FRANCISCO TEIXEIRA - ECONÓMICO
Presidente admite revisão do Tratado de Lisboa, reforço de poderes da Comissão e garante que Portugal “honrará os seus compromissos”.
Cavaco Silva diz que é "errado" e "perigoso" a estratégia seguida pela França e Alemanha no combate à crise económica e financeira.
Sem falar directamente em Merkel e Sarkozy, o Presidente português considera que a "deriva intergovernamental está a contaminar o funcionamento da União Europeia" porque "em vez de uma mobilização convergente" temos "constatando a emergência de um directório, não reconhecido, nem mandatado, que se sobrepõe às instituições comunitárias e limita a sua margem de manobra".
Ora, este tem sido o modelo seguido pela França e Alemanha que têm concertado de forma bilateral as propostas que, mais tarde, colocam perante todos os estados membro da UE. É um caminho "errado por que ineficaz" e "perigoso por que gerador de desconfianças e incertezas que minam o espírito da união".
Mas as críticas de Cavaco Silva, no discurso que proferiu no Instituto Universitário Europeu, não se ficam por aqui. "É inadmissível o ‘happenning' quotidiano de discursos divergentes por parte de líderes europeus" porque o "tempo exige, mais do que nunca, convergência, solidariedade e responsabilidade sem falhas".
Cavaco Silva abre ainda a porta a um revisão do Tratado de Lisboa tendo em conta que é "expectável e desejável que, prazo, união monetária seja acompanhada por uma verdadeira União Económica e Financeira, de modo a garantir não só a estabilidade monetária, mas também a estabilidade financeira e o crescimento económico".
Quanto ao caso português, o Presidente assume que "Portugal honrará plenamente os seus compromissos, restabelecerá o equilíbrio das finanças públicas e levará por diante as reformas estruturais indispensáveis ao reforço da competitividade da sua economia".
Sem comentários:
Enviar um comentário