Aprender português
ajuda a encontrar emprego
06 de Outubro de
2012, 02:56
Macau, China, 05
out (Lusa) - O português é difícil, mas ao mesmo tempo gerador de emprego,
consideram alunos de língua materna não portuguesa que apostam no bilinguismo
como via profissional, hoje distinguidos com prémios da Casa de Portugal em
Macau (CPM).
Celina Lau, Lao Pui
Pui, e Wong Iek não se conheciam até à cerimónia da entrega de prémios, mas em
comum têm anos de estudo da língua de Camões.
A palavra
"emprego" surge repetida nas declarações aos jornalistas, que os
ouviram em separado.
"Tenho-me
dedicado muito ao estudo do português e também estou a trabalhar como tradutor,
e por isso, este prémio é muito gratificante", disse Wong Iek.
De óculos e lenço
preto, o rosto do estudante de tradução do Instituo Politécnico de Macau
esconde quase 15 anos de estudo da língua de Camões, oito deles vividos em
Portugal (três em Lisboa e cinco no Porto) onde se licenciou em pintura.
"No início foi
difícil", recordou Wong Iek, ao lembrar que começou "a aprender em
1999, no ano em que Macau passou para a China".
O facto de o
português ser língua oficial de Macau, a par do chinês, fizeram-no ainda mais
determinado e, aos 33 anos, segue uma profissão pouco óbvia para quem se
dedicava às belas artes no Porto, sendo hoje tradutor no Instituto de Assuntos
Cívicos e Municipais de Macau.
"O português
continua a ser uma língua muito forte no mundo e a sua importância está cada
vez mais óbvia para o desenvolvimento de Macau", afirmou.
Celina Lau fez um
caminho mais a direito na língua de Camões. Aos 21 anos termina a licenciatura
em Estudos Portugueses na Universidade de Macau e já dá aulas de português.
"Estou a
trabalhar como assistente numa escola luso-chinesa, e acho que ser professor
bilingue é uma vantagem", apontou.
Com menos
vocabulário e mais timidez na bagagem, Lao Pui Pui, de 18 anos, não deixa de
ser menos determinada. Não só adotou o nome português de "Marcela"
como mudou para a Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional para seguir o curso
de Tradução e Interpretação na Área Luso-Chinesa.
"Gosto muito
de língua portuguesa e queria ser tradutora", disse a aluna do primeiro
ano do curso, equivalente ao 10.º ano.
A associação Casa
de Portugal em Macau premeia, anualmente, os melhores alunos de língua materna
e não materna portuguesa, nas escolas secundárias e ensino superior da Região.
Referentes ao ano
letivo de 2011/2012 foram atribuídos diplomas e prémios pecuniários a seis
alunos de Macau.
FV // MBA.
Presidente da Casa
de Portugal defendeu melhorias no ensino do português em Macau
05 de Outubro de
2012, 23:42
Macau, China, 05
out (Lusa) - A presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António,
defendeu hoje a reciclagem dos professores e a mudança de mentalidades nas
direções das escolas para melhorar o ensino da língua portuguesa na Região.
Amélia António, que
falou aos jornalistas à margem da cerimónia da entrega dos "Prémios Casa
de Portugal em Macau" aos melhores alunos de português de diferentes
escolas e instituições do ensino superior na região administrativa especial
chinesa, colocou a tónica na mudança de atitude no interior das escolas.
"O Governo [de
Macau] tem tomado algumas medidas e põe algumas em prática, mas eu acho que a
medida principal é a reciclagem dos professores", disse.
Apesar de
reconhecer "que há um esforço efetivo de melhorar o ensino (de
português)" em Macau, Amélia António observou a necessidade de incutir nas
direções das escolas que "a aprendizagem de uma segunda língua, e
nomeadamente da língua portuguesa, é uma mais-valia para os alunos".
"Enquanto
essas pessoas tiverem uma mentalidade muito agarrada ao passado, achando que o
importante é pôr os alunos a escrever bem chinês e a falar bem chinês, e que
isso chega, os professores de português se calhar não sentem grande incentivo,
nem grande apoio", acrescentou.
A presidente da CPM
observou ainda que só com a abertura de "mentalidades e de espírito"
é que as medidas que o Governo anuncia e pretende implementar poderão ter
maiores resultados práticos.
Sobre os
"Prémios Casa de Portugal em Macau" atribuídos aos melhores alunos de
português, Amélia António disse que estes são "simbólicos" e visam
reconhecer o esforço e estimular os alunos.
"Não é o
prémio que faz com que as pessoas apareçam a falar mais português, mas acho que
é importante que se mostre o que há. Penso que é sobretudo uma questão de
afirmação e acima de tudo moral", declarou.
FV // NS.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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