Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil
A situação agravou-se no mês passado, quando o coronel major Amadou Abdramane, porta-voz da junta governante do Níger, denunciou publicamente os EUA e encerrou a parceria de “contraterrorismo” entre os dois países.
Um relatório recente divulgado pelo deputado Matt Gaetz, da Flórida, revelou que a administração Biden estava ocultando intencionalmente informações cruciais sobre a deterioração das relações militares dos EUA com o Níger, relata o The Intercept.
De acordo com as conclusões de Gaetz, os militares dos EUA no Níger enfrentam desafios significativos, incluindo a incapacidade de aceder a recursos essenciais, como medicamentos, correio e outras formas de apoio do Pentágono.
A situação agravou-se no mês passado, quando o coronel major Amadou Abdramane, porta-voz da junta governante do Níger, denunciou publicamente os EUA e encerrou a parceria de “contraterrorismo” entre os dois países.
Abdramane citou violações da constituição do Níger como base para revogar o acordo que permitia que tropas dos EUA e funcionários civis do Departamento de Defesa operassem no Níger desde 2012.
Apesar da gravidade da situação, o Pentágono está a ser acusado de não ter abordado adequadamente as preocupações levantadas pelo relatório de Gaetz.
O General Michael Langley, chefe do Comando dos EUA para África, admitiu que o governo dos EUA ainda procura esclarecimentos das autoridades do Níger, deixando as tropas numa posição precária.
O relatório de Gaetz afirma ainda que a Embaixada dos EUA no Níger , sob a liderança da Embaixadora Kathleen FitzGibbon, é cúmplice no encobrimento do fracasso dos esforços diplomáticos e na supressão de informações vitais de fontes como o Gabinete de Investigações Especiais da Força Aérea e o Comando de Operações Especiais de África.
Como resultado desta ocultação, afirma Gaetz, as vidas das tropas dos EUA estão a ser expostas a perigo, minando ainda mais a credibilidade das operações militares dos EUA na região.
Em entrevistas conduzidas pelo gabinete de Gaetz, os militares dos EUA que actualmente servem no Níger expressaram sentir-se "funcionalmente presos" num ambiente cada vez mais hostil.
Eles relataram que estavam proibidos de realizar missões ou de voltar para casa no final programado de seus destacamentos.
Além disso, as autorizações diplomáticas para voos militares foram negadas ou deixadas sem resposta, prolongando assim o envio de tropas dos EUA para o Níger.
O relatório também destaca a escassez crítica de suprimentos essenciais, incluindo recursos médicos, nas bases militares dos EUA no Níger. O banco de sangue da Base Aérea 201, uma grande base de drones dos EUA em Agadez, não está a ser reabastecido, representando um risco potencial para as tropas no caso de uma situação de vítimas em massa.
Espera-se que os medicamentos para militares individuais acabem no próximo mês, diz o relatório, observando que a situação deverá piorar num futuro próximo.
Em resposta às alegações, o porta-voz do Pentágono, Pete Nguyen, afirmou que o apoio ao pessoal dos EUA continuou através de meios comerciais e estão em curso discussões com as autoridades do Níger para aprovar autorizações para os próximos voos militares.
Gaetz, no entanto, continua empenhado em pressionar por uma ação imediata, ao alertar sobre o perigo iminente para as tropas dos EUA se a situação não for resolvida prontamente.
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