Carlos Abreu - Expresso
Relatório da Transparência Internacional estabelece uma forte correlação entre corrupção e a atual crise financeira, sobretudo nos países do Sul da Europa.
Portugal, Itália, Grécia e Espanha continuam a não prestar contas tal como deviam e a apresentar graves problemas de ineficiência e de corrupção que não são suficientemente controlados nem punidos. Esta é uma das principais conclusões de um novo relatório da Transparência Internacional Intitulado "Dinheiro, Política, Poder: Riscos de Corrupção na Europa".
No documento hoje divulgado, chega mesmo a ser estabelecida uma forte correlação entre a ineficiência destes países no combate à corrupção e os deficits das contas públicas.
"Grécia, Itália, Portugal e Espanha lideram a lista dos países da Europa Ocidental que apresentam deficits graves nos seus sistemas de integridade. A pesquisa também sugere uma forte correlação entre corrupção e deficits fiscais, mesmo nos chamados países "ricos". Os países europeus que pior controlam a corrupção, também apresentam maiores deficits orçamentais", pode ler-se neste relatório.
"As relações entre a corrupção e a atual crise financeira não podem ser ignorados. Nestes países, a corrupção constitui muitas vezes prática legal, ainda que eticamente criticável, resultante de grupos de pressão opacos, tráfico de influências e ligações promíscuas entre os sectores público e privado", escrevem os autores do documento.
Nota ainda a Transparência Internacional, entidade sem fins lucrativos vocacionada para o combate à corrupção, que em Portugal, apesar da legislação em vigor limitar a circulação entre o setor público e o privado, continuam a existir demasiadas exceções.
Sobre Portugal, os autores do documento dizem ainda que o acesso à informação nas instituições estatais é extremamente demorada, continuando os cidadãos a ignorar e a não exercer os seus direitos.
Nota Página Global: A conclusão a que chega a Transparência Internacional é aquela a que chega qualquer analfabeto em Portugal. Ainda mais se souber tomar em consideração que não ouve uma única palavra de insistência no combate à corrupção por parte do PR Cavaco Silva e também analisando o sistemático jogo do empata e do toca e foge em que os deputados do PS, do PSD e do CDS se exibem na Assembleia da República. Por coincidência são os três partidos políticos que têm partilhado os governos práticamente desde o 25 de Abril de 1974. Porque será que é assim? Recomendamos por último que leiam QUE FIGURAS PROEMINENTES DA POLÍTICA ANDAM DE MÃOS DADAS COM A CORRUPÇÃO?, hoje publicado em Página Global. (Redação PG)
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