segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Para o regime de Kiev matar seus militares prisioneiros de guerra é normal

Aquele estado gangster é capaz de tudo apoiado pela OTAN 

Para a Ucrânia e os seus patrocinadores da NATO, a vida é barata, por isso a liberdade e a vitória estão além do seu valor.

Strategic Culture Foundation | Editorial | # Traduzido em português do Brasil

O regime de Kiev destruiu cruelmente milhões de vidas ucranianas com a sua extorsão de guerra e prostituição para os Estados Unidos e a agenda de guerra por procuração da NATO contra a Rússia. Nenhum crime ou ato de traição é demasiado baixo para a cabala corrupta em Kiev.

Não deveríamos ficar surpreendidos com o facto de as suas forças terem abatido um avião de transporte russo com 65 prisioneiros de guerra ucranianos a bordo. Esta criminalidade bárbara faz parte do curso deste regime nazi.

Na manhã de quarta-feira, às 11h15, horário local, um avião de transporte militar Ilyushin IL-76 foi atingido no céu acima da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Todas as 74 vidas a bordo foram destruídas. Eles incluíam 65 prisioneiros de guerra ucranianos e nove militares russos. Os prisioneiros estavam a caminho da cidade de Belgorod como parte de um intercâmbio de prisioneiros de guerra a ser realizado mais tarde naquele dia. Um segundo avião seguindo atrás com 80 prisioneiros de guerra a bordo supostamente deu meia-volta no ar depois que a calamidade foi anunciada.

O Portugal de André Ventura não é o de 2024, mas o de 1944

Salazar, seu séquito & André Chega

Teresa Pizarro Beleza e Helena Pereira de Melo* | Diário de Notícias | opinião

O anúncio de André Ventura no VI Congresso do Chega de que a escolha dos Portugueses, no próximo dia 10 de março, será “entre o Portugal de 2024 que é o do Chega e o Portugal de 74 que é o de Pedro Nuno Santos” que “quer voltar ao PREC, à ocupação de empresas, às Geringonças e aos PCP’s desta vida”, suscitou-nos perplexidade. Será que Pedro Nuno vai propor que o juramento de bandeira dos novos recrutas seja feito, no próximo ano, de punho erguido e de armas na mão, perante uma qualquer comissão de trabalhadores ou de moradores? Ressurgirá um grupo Okupa chefiado por um novo Camarada Pé-de-Cabra? Não nos parece provável.

As propostas eleitorais de André Ventura coincidem, em parte, com as do PS e com o desejo da generalidade das cidadãs e dos cidadãos: aperfeiçoar as políticas públicas de saúde, educação, justiça e segurança social. Melhorar o nível salarial dos trabalhadores e o poder aquisitivo dos pensionistas… O principal problema que suscitam é o da meta-narrativa que lhes subjaz, a de um Portugal excecional e conservador, próxima da proposta por António Ferro, através do Secretariado Nacional de Propaganda, para o Portugal dos anos trinta e quarenta. Propõe-se o regresso a um Portugal forte, assente numa identidade nacional expressa através dos seus símbolos nacionais, da sua Língua, História e Cultura. Propõe-se uma ideia transpersonalista do exercício do poder, “um Portugal que vença acima dos interesses particulares”, assente na autoridade das Forças de Segurança, onde o passado expansionista e colonial é sobrevalorizado: “Este povo soberano que nunca se agachou perante ninguém… Este povo enorme que somos teve sempre a coragem de nos momentos decisivos da História fazer o corte que era preciso fazer”. Um Estado forte, como proclamado na Constituição de 1933, assente nos valores de Deus, da Pátria e da Família. O Deus, a Pátria e a Família dos ‘portugueses de bem’, é claro: cristãos, de preferência brancos e devidamente hierarquizados e obedientes. “Manda quem pode, obedece quem deve”.

O regresso à nostalgia do Império (propor-nos-á, já agora, a invasão de Olivença, ou optaremos por Las Palmas, que tem melhor hotelaria para férias?) é conduzido pelo novo D. Sebastião: André Ventura. É, deste modo, retomado o mito do desejado retorno de um cavaleiro alvo e se possível louro, envolto em nevoeiro, reconstruindo-se desta vez o culto em torno da figura do Presidente do Chega, que salvará a Nação de todas as desgraças que a afligem: André vem fazer “fazer o corte”, “a limpeza”, “afastar a podridão” de Portugal. O Chega assume-se como “a nova esperança de que Portugal precisa”.

