Movimento da Sociedade Civil contradiz Governo sobre execuções na Gâmbia
01 de Setembro de 2012, 12:13
Bissau, 01 set (Lusa) - O Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau garante que foi executado um cidadão guineense na Gâmbia e outro está "no corredor da morte", contradizendo o Governo, que diz não haver cidadãos nacionais entre os condenados à morte.
O Governo da Gâmbia executou no mês passado nove pessoas e anunciou que este mês vai executar mais 47. Segundo a imprensa, nacional e internacional, um cidadão guineense foi executado e outro está no grupo dos 47, mas o Governo de transição de Bissau já negou a existência de qualquer guineense sujeito a pena de morte.
Hoje, em Bissau, o Movimento da Sociedade Civil, que congrega diversas organizações não-governamentais, organizou uma marcha de protesto que terminou junto da embaixada da Gâmbia, que estava encerrada.
A marcha juntou poucas pessoas e decorreu sem incidentes e porque a embaixada estava encerrada não foi possível entregar um documento do Movimento, no qual é condenada a ação do Governo da Gâmbia.
Mamadu Queta, vice-presidente e porta-voz do Movimento, disse ter informações de que há dois guineenses no grupo condenado à morte, um antigo militar e um pescador, e considerou que "o Governo devia ter mais atenção" e esperar pelas conclusões de uma delegação que enviou à Gâmbia.
Ainda assim, acrescentou, havendo ou não guineenses no grupo "é preciso batalhar pela abolição a pena de morte em África e na sub-região" da África Ocidental.
No memorando, que o Movimento vai entregar na próxima segunda-feira, lembra-se que tem sede na Gâmbia a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, encarregue de assegurar a aplicação da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
As organizações da sociedade civil guineense "juntam as suas vozes às entidades que apelam à retirada da sede da Comissão", diz o memorando, em que se repudia e condena as execuções e onde se pede ao Governo para que tome medidas para evitar a morte de cidadãos nacionais acusados e ainda não executados.
FP.
FRENAGOLPE iniciou campanha de recolha de assinaturas para regresso de PM deposto
01 de Setembro de 2012, 15:58
Bissau, 01 set (Lusa) - A FRENAGOLPE, que junta pessoas e organizações contra o golpe de Estado de abril na Guiné-Bissau, está a recolher assinaturas para uma carta aberta a exigir o regresso ao país dos dirigentes depostos.
Iancuba Injai, dirigente da FRENAGOLPE, disse hoje aos jornalistas após uma reunião da estrutura que a recolha de assinaturas começou há uma semana e que vai decorrer até 24 de setembro, dia que comemora a independência do país.
As assinaturas acompanham uma carta dirigida à CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), com cópia para União Africana, União Europeia, Nações Unidas e CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), para "demonstrar que a maioria do povo da Guiné-Bissau está ao lado de Carlos Gomes Júnior (primeiro-ministro deposto) e deseja que Carlos Gomes Júnior regresse à sua pátria".
A recolha de assinaturas, disse Iancuba Injai, vai decorrer em todo o país, "para que 100 mil guineenses possam expressar a sua verdade sobre a forma como a CEDEAO está a desenvolver a sua atividade na Guiné-Bissau".
A FRENAGOLPE está contra a CEDEAO por ter viabilizado o atual governo de transição da Guiné-Bissau e quer que a organização regional "aceite o princípio de uma força multinacional para garantir a segurança de todos", disse o responsável, reafirmando que é contra golpes de Estado.
"Exigimos que a CEDEAO respeite o povo guineense e que não utilize dois pesos. No Mali está a fazer com que a ordem constitucional seja respeitada, aqui negoceia com golpistas. Se a CEDEAO não respeitar as nossas exigências vamos processar a organização, através do próprio tribunal da CEDEAO", disse.
A organização, que se reuniu na sede do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder até dia 12 de abril), vai com o partido comemorar as duas datas marcantes deste mês, a criação do partido (12 de setembro) e a proclamação da independência (24 de setembro), disse Injai.
Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira, Presidente interino à data do golpe, estão desde abril em Portugal.
FP.
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
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