sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Angola | Entre a Fogueira e a Frigideira – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Não tenham medo das fardas! Ataquem os polícias à força toda que as fardas não mordem. A tropa está de joelhos, não reage. A farda militar já foi sagrada mas desde 2017 não presta para nada. Agora só contam os golpes baixos e as emboscadas à democracia. O chefe Miala usou uma farda mas quando chegou a general motorista, passou-se logo pada o lado dos desfardados. O Presidente João Lourenço também se enfeitou com uma farda até se licenciar em História. Hoje é o mais respeitado historiador do Século XXII. Sabe tudo o que aconteceu entre 3001 e 3050. Imbatível. Porque não tem medo das fardas. Bandidos de todos os pontos cardeais, uni-vos contra as fardas e apoiem Manuel Homem!

Sabem que mais? O Presidente da República, sem medo das fardas e fardices já fez mais um ajuste directo de milhões, para a cirurgia robótica. O kumbu está a ser extraído do Fundo de Abandono, dinheiro acumulado para o dia em que os poços de petróleo esgotam e é preciso remover as plataformas petrolíferas do mar. Quando chegar a hora não há dinheiro mas o Destruidor Implacável já está a gozar os rendimentos. Sem medo das fardas dos carcereiros. Pôs-se ao fresco!

Trump, o líder da Internacional Fascista, ganhou as eleições nos EUA. Os eleitores rejeitaram a genocida Kamala Harris, ajudante do demente senil Joe Biden. Até no estado terrorista mais perigoso do mundo há limites para o embuste. Sem medo das fardas, o genocida vem a Luanda assinar acordos importantíssimos com João Lourenço. Caso único na História Universal. Os que foram escorraçados do poder pelos eleitores fazem uma visita de Estado para nada. Por nada. Apenas circo e mau. Manuel Homem vai ser o mestre-de-cerimónias da visita presidencial de Joe Biden. É tudo faz de conta. Só são verdadeiros os milhões no bolso deles e que esbanjam alegremente.

Os Estados Unidos da América nasceram com uma missão divina: Disseminar a “civilização” e o cristianismo. Primeiro exterminando os índios, o maior genocídio na História da Humanidade. Depois em toda a América Latina. As colónias latino-americanas tornaram-se independentes de Espanha mas logo ficaram dependentes dos EUA. Milhões de mortos directamente ou por intermédio dos ditadores que Washington colocava no poder. Pinochet no Chile. Os militares brasileiros e argentinos foram os mais sangrentos. Já no Século XX, portanto fora do âmbito de estudo do historiador João Lourenço que é especialista no Século XXII.

A democracia dos EUA é potente. Extermínio dos índios e dos latino-americanos que lutaram contra os ditadores. Bombas atómicas contra civis em Nagasaki e Hiroxima. Guerra no Vietname e outros países no Oriente. Apoio financeiro, político e militar ao regime racista de Pretória. Guerra em Angola entre 4 de Fevereiro de 1961 e o Acordo de Nova Iorque em 22 de Dezembro de 1988. Genocídio na Palestina. Se na Casa dos Brancos está uma genocida ou o líder da Internacional Fascista é igual ao litro. Analistas, politólogos e sondagens fizeram um grande papel. Deram um empate entre Kamala e Trump. Mas que empate! A senhora saiu da contenda toda esfarrapada e sem nada na manga.

Atenção! Trump tem do seu lado mais de dois terços dos governos europeus. Em Portugal há um governo de fascistas. A maioria absoluta dos deputados balança entre o fascismo e o nazismo. O líder do Partido Socialista em Lisboa, um tal Ricardo Leão, é fascista militante. 

A eleição de Trump tem um a vantagem. A OTAN (ou NATO) já não interessa a ninguém. Está muito localizada no Atlântico Norte e é preciso fazer a guerra dos fascistas em todo o mundo. Aí a Internacional Fascista responde às necessidades do estado terrorista mais perigoso do mundo. Os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chima e África do Sul) são o último reduto de defesa da liberdade. João Lourenço e Joe Biden, desfardados e sem medo das fardas vão combater esse perigo nas fileiras do banditismo político. 

A Internacional Fascista repete em Moçambique as golpadas eleitorais da Venezuela ou Geórgia. Estavam contados dez por cento dos votos e o trânsfuga da RENAMO Venâncio Mondlane declarou que era o vencedor das presidenciais. Ao mesmo tempo o partido PODEMOS anunciou que ganhou as legislativas. Os jogadores tomaram de assalto o lugar do árbitro, rasgaram os votos e ignoraram a vontade popular. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) contrariou os assaltantes. Afinal ganhou Chapo e a FRELIMO. Os derrotados contestaram os resultados junto da Comissão Constitucional. Mas ao mesmo tempo iniciaram um golpe de estado nas ruas, que tem escalado todos os dias.

O Major-General Cristóvão Chume, ministro da Defesa de Moçambique, denunciou “actos armados contra o regime democrático com a intenção firme de alterar nas ruas o poder democraticamente instituído”. Recordou aos golpistas que “as Forças Armadas têm a missão e mandato para defender e proteger a nossa soberania. Forças internas e externas usam as manifestações para destabilizar Moçambique”. Venâncio Mondlane e os dirigentes do derrotado PODEMOS não têm medo das fardas. Estão protegidos pela Internacional Fascista e a Irmandade Africânder. O regime de apartheid na África do Sul ainda mexe e é um perigo.

O Presidente Filipe Jacinto Nyusi respondeu aos que recomendam o diálogo com os golpistas. E pôs o dedo na ferida: “A Comissão Constitucional está a analisar os resultados eleitorais. Enquanto o trabalho não ficar concluído não há nada para negociar”. Aos que lhe atribuem a vontade de se manter no poder foi claro: “No dia em que forem proclamados os resultados eleitorais não fico no poder nem mais um minuto. Vou embora!”

Mocuba, na Zambézia, foi hoje palco de gravíssimos actos de vandalismo. Os apoiantes de Venâncio Mondlane e do PODEMOS partiram tudo. Em Ressano Garcia, fronteira com a África do Sul, incendiaram camiões de mercadorias. Tomaram de assalto e destruíram as Instalações do Serviço de Migração e Estrangeiros. Incendiaram viaturas particulares e oficiais. Lojas saqueadas.

O que está errado: A Lei? Os políticos? Quem aplica a Lei?

Se é a lei mudem a lei de forma a prevenir estas golpadas. Se são os políticos, tenham juízo e não provoquem as fardas. Se é a aplicação da lei, não sejam negligentes. Angola tem muito tempo para mudar a lei, reformar os políticos e garantir o cumprimento e aplicação integral da lei. O Destruidor Implacável em 2027 manda outros apagar a luz e fechar as portas escancaradas ao banditismo político. 

* Jornalista

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