DIANA ANDRINGA: “A IMPRENSA FINGE SER MUITO LIVRE, MAS NÃO O É”

A jornalista e antiga presidente do Sindicato de Jornalistas garante que a precariedade e a falta de recursos das redações são uma ameaça ao jornalismo livre em Portugal. Mas também deixa críticas à sua classe, dizendo mesmo ter uma atitude "suicida”: “estamos a fomentar o medo e a imposição de um regime de força, de um líder forte que traga ordem ao caos”.

João Biscaia | Setenta e Quatro | entrevista

Recusa ser uma figura pública e considera prejudicial que os jornalistas se queiram fazer de vedetas. Mas a meio de uma conversa longa no primeiro andar do Cinema São Jorge, em Lisboa e onde acontecerá o 5.º Congresso dos Jornalistas este fim de semana, um homem aproxima-se da mesa com um dedo levantado e, ignorando se interrompe alguma coisa, pergunta: “é a jornalista Diana Andringa?”.

É. Desde 1968, quando começou a trabalhar na revista Vida Mundial. Por lá esteve pouco tempo, saindo numa demissão coletiva, e foi para a publicidade. Por atos subversivos, como ter papéis em casa e levar roupas a prisioneiros angolanos nas prisões do fascismo, acabou ela mesma em Caxias. Passou lá longos 20 meses, acompanhada por um “exército de palavras” que guardava na cabeça e enfileirava em poemas que recitava de cor: desde as quadras dos livros da instrução básica até aos versos de Manuel Alegre.

Depois de sair da prisão, regressou ao jornalismo. Em 1978 foi para a RTP, onde o novo regime democrático não a impediu de ser censurada por falar de “coisas desagradáveis” (a Guerra Colonial) na sua série documental “Geração 60”. Trabalhou na estação pública até 2001. As suas últimas duas décadas têm sido dedicadas ao cinema documental, debruçando-se sobre a história das resistências ao fascismo e ao colonialismo portugueses.

Em entrevista ao Setenta e Quatro, relembrando tempos em que os tipógrafos também encarnavam o papel de editores (“Se o senhor Severo me dizia que não entendia, eu ia reescrever.”), Diana Andringa faz um diagnóstico pouco animador do atual estado do jornalismo português. Os jornalistas vivem precários e com tanto “medo que não podem ser livres”. Denuncia os “grupos sem rosto que compram jornais” e a quem interessa mais a influência política que uma boa reportagem. E assume que “tem de haver” um plano público de financiamento de jornalismo, para que este não fique refém das condições que o colocaram em crise.

Disse certa vez que a "precariedade é uma questão de liberdade de imprensa". A Diana foi censurada pelo Estado Novo e esteve nas prisões do fascismo, ainda que não pelo seu trabalho como jornalista. Graças à precariedade, e ainda que não haja censura e fascismo, temos hoje uma imprensa pouco livre?

Quando estava no sindicato de jornalistas tinha um "leitmotiv": a precariedade no trabalho é uma ameaça aos direitos humanos. No jornalismo, acaba por ser mais que isso. É uma ameaça às liberdades de imprensa e de expressão. Um jornalista precário está indefeso. Uma das grandes conquistas do jornalismo português é a cláusula de consciência. É uma defesa pouco usada em Portugal. Se um jornalista for precário terá medo de a usar. Ao mesmo tempo, está sempre sob a ameaça de ser dispensado. Nestes moldes, um jornalista passa a vida a medir os seus passos.

Neste momento, a imprensa finge ser muito livre, mas não o é. Há a precariedade, as redações extremamente diminuídas, a rapidez exigida ao jornalista. Um jornalista não é inteiramente livre se não tiver tempo para a reflexão, porque o jornalismo não se faz carregando num botão. Somos seres humanos e temos de pensar sobre o trabalho que fazemos, levantar dúvidas. Precisamos de camaradas na redação com quem conversar. 

Na RTP, o Jacinto Godinho e eu éramos chamados de "alentejanos", como naquelas piadas reacionárias, porque passávamos horas encostados às paredes a discutir o nosso trabalho. É isto que faz uma redação. É assim que se pratica a liberdade de imprensa.

