Ana Baptista – Dinheiro Vivo
João Duque falou ao Dinheiro Vivo sobre o discurso que o primeiro-ministro fez na terça-feira. O economista não só considera que vai ser muito difícil estabilizar a economia em 2013, como Passos Coelho disse, como diz ainda que não é justo que todos paguem para cobrir o facto do Governo já não poder cortar nos subsídios da função pública.
Passos Coelho disse na terça-feira que a economia portuguesa deve começar a estabilizar em 2013. Isso é possível?
Compreendo que seja preciso incitar a população, mas parece-me muito difícil porque não há investimento. As pessoas têm de vender ativos, têm de liquidar as dívidas para que os bancos tenham dinheiro para injetar na economia. Ou então o financiamento tem de vir de fora.
Pode vir através das exportações?
Por exemplo, se se compram menos congelados cá então pode exportar-se o excedente, sem ser preciso investir e garantido empregos. Mas para isso a procura externa também tem de aumentar.
E aumenta?
Aí é que está a dúvida. Mas a economia portuguesa está a reagir bem a estas alterações todas devido às exportações.
Que comentário faz aos números do desemprego apresentados pelo INE?
Creio que ainda vai aumentar mais porque o investimento privado está a cair e prevê-se que continue a cair. É preciso captar o interesse dos investidores estrangeiros. Agora, penso é que a taxa de desemprego pode diminuir porque uns vão desistir de procurar emprego e outros vão-se embora de Portugal.
Como é que o Governo vai resolver a questão dos dois mil milhões de euros dos subsídios que não vai poder retirar à função pública em 2013?
O Governo estava a contar com esse corte na despesa e não podendo vai ter de tributar os subsídios de todos.
O Governo estava a contar com esse corte na despesa e não podendo vai ter de tributar os subsídios de todos.
E é mais justo assim?
Não. Se a taxa de desemprego nos funcionários públicos é zero e o desemprego no privado aumenta porque é que tem de haver equidade? Se não há equidade na segurança no emprego também não devia haver neste caso.
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