TERRA – EFE
Manifestantes confrontam policiais das forças de dispersão de distúrbios em frente ao palácio presidencial Malacanang, em Manila, nas Filipinas. Um grupo de estudantes se reuniu no local para protestar contra a visita oficial da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ao país
Hillary defende cooperação militar entre EUA e Filipinas
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defendeu nesta quinta, em Manila, a cooperação militar com as Filipinas como "importante expressão" da amizade entre os dois países, dois meses depois de o Senado filipino pedir uma renegociação neste âmbito.
"Os Estados Unidos estão dispostos a ajudar nossos amigos nas Filipinas que querem combater o terrorismo e a ameaça do extremismo, e estamos preparados para ajudá-los da forma apropriada que pedirem", disse Hillary, em entrevista coletiva, no início de uma visita às Filipinas.
O ministro de Assuntos Exteriores filipino, Alberto Romulo, estava ao lado da secretária americana, e esta noite a presidente filipina, Gloria Macapagal Arroyo, oferecerá um jantar em homenagem à ilustre visitante.
A chefe da diplomacia americana destacou o trabalho social desempenhado pelos militares de seu país nas Filipinas durante os desastres naturais que castigam esse arquipélago asiático, em particular os tufões e tempestades tropicais que entre setembro e outubro causaram a morte de cerca de mil pessoas e deixaram centenas de milhares de desabrigados.
Os dois assuntos, a cooperação militar e a colaboração diante dos desastres naturais, centrarão as conversas entre Hillary e Macapagal Arroyo, segundo o secretário da Presidência filipina, Eduardo Ermida.
Através do Acordo de Forças Visitantes, ratificado pelo Senado filipino em 27 de maio de 1999, os Estados Unidos podem enviar até 600 militares armados às Filipinas.
Este acordo foi a base das manobras militares e programas sociais que os dois países organizam anualmente desde os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, mas o avanço na luta antiterrorista no sul das Filipinas deixou de ser anunciado com estardalhaço à imprensa há vários anos.
O Bayan, o Gabriela, o Kilusang Mayo Uno e a Liga dos Estudantes Filipinos são alguns dos grupos que condenam o Acordo de Forças Visitantes e que receberam Hillary com manifestações em Manila.
Cerca de 5 mil agentes da ordem foram mobilizados para que a chegada da secretária de Estado americana ocorresse com normalidade e sem contratempos.
Os jornais de maior tiragem do país, o "Philippine Daily Inquirer" e o "Philippine Star", publicaram hoje cartas dirigidas à Administração dos EUA nas quais expõem sua preocupação sobre o papel a ser desempenhado pelo "amigo americano" nas Filipinas com as eleições presidenciais de 2010.
"Não se deve condenar alguns filipinos por ter reservas sobre a sinceridade dos Estados Unidos em produzir uma mudança de poder fácil em 2010", escreveu o colunista do "Philippine Star".
A presidente Macapagal Arroyo, que não pode disputar um segundo mandato, exceto com uma emenda à Constituição, mantém silêncio sobre seu futuro, o que deixa muitos opositores preocupados.
Afeganistão e Mianmar foram outros temas abordados durante a entrevista coletiva de Hillary.
"Estamos à espera de que o presidente (afegão, Hamid) Karzai mostre não só à comunidade internacional, mas, antes de tudo, a seu próprio povo, que este segundo mandato responderá às expectativas", disse a chefe da diplomacia americana.
Segundo a secretária de Estado americana, o segundo mandato de Karzai deve combater a corrupção e a má gestão, e restabelecer o império da lei e a transparência nas políticas governamentais.
Além disso, Hillary pediu à Junta Militar que governa Mianmar (antiga Birmânia) - que deve realizar eleições em 2010 - a libertação da líder opositora e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, que esteve 14 dos últimos 20 anos sob prisão domiciliar.
Hillary volta amanhã a Cingapura, onde o presidente americano, Barack Obama, participará no fim de semana da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec).
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