As redações precisam de gente, para que haja crítica, conversa, e os trabalhos precisam de tempo de maturação. Quando te dizem que tens dez minutos para escrever dez mil caracteres, não és livre. Estas velocidades infernais não servem para nada.

Por outro lado, os jornalistas tornaram-se passadores de recados. Desconfiam dos políticos, mas publicam os recados todos que a magistratura e a polícia querem fazer passar sobre os políticos. Isto faz-me impressão, talvez por ter sido presa política. A meu ver, isto não é liberdade. Liberdade é poder interrogar toda a gente. Dizer ao magistrado que afirma que o primeiro-ministro ou o secretário de Estado é corrupto: "E o senhor? Lembra-se daquela vez que fez isto e aquilo?".

ILHA DE LIXO NO PACÍFICO - O maior lixo do planeta é a chamada humanidade

Este em baixo e que pode acessar a seguir é o Expresso Curto, sob a batuta da jornalista Margarida Cardoso vêm pela enésima vez à baila ilhas de lixo no Pacífico e muito por todos os mares. Lixo que é obra dos seres humanos. Afinal, pensando aquietadamente de tiro certo pode-se concluir que os humanos são lixo que conspurca e destrói o ambiente, o planeta. Temos assim o saber (sem novidade) que a chamada humanidade é, além de ser desumana, suja por dentro e por fora e fez e continua a fazer do planeta Terra a lixeira preferida, um chiqueiro onde chafurda sem controle pensando e dizendo estúpida e hipocritamente que enquanto há vida há esperança... Esperança de quê? De que deixemos de ser javardos e causadores da destruição do planeta e de tudo e de todos que nele ainda habitam?

Pois é. Esta é a triste realidade sem tirar nem mais pôr. O egoísmo, a estupidez, a malvadez, a desumanidade, imperam. Continuem, os vossos filhos e netos vão pagar a fatura... com doenças insolucionaveis e, por fim, com a vida. Será a extinção. Abençoados/as e esses/as tais que se diz que fazem parte da humanidade. Humanidade? Não. Sim carrascos do futuro. Consolemo-nos com a certeza de que sem essa tal pseudo-humanidade após extinta o planeta se há-de regenerar e salvar-se. Adeus estúpida e criminosa pseudo-humanidade.

Redação PG

Vamos ouvir falar dele

Margarida Cardoso, jornalista | Expresso Curto

Bom Dia!

Bem-vindo a mais um Expresso Curto 198 anos depois da fundação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Havemos de chegar à Madeira, mas antes vamos dar prioridade ao ambiente e partir rumo a uma ilha bem maior, no Oceano Pacífico, criada pela acumulação de lixo arrastado pelas correntes para aquele ponto preciso, entre o Havai e a Califórnia. Tem três vezes o tamanho da França e é maioritariamente composta por microplásticos, o que nos traz de volta à costa atlântica, às nossas casas e a um alerta do biólogo espanhol Ricardo Beiras: “A nossa almofada emite quantidades enormes de microplásticos”.

Numa entrevista recente ao jornal espanhol El País sobre a maré de pellets de plástico que assola as praias da Galiza há mais de um mês, o investigador da equipa de Ecotoxicologia e Contaminação Marinha da Universidade de Vigo, obriga-nos a olhar para lá dos oceanos e dos peixes o que neste caso significa focar o olhar na proximidade: a grande exposição dos seres humanos aos microplásticos está na casa de cada um, nos alimentos na roupa, nas embalagens, nos produtos de higiene, numa infinidade de objetos que emitem micropartículas (partículas com uma dimensão inferior a cinco milímetros, mais pequenas do que um grão de arroz), como provavelmente a nossa almofada.

A Galiza já apanhou desde dezembro mais de 3 toneladas de pellets, pequenas bolas de plástico de 5 milímetros que vieram dar às suas praias, atingiram, também, a costa portuguesa, e obrigaram a um debate de urgência no Parlamento Europeu, marcado por pedidos de leis mais ambiciosas.

