego não reconhece que não tenha havido o cumprimento de uma ordem e critica o que chama de "inaceitável reprimenda" por parte do Chefe do Estado-Maior da Armada.

Rosália Amorim e Pedro Cruz entrevistam Garcia Pereira na TSF - publicada em Diário de Notícias

Advogado da tripulação do Navio da República Portuguesa Mondego, que recusou a missão que lhe estava destinada a 11 de março, também ele um revolucionário, já começou a defesa dos militares partindo para o ataque. Criticou o Chefe do Estado-Maior da Armada, considera que os processos disciplinares são apenas uma fachada e acusa a Marinha de apagar provas das deficiências técnicas que existiam no navio Mondego. Numa altura de águas turvas na Marinha, conversámos com António Garcia Pereira, ex-dirigente do MRPP, advogado.

A ENTREVISTA

O senhor defende a tripulação da guarnição do Mondego, mas estes 13 militares não cumpriram a missão que lhes estava destinada nem a disciplina e os chamados valores militares. Qual é o seu ângulo de defesa?

Antes de mais, devo dizer que sou eu e o dr. Paulo Graça os advogados dos tripulantes. Não reconhecemos nem aceitamos que tenha havido incumprimento de missão. Este é um primeiro facto. Segundo, quero dizer que estou aqui autorizado pelo presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados a prestar declarações visando a defesa da honra e da dignidade dos meus constituintes. Não me vou pronunciar sobre os factos, mas que posso dizer sobre essa matéria, é o seguinte: até agora, aquilo que o país conhece é a verdade da Marinha. Para ser mais exato, a verdade do sr. almirante Gouveia e Melo.

Não reconhece que tenha havido o incumprimento de uma ordem. É isso?

Não reconheço que tenha havido incumprimento de uma ordem. E não vou adiantar mais sobre essa matéria, não só porque deontologicamente não me é permitido, como também porque estamos perante dois tipos de processos, que estarão neste momento em curso, uns disciplinares e outros criminais, em que o ónus da prova em qualquer deles é da acusação. E, portanto, a defesa aguarda tranquilamente que a acusação em qualquer desses dois processos diga ao que vem e o que exatamente imputa. E, declarações a um órgão de comunicação social ou autos de fé em público filmados pelas televisões que se chamam, não são aquilo que num Estado de Direito se exige que se faça quando não há um processo sancionatório, seja ele de natureza disciplinar ou criminal. Ou seja, investigações, dedução de uma acusação com a indicação das circunstâncias tempo, modo e lugar dos factos que são imputados aos acusados, prazos e oportunidade para estes apresentarem a sua defesa, dizerem o que têm a dizer sobre essa imputação, requererem diligências de prova.

Finalmente, tratando-se de processos disciplinares, a formulação de um relatório final com uma proposta de uma decisão, aplicação, se for o caso, de uma decisão devidamente fundamentada e comunicada formalmente aos acusados. É isto que em matéria disciplinar se exige. Na parte criminal todos sabemos: investigações, dedução de uma acusação, pronúncia sobre essa acusação, eventualmente se houver acusação formal - e isto já no sentido técnico-jurídico -, a possibilidade de requerer a abertura de instrução, pronúncia ou não pronúncia, e depois realização de julgamento que é onde num processo-crime num Estado de Direito democrático se faz verdadeiramente a prova. E, portanto, é isso que aguardamos porque o que aconteceu até agora foi, recordemos, depois dos acontecimentos, quarta-feira de manhã, todos os tripulantes, incluindo estes 13 são chamados a desempenhar uma tarefa de limpar o navio de alto a baixo para parecer depois nas filmagens que foram feitas como um brinquinho. Depois de limpas as paredes, evidentemente, não se foi aos porões, que são um ponto importante nesta matéria, a seguir chama-se duas televisões para o interior do navio e, primeiro o comandante do navio e mais tarde o almirante Chefe do Estado-Maior da Armada produzem declarações que, por um lado, apresentam um pré-juízo e, por outro, representam também a divulgação de matérias que supostamente estariam sob segredo. Vimos o comandante do navio a prestar declarações naquela que seria a sua visão naquele momento. E depois vimos o almirante Gouveia e Melo, primeiro aqui no continente, a prestar declarações que implicavam já um juízo e uma decisão sobre o que se tinha passado, uma ida para uma cena absolutamente inaceitável que é pregar-se uma reprimenda deprimente, humilhante e vexatória, mas chamando-se a imprensa para a filmar e, logo a seguir, embarca na Madeira no avião da Força Aérea, carregado de material que foi destinado às reparações e modificações que tenham sido necessárias. E, entretanto, estes homens foram apresentados como irresponsáveis, amotinados, revoltosos, sem nunca se terem podido defender. E esta é a situação que a defesa tem que começar por rejeitar e rejeita-a duramente porque isto representa uma violação de direitos de defesa fundamentais e é suscetível ela própria de representar infrações disciplinares e criminais.

