Diário de Notícias, editorial
No mesmo dia em que o INE revelou que o desemprego em Portugal está já nos 15%, o Eurostat divulgava os números do crescimento económico na Zona Euro, com dados também preocupantes para o País, pois a recessão no segundo trimestre foi de 3,3%, a mais alta desde 2009. Pior, nos 17 países que partilham a moeda única europeia, só mesmo a Grécia. No conjunto, a Zona Euro também está em contração, sendo significativo que a locomotiva europeia, leia-se Alemanha, registe só 0,3% de crescimento.
Perante estes números alarmantes, Pedro Passos Coelho tentou passar uma mensagem de esperança. Mas foi cauteloso nas palavras usadas na festa do Pontal, pois se no Algarve quem o ouvia eram os militantes do PSD, já pela televisão os portugueses sabiam que escutavam o primeiro-ministro. E não houve promessas de crescimento económico para 2013, apenas de fim da recessão. O que significa que a recuperação vai tardar e que os cenários mais optimistas ficaram já para trás nas contas do Governo.
Mas, com a economia estagnada, a diminuição do desemprego não acontecerá. O que significa que o drama dos 800 mil portugueses oficialmente sem emprego (1,3 milhões se estivermos a falar do desemprego "real") está longe de ter fim à vista. O que constitui um desafio à coesão social e também à capacidade do Estado, e da sociedade, em proteger os mais desfavorecidos mesmo quando é época de conter despesas para equilibrar as contas.
São tempos difíceis estes. E que afetam também cada vez mais países europeus, a começar pela vizinha Espanha. O que significa que é preciso continuar a lutar por soluções alternativas para a crise e que os resultados serão tão mais concretos quanto a resposta for da Europa unida.
*Só incluímos a parte do texto referente a Portugal (PG)
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