Mas enquanto o debate continua e a legislação tarda, vale a pena olhar para esta questão, tentar perceber a forma como o plástico nosso de cada dia invadiu as nossas vidas, a nossa casa, até o nosso sono. Não faltam estudos e dados assustadores sobre as doses que inalamos, ingerimos, absorvemos através da pele. Um dos mais recentes, publicado este mês por investigadores das universidades norte-americanas de Columbia e Rutgers, nos EUA, diz que um litro de água engarrafada contém, em média, quase 250 mil fragmentos de nanoplástico (fragmentos com dimensões inferiores a 1 mícron, ou um milésimo de milímetro). Isto, depois de em 2019, a revista científica Environmental Science & Technology e investigadores do departamento de Biologia da Universidade de Victoria concluirem que a ingestão varia em função da idade e sexo, mas cada pessoa come anualmente 74 mil a 121 mil partículas de microplásticos e quem bebe água engarrafada pode ingerir cerca de 9 mil partículas adicionais.

Já este ano, investigadores da Universidade de Toronto e da Ocean Conservancy expõem a carne num artigo publicado na Environmental Pollution: analisaram 16 fontes de proteínas, incluindo frango, vaca e porco e concluíram que cerca de 90% continha microplásticos.

Na verdade, não faltam alertas sobre o tema nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, a ativista Ellen MacArthur, em parceria com a McKinsey, estimou que o peso do plástico nos oceanos a meio do século será maior do que o dos peixes. Em 2017, a Organização das Nações Unidas veio dizer que há mais microplásticos no mar do que estrelas na nossa galáxia. Dois anos depois, uma investigação da Universidade de Newcastle avisou que uma pessoa ingere em média 5 gramas de plástico por semana, o suficiente para fazer um cartão multibanco. E, em 2022, investigadores do Vrije Universiteit Amsterdam e do Amsterdam University Medical Center encontraram, pela primeira vez, microplásticos no sangue humano.

Mas é mesmo assim? Respiramos microplásticos a dormir, temos microplásticos a circular nas nossas veias e ingerimos o equivalente a um cartão de crédito por semana? “A nossa exposição é permanente, por inalação, ingestão e contacto. E nas almofadas de microfibras temos plástico, sim”, responde Paula Sobral, professora da Universidade Nova de Lisboa. “Sabemos que os nanoplásticos podem atravessar as membranas biológicas, pele incluída, assim como estão nos alimentos e na água”, acrescenta a investigadora do Mare - Centro de Ciências do Mar e Ambiente. Quanto aos números que vão sendo usados como alerta, “há algumas contas feitas nas costas do envelope” e há, nota, “afirmações que carecem de realismo, embora sejam úteis para sensibilizar as pessoas para o problema”.

Os microplásticos, diz, “estão em todos os compartimentos do ecossistema, na agricultura, na água, na atmosfera, em todo o lado. Fala-se mais dos oceanos, dos peixes, da água, mas também ficam retidos nos solos agrícolas e estão nos hortícolas que comemos, por exemplo”.

Olhar para o futuro, neste caso, exige envolver a indústria para ser parte da solução. “Isso será mais fácil do que apostar numa mudança de comportamentos que pode levar décadas”, defende Paula Sobral antes de deixar um apelo para “consumirmos menos”. Num mundo que produz 430 milhões de toneladas de plástico por ano, apenas 9% do que consumismo é reciclado. “Há um trabalho longo para fazer neste campo”, como afirma a investigadora. E isso significa que ainda vamos ouvir falar muito do plástico. Temos de ouvir falar dele.

Jornalistas entre dezenas de mortos no último bombardeio israelense em Gaza

O exército israelita continua as suas operações militares por terra, ar e mar (Foto: via Eye on Palestine)

Dezenas de palestinianos, na sua maioria crianças e mulheres, foram mortos e outros ficaram feridos na sequência dos contínuos bombardeamentos e bombardeamentos israelitas em múltiplas áreas da Faixa de Gaza.

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

O gabinete de comunicação social do governo de Gaza informou que o jornalista palestiniano Issam al-Lulu, juntamente com a sua esposa e dois filhos, foram mortos num ataque aéreo israelita contra a cidade de Al-Zawayda, no centro de Gaza.

O escritório também confirmou o assassinato do jornalista palestino Muhammad Atallah num bombardeio israelense contra o campo de refugiados de Al-Shati, a oeste da cidade de Gaza.

Isto eleva para 122 o número total de jornalistas mortos desde o início da agressão.