Portugal | O APOIO ÀS FAMÍLIAS

Henrique Monteiro | Henricartoon

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS EM TIMOR-LESTE EM 21 DE MAIO

Tribunal de Recurso timorense valida candidaturas de 17 partidos a legislativas de 21 de maio

Um total de 17 partidos políticos, a grande maioria sem qualquer representação parlamentar, foram validados pelo Tribunal de Recurso em Díli como candidatos às eleições legislativas timorenses de 21 de maio.

A lista final está detalhada num acórdão assinado hoje pelo plenário da mais alta instância judicial do país e a que a Lusa teve acesso.

A decisão foi já notificada a todas as forças políticas bem como aos órgãos judiciais, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"As listas de candidaturas que foram apresentadas pelos partidos políticos estão legalmente registadas neste Tribunal de Recurso e os candidatos que constam nestas listas não estão afetados por qualquer circunstância que tornem inelegíveis ou os limite no uso das suas capacidades", refere o acórdão.

A única exceção ao caso, refere, são as listas apresentadas pela Frente Mudança (FM) e pela Aliança Democrata (AD).

No caso da Frente Mudança (FM) os juízes consideram terem sido apresentadas duas listas de candidatos, tendo sido pedidos esclarecimento a ambas e, posteriormente, sido levada a cabo uma "tentativa de conciliação" sem que tenha sido alcançado "qualquer acordo".

ONU coloca Moçambique e Guiné-Bissau entre os 10 países mais pobres de África

A secretária-executiva adjunta da Comissão Económica das Nações Unidas para África afirmou que os dois países fazem parte da lista dos dez países em que 60 a 82% da população é pobre.

A secretária-executiva adjunta da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) disse este sábado que Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os dez países mais pobres de África, chamando a atenção para a degradação da economia do continente.

“Hoje, 546 milhões de pessoas estão a viver na pobreza, o que é um aumento de 74% face a 1990”, disse Hanan Morsy no final da 55.ª conferência dos ministros das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico africanos, que decorreu esta semana em Adis Abeba, e na qual afirmou que Moçambique e Guiné-Bissau estão na lista dos dez países onde entre 60 a 82% da população é pobre, sem dar mais dados.

“Os choques globais têm um efeito de cascata nos mais pobres em África através da inflação que, em 2022, ficou nos 12,3%, o que é muito mais elevado do que os 6,7% registados a nível mundial”, acrescentou a economista.

De acordo com as estimativas da UNECA, as famílias africanas gastam até 40% do rendimento familiar em produtos alimentares, pelo que o impacto da subida dos alimentos tem um “efeito mais severo em África, principalmente nos mais pobres”, afirmou.

Angola | NEGÓCIO DAS OSSADAS CHUMBOU NO EXAME – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Arrogância é excrescência de personalidades doentias, por isso não frequento nem aceito. Desde que enganei as estatísticas e continuei a viver para além da esperança de vida nunca mais fiz marcações para lá de duas horas. Para o dia seguinte, nem pensar. Não sou arrogante. Mas sou um crente incondicional na Ciência. O Professor Catedrático da Universidade de Coimbra Duarte Nuno Vieira, perito em antropologia forense, anunciou que exames de ADN revelaram que as ossadas de Sita Vales e José Van Dúnem entregues aos familiares não batem certo. Creio na Ciência e nos cientistas. Logo, é verdade.

Cuidado com a arrogância! Porque também é possível que os filhos dos golpistas tenham outros pais biológicos, mortos ou vivos. Quanto às mães, nada de dúvidas. Mas os bebés podem ter sido trocados na maternidade. Não comecem já a culpar o antigo ministro da injustiça e dos direitos desumanos, Francisco Queiroz, nem o seu suserano João Lourenço. Ou os seus amos. Sobretudo estes, porque atacá-los pode significar tiroteio nos pés, nas pernas, no coração e nos miolos. Como se sabe, o desalmado negociante de ossadas rastejava aos pés do irmão de Sita Vales e da irmã Francisca de José Van-Dúnem.

