MSE - Lusa
Díli, 27 mar (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, destacou hoje a consolidação da polícia do país, mas afirmou que continua preocupado com a falta investimento em instalações, equipamentos e condições de trabalho.
José Ramos-Horta falava na cerimónia de celebração do 12.º aniversário de criação da Polícia de Timor-Leste (PNTL).
A PNTL foi criada em maio de 2002, mas o recrutamento para a instituição começou a 27 de março de 2000, ainda sob a responsabilidade da Administração de Transição da ONU em Timor-Leste.
No discurso, o Presidente timorense começou por destacar a capacidade que a PNTL demonstrou nas operações realizadas na primeira volta das eleições presidenciais no passado dia 17.
Destacando a importância que a PNTL dá à formação dos recursos humanos, José Ramos-Horta disse estar satisfeito com o "avanço da consolidação da PNTL, nos últimos anos", porque começou a responder às preocupações da comunidade e tem mais visibilidade.
"O comportamento pessoal e a disciplina dos efetivos melhoraram e têm de continuar a melhorar para maior profissionalismo e prestígio da polícia", disse.
Apesar da sua satisfação, o Presidente timorense, que termina o mandato no próximo dia 20, disse que continua preocupado porque o "êxito do trabalho da polícia não depende só dos meios humanos".
"O trabalho dos agentes e oficiais da polícia depende dos meios disponíveis e nesse aspeto as condições de trabalho da PNTL são insuficientes e preocupantes", afirmou o chefe de Estado, lembrando que em 2009 já tinha chamado a atenção do governo.
Segundo o Presidente, passados três anos "continua a faltar investimento em instalações e outras condições de trabalho, especialmente nos distritos".
"É urgente lançar imediatamente medidas de descentralização e dar à PNTL alguma autonomia financeira, progressiva, gradual, atribuindo ao comando-geral um orçamento para certas despesas", afirmou.
No final do discurso, o Presidente lembrou a situação em que a PNTL estava quando assumiu funções de primeiro-ministro em 2006 e depois de chefe de Estado em 2007.
"Era uma força desarticulada, desmoralizada. Os agentes e oficiais não tinham possibilidade de mostrar as suas capacidades (...) Falei com oficiais e com muitos sargentos e agentes que (...) mantiveram os serviços a funcionar, apesar das condições de crise", recordou.
A desagregação da PNTL foi uma das consequências da crise política e de segurança que afetou Timor-Leste em 2006, tendo vários agentes sido mortos em confrontos com militares timorenses.
"O contraste entre aquele tempo e a situação que a PNTL vive hoje não podia ser maior, apesar dos problemas que existem. A moral da polícia foi restaurada, há um programa de consolidação e renovação. A PNTL tem razões para olhar o futuro com confiança", concluiu.
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