As forças militares israelitas realizaram ataques aéreos intensos e ferozes contra o bairro de Al-Zaytoun, a sul da cidade de Gaza, e a área de Tal Al-Hawa, a oeste da cidade, matando várias pessoas e causando múltiplas causalidades.

De acordo com a Al-Jazeera, pelo menos 33 palestinos foram mortos e outros ficaram feridos num ataque aéreo israelense contra um edifício residencial pertencente à família Al-Mutwi, a oeste do campo de refugiados de Nuseirat, na Faixa central.

GAZA LIVE BLOG: Intense Bombing, Clashes in Gaza | More Journalists Killed | UNRWA Under Attack | Health Situation in Rafah Catastrophic – Day 115

Entretanto, caças israelitas bombardearam uma casa a oeste de Al-Zawayda, na região central, matando 14 pessoas e ferindo várias outras.

O Ministério da Saúde palestino em Gaza informou que Israel cometeu 38 massacres na Faixa de Gaza durante as últimas 48 horas, matando 350 palestinos.

De acordo com o ministério, 26.422 palestinos foram mortos e 65.087 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro. Estimativas palestinas e internacionais dizem que a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.

(PC, WAFA)

A decisão do caso de genocídio de Israel da CIJ foi decepcionante em Gaza

‘Mais um mês para continuar matando’ – Israel ignora CIJ e continua ações do genocídio em curso como anteriormente

Repórteres do MEE em Gaza descrevem o sentimento dentro do enclave depois que o tribunal decide que Israel deve evitar o genocídio, mas não consegue pedir um cessar-fogo

Lubna Masarwa em Jerusalém e Rayhan Uddin em Londres | Middle East Eye | # Traduzido em português do Brasil

Houve um sentimento de decepção e receio em Gaza depois do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) ter proferido a sua decisão provisória sobre o caso de genocídio da África do Sul contra Israel . 

O tribunal com sede em Haia ordenou na sexta-feira que Israel tome todas as medidas ao seu alcance para evitar o genocídio em Gaza, bem como permitir a entrada de ajuda no enclave. 

No entanto, não conseguiu apelar a Israel para que suspendesse as suas operações militares na faixa, algo que muitos esperavam que fosse o caso.

Os repórteres do Middle East Eye em Gaza disseram que embora o caso inicialmente parecesse histórico e significativo, o veredicto provisório ficou abaixo das expectativas de  muitos palestinos .

“A decisão da CIJ é uma decisão insatisfatória para qualquer palestino”, disse o jornalista Aseel Mousa, baseado em Gaza.

"O tribunal deu a Israel mais um mês para continuar a matar-nos, a deslocar-nos e a fazer-nos morrer de fome, e uma vez que aprovou a entrada de ajuda humanitária, dá assim a Israel a oportunidade de continuar a exterminar-nos, ao mesmo tempo que nos fornece restos de alimentos, medicamentos e necessidades essenciais da vida que necessitamos."

Mousa disse que os palestinos com quem conversou em Gaza esperavam que o tribunal ordenasse um “cessar-fogo imediato e urgente”. 

A repórter Ruwaida Amer acrescentou que as pessoas deslocadas em Gaza ficaram frustradas e desanimadas após a decisão. 

“Quando a África do Sul começou a agir internacionalmente contra o genocídio em Gaza, houve um sentimento de esperança”, disse ela. 

“Infelizmente, à medida que a guerra continua, nós em Gaza perdemos toda a esperança no mundo após o seu silêncio face aos crimes que têm ocorrido há mais de três meses”.

Ela disse que as pessoas em Gaza perderam o “espírito e a paixão pela vida” por causa dos “horrores” que testemunharam e viveram. 

Embora a decisão do TIJ seja juridicamente vinculativa, há pouco que o tribunal possa fazer para forçar Israel a cumpri-la. 

Os Estados poderiam apelar ao Conselho de Segurança da ONU para implementar sanções separadas contra Israel se este não cumprisse as ordens do TIJ - mas há uma possibilidade de tal medida ser vetada pelos EUA.