Este novo capítulo aberto pelos familiares dos golpistas de 27 de Maio começou antes da época. Costuma ser escrito mais para o fim de Abril. Este ano caiu em cima do 23 de Março, data em que as FAPLA derrotaram os invasores sul-africanos, destruindo o regime racista de Pretória. No Dia da Libertação da África Austral. O George Soros deve ter entrado com muito dinheiro. A nazi que manda na Comissão Europeia igualmente. O genocida Biden, certamente. A flausina que meche os cordelinhos dos fantoches em Luanda na qualidade de embaixadora da União Europeia, está metida no insulto, pelo menos até às cuequinhas de rendas. A embaixada dos EUA nem se fala. 

A operação de ontem meteu uma tal Cândida Pinto, cada vez mais mulher-a-dias engraxada com dinheiros passados por baixo da mesa. E, surpresa das surpresas, o filho de uma vítima, João Saraiva de Carvalho (sobrinho) mostrou-se com os filhos dos assassinos. O pai dele, Gilberto Saraiva de Carvalho (Gigi/Mano Carapau), foi assassinado no Luena. Duvido que existam as suas ossadas. A maka levantada pelo cientista Duarte Nuno Vieira tem a ver com o negócio das ossadas de Luanda. 

Angola | REALIDADE PREOCUPANTE

Kuma | Tribuna de Angola

Para além da ficção de Muangai, ao longo da história da sua existência, concretamente, com factos, a UNITA nunca passou de um grupo restrito dependente alienado, ligado a tibiezas e contradições que marcaram para sempre o seu ADN.

Jonas Savimbi para manter uma liderança totalitária, matou, mandou matar, e nunca teve a confiança de todos os seus seguidores, a selva nunca foi um determinismo político, foi sobretudo uma garantia de segurança, sobretudo depois do assassinato de Moisés Tshombé em Argel.

Lukamba Gato foi o tirano da herança da mais vil traição, efémera mas marcante que até hoje é odiado na militância do Galo Negro.

Isaías Samakuva nunca desfrutou a fidelidade dos notáveis traidores, foi consumido em lume brando, resistiu a Chivukuvuku, e com a UNITA dividida tentou entregar o Partido a uma nova geração.

Mas o ADN está lá, e as purgas seguiram-se de imediato, e a exemplo de Jonas Savimbi, sabendo quem tinha como companhia, mandou todos os filhos estudar para o estrangeiro. Jonas Savimbi, com 28 filhos, nenhum estudou em Angola, foi sempre um tirano solitário que sucumbiu como sempre imaginou.

Chegamos a ACJ, o sacerdote sem batina, ex-seminarista, bacharel, treinado bom parlante nos púlpitos do Vaticano, exemplo do político popularucho, ambicioso, portador de um narcisismo patológico, mas também ele, hoje, cercado de traidores internos que o fazem derivar para a clandestinidade do ativismo arruaceiro para sobreviver.

É aqui que se coloca a irracionalidade com que ACJ afronta a legalidade, é um público fora da Lei, um anarquista anti republicano, que transformou a UNITA num abrigo do terrorismo em Angola, como a proteção ao bandido Gangsta, uma porta aberta comprometida com o narcotráfico com a defesa de Man Gena, e com a subserviência total e completa aos saudosistas do colonialismo em Lisboa, do capitalismo selvagem através de lobbys.

Na realidade os projectos de governo, de sociedade, são generalidades vagas sem que possa ser tido como opção, é um vazio preenchido por um ruído que já se perde no tempo e que tão caro já custou ao país. E se de repente as autoridades descobrirem que a UNITA está dar guarida ao terrorista Gangsta? Pode hoje a UNITA e ACJ, publicamente demarcar-se deste activismo com nomes e condenar as repetidas agressões ao Estado Democrático de Direito?

Povos de Angola, cidadãos da Nação Angolana, Patriotas, NÃO, BASTA, CHEGA, são gritos presos na garganta que devem ecoar pela dignidade da cidadania, não podemos estar prisioneiros de quem quer comprometer o desenvolvimento e cercear a esperança de quem luta todos os dias por um amanhã melhor.

Ler em Tribuna de Angola:

TOP Rádio Luanda – E os vencedores de 2022 são… 

 Sabedoria e determinação

Ato de guerra dos EUA contra a União Europeia... Alta Traição contra o Povo da Europa

Ato de guerra dos EUA contra a União Europeia: o presidente Biden ordenou o ataque terrorista contra o Nord Stream. Alta Traição contra o Povo da Europa

Prof Michel Chossudovsky | Global Research, 23 de março de 2023 | # Traduzido em português do Brasil

Publicado pela primeira vez em 1 de outubro de 2022

Atualização do autor

Em desenvolvimentos recentes, o procurador-geral alemão Peter Frank  confirmou que “não há evidências para culpar a Rússia pela destruição dos gasodutos Nord Stream”:

“Atualmente não foi provado (…) A investigação está em andamento (…) Estamos avaliando tudo isso forense. [A suspeita] de que tenha havido um ato de sabotagem estrangeira [neste caso], até agora não foi comprovada”, disse ele durante a entrevista ao Die Welt.

