Paulo Dias de Figueiredo (Lusa) - Público
Em vésperas da inauguração do monumento às vítimas do 11 de Setembro, está lançada em Nova Iorque a discussão sobre a derrapagem de custos do novo World Trade Center, para alguns um “elefante branco” a pagar pelos contribuintes.
Uma das vozes mais críticas do envolvimento público no novo WTC, através da Autoridade Portuária [PA] de Nova Iorque e Nova Jérsia, é a de Nicole Gelinas, analista do centro de estudos conservador Manhattan Institute, para quem o recente aumento de portagens na região é efeito directo dos problemas orçamentais causados pelo projecto.
“Os custos de construção consumiram enormes quantias de dívida [para a PA], dívida que os pagadores de portagens e de bilhetes vão estar a saldar ao longo de muitos anos”, disse à Lusa.
Gelinas “espera” que os custos operacionais da Torre da Liberdade, a inaugurar em 2013, que em 3,3 mil milhões de dólares fazem do emblemático arranha-céus do WTC o mais caro construído até hoje, sejam compensados pelas rendas que a PA irá receber.
A polémica estalou a poucas semanas da inauguração do monumento às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que representa o início da devolução à cidade do Ground Zero, hoje um imenso estaleiro.
A braços com dificuldades orçamentais, a PA aprovou um conjunto de acentuados aumentos de portagens a aplicar aos principais túneis e pontes da cidade. Quem usa a ponte George Washington para entrar todos os dias na cidade, por exemplo, em 2015 irá pagar perto de 250 dólares por mês (cerca de 175 euros).
Para Nicole Gelinas, a PA está a desviar recursos da necessária construção e reparação de infra-estruturas, e tudo isto vem retirar competitividade económica à região, afastando empresas, trabalhadores e inflacionando produtos.
A analista defende que a PA venda o imobiliário que tem no WTC, presente e futuro - e se concentre na sua especialidade - transportes.
“Não há qualquer razão para uma agência do governo estar no negócio dos arranha-céus. Isto era verdade antes do 11 de Setembro e continua a sê-lo”, disse à Lusa.
Para o colunista do “New York Times” Joe Nocera, o projecto tornou-se no “elefante branco do 11 de Setembro”, data em nome da qual se está a colocar “mais um fardo económico sobre a classe média já assoberbada de Nova Iorque e Nova Jérsia”.
“O que está a ser feito em nome do 11 de Setembro - construção patrocinada pelo governo avaliada em 11 mil milhões de dólares nos16 acres (6,5 hectares ) no que chamamos Ground Zero - é um exemplo de tudo o que há de errado no governo moderno”, escreveu no diário de referência nova-iorquino.
Nocera acusou mesmo de “cinismo” a PA, por ter afirmado primeiro que os sobrecustos do projecto não significariam portagens mais caras, e mais tarde ter dito que, se o aumento destas não fosse suficiente, teria de “abrandar ou parar” a construção do WTC.
O aumento de portagens foi também duramente criticado em editoriais de tablóides da cidade como o “New York Post”, embora não directamente relacionado com o projecto.
A resposta surgiu no passado fim-de-semana nas páginas do “Times” pelo presidente da PA, Chris Ward, que admite que a Torre da Liberdade “pode não ser o investimento imobiliário mais lucrativo já feito”, mas que vai dar dinheiro ao fim de “vários anos”.
As “verdadeiras razões” para o aumento de portagens, defende, são a quebra das receitas da agência, devido à recessão, a triplicação dos custos de segurança das suas infra-estruturas desde o 11 de Setembro e projectos de remodelação em curso.
A intervenção da PA foi necessária porque durante cinco anos o sector privado não foi capaz de reconstruir por si só a zona, diz Ward.
“Foi só quando a PA entrou, com uma forte parceria público-privada, que a reconstrução se tornou real, mesmo com os admitidos desafios de caminho”, afirma.
“Os custos de construção consumiram enormes quantias de dívida [para a PA], dívida que os pagadores de portagens e de bilhetes vão estar a saldar ao longo de muitos anos”, disse à Lusa.
Gelinas “espera” que os custos operacionais da Torre da Liberdade, a inaugurar em 2013, que em 3,3 mil milhões de dólares fazem do emblemático arranha-céus do WTC o mais caro construído até hoje, sejam compensados pelas rendas que a PA irá receber.
A polémica estalou a poucas semanas da inauguração do monumento às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que representa o início da devolução à cidade do Ground Zero, hoje um imenso estaleiro.
A braços com dificuldades orçamentais, a PA aprovou um conjunto de acentuados aumentos de portagens a aplicar aos principais túneis e pontes da cidade. Quem usa a ponte George Washington para entrar todos os dias na cidade, por exemplo, em 2015 irá pagar perto de 250 dólares por mês (cerca de 175 euros).
Para Nicole Gelinas, a PA está a desviar recursos da necessária construção e reparação de infra-estruturas, e tudo isto vem retirar competitividade económica à região, afastando empresas, trabalhadores e inflacionando produtos.
A analista defende que a PA venda o imobiliário que tem no WTC, presente e futuro - e se concentre na sua especialidade - transportes.
“Não há qualquer razão para uma agência do governo estar no negócio dos arranha-céus. Isto era verdade antes do 11 de Setembro e continua a sê-lo”, disse à Lusa.
Para o colunista do “New York Times” Joe Nocera, o projecto tornou-se no “elefante branco do 11 de Setembro”, data em nome da qual se está a colocar “mais um fardo económico sobre a classe média já assoberbada de Nova Iorque e Nova Jérsia”.
“O que está a ser feito em nome do 11 de Setembro - construção patrocinada pelo governo avaliada em 11 mil milhões de dólares nos
Nocera acusou mesmo de “cinismo” a PA, por ter afirmado primeiro que os sobrecustos do projecto não significariam portagens mais caras, e mais tarde ter dito que, se o aumento destas não fosse suficiente, teria de “abrandar ou parar” a construção do WTC.
O aumento de portagens foi também duramente criticado em editoriais de tablóides da cidade como o “New York Post”, embora não directamente relacionado com o projecto.
A resposta surgiu no passado fim-de-semana nas páginas do “Times” pelo presidente da PA, Chris Ward, que admite que a Torre da Liberdade “pode não ser o investimento imobiliário mais lucrativo já feito”, mas que vai dar dinheiro ao fim de “vários anos”.
As “verdadeiras razões” para o aumento de portagens, defende, são a quebra das receitas da agência, devido à recessão, a triplicação dos custos de segurança das suas infra-estruturas desde o 11 de Setembro e projectos de remodelação em curso.
A intervenção da PA foi necessária porque durante cinco anos o sector privado não foi capaz de reconstruir por si só a zona, diz Ward.
“Foi só quando a PA entrou, com uma forte parceria público-privada, que a reconstrução se tornou real, mesmo com os admitidos desafios de caminho”, afirma.
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