Países ocidentais estão a empurrar Gaza para 'fome inevitável', alerta relator da ONU

Middle East Eye | # Traduzido em português do Brasil

Os países que retiram financiamento da UNRWA estão envolvidos na punição coletiva de mais de 2,2 milhões de palestinos, disse o relator especial da ONU sobre o direito à alimentação

PONTOS CHAVE

O número de mortos em Gaza chega a 26.422, com pelo menos 350 pessoas mortas nas últimas 48 horas

Irã adverte EUA contra 'serem arrastados para' outro conflito no Oriente Médio

Ataque de drone a base dos EUA matando três soldados é uma ‘resposta aos massacres’ de Israel

Palestinos forçados a misturar ração animal com farinha para fazer pão

14 minutos atrás

Os palestinianos  em Gaza foram forçados a recorrer a medidas extremas num contexto de fome crescente, como resultado do  bombardeamento implacável de  Israel ede um cerco total imposto desde Outubro.

Muitas famílias no enclave sitiado tiveram que misturar vários ingredientes na farinha para fazer pão utilizando métodos tradicionais, devido à escassez de alimentos. 

As famílias têm sido forçadas a utilizar forragem animal e ração para pássaros no pão, o que por vezes causa problemas médicos, especialmente em crianças pequenas. 

Abu Alaa, proprietário de uma fábrica no centro de Gaza, disse que os alimentos disponíveis para as pessoas não são comestíveis. 

“Algo deveria ser feito urgentemente sobre isso”, disse ele ao Middle East Eye. 

A fome em Gaza está a tornar-se “inevitável”: ONU

24 minutos atrás

A Faixa de Gaza enfrenta uma “fome inevitável” como resultado das ações ocidentais,  disse  no domingo Michael Fakhri, relator especial da ONU sobre o direito à alimentação. 

“A fome era iminente” e agora “inevitável”, disse Fakhri num comentário após a notícia de que os EUA e nove outros países estavam a suspender o financiamento adicional à Agência de Assistência e Obras da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) devido a alegações não comprovadas de que 12 dos os funcionários do grupo participaram no ataque do Hamas em 7 de Outubro do ano passado. Uma investigação da ONU foi lançada.

“Isto pune coletivamente mais de 2,2 milhões de palestinos”, acrescentou.

Palestina | Resistência justificada: Desmascarando a neutralidade enganosa

A resistência palestina surgiu em resposta à ocupação da Palestina, tornando a sua existência inerentemente justa e o seu esforço para a libertação sempre tão relevante (ilustrado por Hady Dbouq)

O genocídio na Palestina ocupada não é um mero erro a corrigir; é uma política israelense duradoura, apoiada pelos seus aliados. Chegou a hora de defender a justiça.

Myriam Charabaty | Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

Todos nós já ouvimos a pergunta “Qual você acha que seria uma resposta proporcional ao que aconteceu em 7 de outubro?” Mas afastemo-nos da perspectiva redutiva, onde cada acontecimento é tratado como um incidente isolado, desligado da causa raiz que lhe deu origem.

A verdadeira questão, face à ocupação, é: “Qual é uma resposta proporcional à colonização do Médio Oriente e à ocupação da Palestina?” Para podermos ter essa conversa, devemos primeiro apresentar os números do que realmente aconteceu em 1948, quando a Palestina foi ocupada. A ocupação da Palestina também é muitas vezes referida como a grande catástrofe conhecida apenas na sua tradução árabe: A Nakba.

A Nakba resultou no deslocamento de 957 mil palestinos de um total de 1,4 milhão em 1.300 aldeias e cidades. A maioria acabou nos países árabes vizinhos, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em outras nações. Milhares de pessoas que permaneceram nas áreas ocupadas por Israel foram expulsas das suas casas e terras. Este período também testemunhou mais de 51 massacres, com mais de 15.000 palestinos martirizados. 

Além disso, desde 1967, registaram-se mais de 1 milhão de casos de detenção (palestinos detidos por “Israel”), bem como mais de 1.000 ataques relatados por colonos israelitas contra palestinianos. Isto é apenas parte da injustiça e da opressão sofrida pelo povo da Palestina na sua própria terra. Mais poderia ser dito sobre propriedades roubadas, apropriação de terras, demolições, genocídio cultural e assassinatos sistemáticos por negligência médica, ataques e punições coletivas, para citar apenas alguns.

CIJ e Israel

DEIXEM-ME VER AS VOSSAS MÃOS

Swaha, França | Cartoon Movement

O tribunal superior da ONU determina que Israel deve tomar todas as medidas para evitar actos genocidas em Gaza.

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