Nenhuma evidência de sabotagem estrangeira de um ato que criou caos social e dificuldades na União Européia, com o aumento dos preços da energia? As pessoas estão congelando, incapazes de pagar suas contas de aquecimento. A economia da UE, que dependia da energia barata da Rússia, está em frangalhos. 

O chanceler alemão, Olaf Scholz,  recusou-se a comentar a investigação.

Se não foi a Rússia, quem estava por trás disso?

Inequivocamente, este ato de sabotagem foi ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos. A seguinte declaração foi feita há exatamente um ano:

“Vamos, prometo a você, seremos capazes de fazer isso”, diz Joe Biden 7 de fevereiro de 2022

Olaf Scholz e Peter Frank são mentirosos.

A sabotagem foi cometida por uma “potência estrangeira”. Isso é confirmado por uma declaração recente de Victoria Nuland no Comitê de Relações Exteriores do Senado.

“Senador Cruz, eu sou como o senhor e acho que o governo está muito satisfeito em saber que o Nord Stream 2 é agora, como você gosta de dizer, um pedaço de metal no fundo do mar.”

Clique Victoria Nuland: vídeo de sua declaração.

Foda-se a UE de novo: “Um pedaço de metal no fundo do mar”

É um ato de guerra contra o povo europeu. E seus líderes são cúmplices desse ato de sabotagem

Michel Chossudovsky , 8 de fevereiro de 2023

BP extraiu £ 15 biliões de petróleo iraquiano após invasão britânica

A Shell, a outra “supergrande” empresa petrolífera do Reino Unido, também reentrou no Iraque em 2009, após uma  invasão em 2003 que foi amplamente denunciada na época como uma guerra por petróleo por parte dos EUA e do Reino Unido, Matt Kennard relatórios.

Matt Kennard* | Declassified UK  | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil 

- A BP retornou ao Iraque em 2009 após uma ausência de 35 anos e recebeu uma participação significativa no maior campo de petróleo do país perto de Basra, ocupada pelos britânicos.

- BP bombeou 262 milhões de barris de petróleo iraquiano desde 2011

- Sir John Sawers, o primeiro representante especial do Reino Unido no Iraque após a invasão, depositou £ 1,1 milhão desde que ingressou no conselho da BP em 2015

- Outro "supermajor" do petróleo do Reino Unido, a Shell, também ganhou um contrato no Iraque em 2009 como operador líder no desenvolvimento do campo petrolífero "supergigante" de Majnoon

A BP extraiu petróleo no valor de £ 15,4 bilhões no Iraque desde 2011, quando iniciou a produção no país pela primeira vez em quase quatro décadas, mostra uma nova análise.

A nova informação veio no aniversário de 20 anos do início da invasão do Iraque, que foi considerada ilegal  pela ONU. No entanto, nem o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nem o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, os líderes que levaram a guerra adiante , foram objecto de uma investigação criminal.

[Relacionado: Como a Equipe Bush escapou da Justiça sobre o Iraque ]

A invasão começou em março de 2003 e desencadeou um desastre humanitário catastrófico com  cerca de  655.000 iraquianos mortos nos primeiros três anos de conflito, ou 2,5% da população.

Foi  amplamente denunciada  como uma guerra por petróleo por parte dos EUA e do Reino Unido. O Iraque detém a  quinta maior  reserva comprovada de petróleo do mundo. O Iraque não tinha nenhuma conexão com os ataques terroristas de 11 de setembro, que ocorreram 18 meses antes e iniciaram a chamada Guerra ao Terror.

Os dados sobre a produção pós-invasão da BP no Iraque vêm dos  relatórios anuais da empresa  e foram calculados com base no preço médio anual do barril de petróleo para cada ano de produção.

De 2011-22, a BP bombeou 262 milhões de barris de petróleo iraquiano.

A empresa começou  a produzir  31.000 barris de petróleo iraquiano por dia em 2011, mas esse número aumentou  rapidamente  para 123.000 barris por dia em 2015.

