AC - Lusa
Pequim, 27 mar (lusa) - O primeiro-ministro chinês apontou a corrupção como a principal ameaça ao poder do Partido Comunista, reconhecendo que "os casos envolvendo empresas estatais e altos funcionários continuam a ser graves", revelou hoje a imprensa oficial.
"A corrupção é a mais crítica ameaça ao partido dirigente (...) Se a questão não tratada corretamente, a natureza do poder pode mudar. Estamos confrontados com um desafio muito sério", disse Wen Jiabao numa reunião do Conselho de Estado (o executivo do governo chinês).
Segundo os relatos da imprensa, Wen Jiabao afirmou que "apesar das medidas tomadas nos últimos anos", o desempenho global do governo na luta contra a corrupção "ainda não correspondem às expetativas do público".
"A corrupção tende a acontecer frequentemente em departamentos que têm grande poder e em áreas onde a gestão de fundos está centralizada", referiu.
O primeiro-ministro chinês apelou para "uma rigorosa gestão dos dinheiros públicos", nomeadamente quanto ao uso das viaturas oficiais e a construção de edifícios governamentais.
"Edifícios ou decorações luxuosas serão proibidas. O número de cerimónias, fóruns e conferências deve ser controlado", anunciou.
Wen Jiabao, considerado uma figura proeminente da linha reformista do Partido Comunista Chinês (PCC), termina em março de 2013 o segundo e último mandato à frente do governo, e ainda este ano deverá retirar-se do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, composta por apenas nove elementos.
Uma nova geração, encabeçada pelo atual vice-presidente, Xi Jinping, deverá assumirá a liderança no XVIII Congresso do PCC, convocado para o segundo semestre de 2012.
Wen Jiabao tem 70 anos, a mesma idade do secratário-geral do PCC e presidente da República, Hu Jintao, que também irá abandonar aqueles dois cargos.
Na última conferência de imprensa anual como primeiro-ministro, há duas semanas, Wen Jiabao considerou urgente a realização de reformas políticas no país.
"Sem reformas políticas estruturais será impossível realizar plenamente as reformas económicas(...) Poderemos perder o que já alcançámos nesta área e uma tragédia histórica como a Revolução Cultural poderá voltar a acontecer", disse.
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