terça-feira, 27 de março de 2012

Perspetivas "são as melhores" relativamente ao fundo -- MNE de Moçambique



DM - Lusa

Macau, China, 27 mar (Lusa) - As perspetivas relativamente ao fundo de mil milhões de dólares a ser desbloqueado pela China com vista ao desenvolvimento da cooperação com os países de língua portuguesa são as "melhores", afirmou hoje em Macau o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.

"No mundo atual, de grande competitividade por fontes de financiamento, é sempre bom poder dispor de oportunidades como esta que o fundo concede", defendeu Oldemiro Balói, em declarações aos jornalistas, no final da sessão de apresentação das linhas gerais do fundo, em Macau.

Para o ministro, que interveio na iniciativa, em representação do comité dos embaixadores dos países de língua portuguesa acreditado em Pequim, "a expetativa é realmente muito grande".

"Esperamos que ele [o fundo] possa realmente financiar parte das nossas necessidades, sobretudo em infraestruturas - que é um fator crucial do desenvolvimento -, e também em projetos que possam transmitir conhecimento e que tenham naturalmente impacto na vida da comunidade dos nossos países".

O prazo "depende da natureza dos projetos", apontou, ao ressalvar, que, nesse sentido, o fundo - proposto, em novembro de 2010, pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao - "cobre todos os segmentos", estando, por isso, "otimista quanto aos impactos".

Oldemiro Balói explicou que "quem define as prioridades são os países, havendo uma pré-avaliação dos projetos, algo que faz parte das atribuições de execução da política económica dos países, caso contrário "seria o caos". Ou seja: qualquer empresa pode candidatar-se desde que o projeto "seja de interesse público" e esteja nas "prioridades" do país em causa.

No seu discurso durante a sessão, que contou com cerca de 150 personalidades, entre as quais Jiang Zenghei, vice-ministro chinês do Comércio, Oldemiro Balói foi efusivo: "Estamos convictos de que este fundo, que representa um instrumento de financiamento do Governo da República Popular da China e da Região Administrativa Especial de Macau, vai contribuir decisivamente para galvanizar o investimento chinês nos Países de Língua Portuguesa".

Além disso, irá apoiar "igualmente, as iniciativas do sector privado, quer a nível individual, e ou de parcerias entre empresas chinesas e empresas locais dos nossos países", realçou durante o seu discurso.

O fundo ainda não tem data definida para ser ativado, mas, segundo adiantou hoje o diretor-geral do China Development Bank Capital (CDB Capital) - subsidiária do Banco de Desenvolvimento da China - "dentro dos próximos meses" deverá ter lugar a "instituição formal" ficando o fundo "oficialmente aberto a investimentos".

O CDB Capital e o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau assumem-se, em representação do Banco de Desenvolvimento da China e do Governo de Macau, como os financiadores do fundo.

Da dotação global do fundo, 200 milhões de dólares (20%) destinam-se a fundos de capital, enquanto os restantes 800 milhões são para empréstimos e financiamento.

O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Francis Tam, revelou que o fundo irá ser registado nas Ilhas Caimão e que o Governo da Região irá trabalhar de modo a poder capitalizar o fundo ainda este ano.

Do capital inicial do fundo, de 200 milhões de dólares, 50 milhões são da responsabilidade do Governo de Macau, ficando a gestão a cargo do CDB Capital.

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