Em 2020, a BP  produziu  mais petróleo do Iraque do que toda a sua operação na Europa, incluindo o Mar do Norte da Grã-Bretanha.

Nos meses anteriores à invasão de 2003, a BP havia sido  apelidada  de “Blair Petroleum” devido ao intenso lobby do primeiro-ministro britânico em nome da empresa.

Tanto a BP quanto a Shell têm  histórias  no Iraque que remontam a um século, e a indústria petrolífera do país foi em grande parte dominada pelas duas empresas britânicas durante grande parte do século XX.

A Iraq Petroleum Company, que detinha o monopólio virtual da produção de petróleo do país nas quatro décadas até a década de 1960, tinha  sede  na Oxford Street, em Londres. A BP e a Shell juntas  possuíam  48 por cento, antes de ser  nacionalizada  em 1972 e suas concessões expropriadas.

Próximo fórum de negócios russo-indiano desacredita notícias falsas sobre seus laços

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Muito claramente, a expansão abrangente dos laços econômicos entre a Rússia e a China está sendo equilibrada pela expansão abrangente dos mesmos entre a Rússia e a Índia, o que desacredita as narrativas complementares de guerra de informação, alegando que cada um se tornou vassalo do outro na semana passada. A Índia não se submeteu a se tornar a dos EUA nem a Rússia se submeteu a se tornar da China, caso contrário, eles não teriam planejado o evento da próxima semana.

A solidificação da Entente Sino-Russo após a última viagem do presidente Xi a Moscou gerou uma enxurrada de narrativas de guerra de informação contra a Parceria Estratégica Russo-Indiana de décadas. Na expectativa desse resultado geoestratégico, os EUA começaram a fabricar artificialmente a falsa narrativa desde meados de março, alegando que a Índia é sua aliada contra a China, com a intenção de retratar erroneamente aquela Grande Potência do Sul da Ásia como tendo se submetido a se tornar vassalo de Washington.

Isso foi seguido pelo giro que foi dado à viagem do primeiro-ministro japonês Kishida a Delhi na mesma época que a do presidente Xi a Moscou, o que contribuiu para a narrativa mencionada ao tentar reforçar essa percepção factualmente falsa. E, finalmente, o resultado descrito anteriormente da visita do líder chinês à Rússia foi então maliciosamente mal interpretado pela intelectualidade liberal globalista da Índia, alinhada com os EUA, para espalhar o medo de que Moscou havia se submetido a se tornar vassalo de Pequim.

Essa última dimensão desta última campanha de guerra de informação de dividir para reinar contra a Índia levou o embaixador russo Denis Alipov a twittar que “Profusão de análises nos dias de hoje sobre os resultados da visita de Xi Jinping à Rússia. A impressão de que vários especialistas indianos respeitáveis quase sonham com os laços Rússia-China prejudicando o alinhamento estratégico Rússia-Índia. Um exemplo de pensamento positivo!” Basta olhar para o próximo Fórum Empresarial Russo-Indiano para ver como suas palavras soam verdadeiras.

No mesmo dia em que seu tweet esclareceu que as relações russo-indianas não seriam afetadas pelo fortalecimento das relações russo-chinesas, foi relatado que o evento da próxima semana em Nova Délhi buscará aumentar astronomicamente o comércio desses dois de um já histórico $ 31 bilhões no ano passado para US$ 50 bilhões este ano. Essas ambições provam que ambos os lados estão fazendo o possível para cumprir o desejo da Índia no final do ano passado de aumentar suas exportações para a Rússia em cinco vezes, a fim de obter esse resultado.

Muito claramente, a expansão abrangente dos laços econômicos entre a Rússia e a China está sendo equilibrada pela expansão abrangente dos mesmos entre a Rússia e a Índia, o que desacredita as narrativas complementares de guerra de informação, alegando que cada um se tornou vassalo do outro na semana passada. A Índia não se submeteu a se tornar a dos EUA nem a Rússia se submeteu a se tornar da China, caso contrário, eles não teriam planejado o evento da próxima semana, muito menos continuariam com isso, como inevitavelmente acontecerá.

Aqueles que alegam falsamente, após o conhecimento de seu próximo fórum de negócios, que um ou ambos são hoje vassalos de uma ou outra superpotência, estão, portanto, vomitando desinformação deliberadamente com o objetivo de enganar seu público-alvo. Não será surpreendente se a maioria dessas mesmas forças por trás da última campanha continuarem a fazê-lo, pois é óbvio que eles têm uma agenda que deve continuar avançando, apesar de terem acabado de ser expostos pelo Embaixador Alipov.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

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