Acusações de
feitiçaria e conflitos ideológicos expulsam idosos moçambicanos das famílias
02 de Outubro de
2012, 15:45
Chimoio,
Moçambique, 02 out (Lusa) - Pelo menos 17 pessoas foram obrigadas a recorrer ao
único abrigo para idosos em Barué, Manica, centro de Moçambique, após serem
rejeitados ou expulsos por familiares, devido a acusações de feitiçaria e
conflitos ideológicos, disse hoje à Lusa fonte governamental.
Isabel Raimundo,
diretora provincial da agência Mulher e Ação Social, disse haver uma crescente
onda de rejeição de idosos pelas famílias, sobretudo por acusações de práticas
de feitiçaria ou por falta de simpatia com a ideologia política dos seus
filhos.
"Temos cada
vez maior o número de idosos rejeitados pelas famílias. Alguns, conseguimos
reintegrar e outros perderam todos os parentes e são mantidos no abrigo. Mas
também temos trabalhado para responsabilizar as pessoas que rejeitam os
idosos" explicou à Lusa Isabel Raimundo.
Em Tambara um idoso
foi espancado, pelo filho, um funcionário público, por simpatizar com a Renamo
(principal partido da oposição),enquanto em Gondola um idoso foi forçado a
abandonar a casa por mostrar simpatia com o Movimento Democrático de Moçambique
(MDM). No distrito de Macossa uma idosa foi expulsa da casa por ter recebido e
usado uma capulana (pano tradicional, que pode servir de saia) da Frelimo
(partido no poder).
Em Moçambique ainda
está em fase consulta uma Lei dedicada à proteção de idosos.
Em declaração à
Lusa, Manuel Bzancodocodo, 70 anos, disse que as pensões de velhice de 130
meticais (3,5 euros) mensais para uma pessoa e de 380 meticais (10,2 euros)
para agregados com cinco pessoas, estão desajustados da realidade do país e são
uma das razões que empurram os idosos para a mendicidade.
De acordo com o
Instituto Nacional de Ação Social (INAS), cerca de 21.265 idosos em Manica
recebem pensões de velhice.
Este ano cerca de
mil candidatos entraram para o programa, numa lista de espera de perto de 10
mil idosos, devido ao défice que acusa as contas da INAS.
AYAC //JMR
Protagonistas da
paz em Moçambique comemoram 20.º aniversário em cerimónias distintas
03 de Outubro de
2012, 07:16
Maputo, 03 out
(Lusa) - O 20.º aniversário do Acordo Geral de Paz, que pôs termo a 16 anos de
guerra civil em Moçambique, vai ser comemorado em separado pelo Governo e pela
Renamo, os protagonistas que rubricaram o pacto em 1992.
Na quinta-feira, 04
de outubro, quando se completam 20 anos sobre a assinatura, em Roma, do acordo,
as cerimónias centrais serão dirigidas pelo Presidente moçambicano, Armando
Guebuza, na Praça da Paz, na capital do país, Maputo, enquanto o líder do
principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, irá reunir os seus militantes
na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique.
O líder do então
movimento rebelde Afonso Dhlakama, que, de resto, tem primado pela ausência
nestas cerimónias, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo),
partido no poder, de transformar o ato em evento de cariz partidário, foi quem
assinou o acordo de paz, na capital italiana, Roma, com o então Presidente
moçambicano, Joaquim Chissano.
Até quinta-feira,
Afonso Dhlakama vai orientar, em Quelimane, uma reunião de dois dias da
comissão política da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que deverá
homologar a ameaça da não realização de eleições autárquicas do próximo ano,
caso o país não aprove uma nova lei que torne o processo eleitoral
transparente.
Afonso Dhlakama
avisou que "vai haver problema sério" caso algum partido político
insista em participar no escrutínio.
Ainda no âmbito da
comemoração dos 20 anos de paz, hoje vai estrear-se o filme "Caminhos da
Paz", um documentário feito por cineastas e participantes que através de
retratos procuram dar o testemunho deste período importante de história de
Moçambique.
"Esta paz é
também uma responsabilidade que nos chama a mudar", adverte, entretanto,
em comunicado, a Comunidade de Sant`Egídio, um dos mediadores do acordo paz.
"Cada 04 de
outubro, e a cada dia, a nossa própria história nos indica um caminho melhor.
Se há 20 anos os moçambicanos foram capazes de parar com a violência da guerra,
hoje são chamados - somos chamados - a construir uma sociedade mais humana,
onde não se pague o mal com o mal, onde o sentimento de desprezo para com o
mendigo, o idoso, o estrangeiro, deixe espaço a uma cultura de acolhimento e de
solidariedade", assinala a mesma nota.
MMT // VM.
Maior partido da
oposição em Moçambique volta a ameaçar com manifestações
03 de Outubro de
2012, 07:48
Maputo, 03 out
(Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, voltou a ameaçar
com a realização de manifestações em Moçambique, contra o Governo da Frelimo,
se não forem atendidas as suas exigências.
Na véspera da
comemoração dos 20 anos de paz em Moçambique, a Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo) promoveu uma reunião do seu conselho nacional, alargada a
quadros, que decorre em Quelimame, capital provincial da Zambézia, onde o
partido realizará na quinta-feira as suas comemorações dos acordos de Roma.
Falando no final do
primeiro dia de debates, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, denunciou a
"partidarização do Estado" moçambicano e a "perseguição"
que disse atingir os militantes e ex-guerrilheiros do seu partido.
Alemanha vai apoiar
setor financeiro de Moçambique com 28,5 ME
03 de Outubro de
2012, 08:37
Maputo, 03 out
(Lusa) - O Governo alemão anunciou na terça-feira em Maputo o desembolso de
28,5 milhões de euros para o apoio ao setor financeiro moçambicano, incluindo a
expansão dos serviços bancários no país.
A verba será
canalizada no quadro de um acordo assinado em Maputo pelo ministro das Finanças
moçambicano, Manuel Chang, e pelo diretor do Banco Alemão de Desenvolvimento
(KfW), Ralf Orlik.
Segundo declarações
dos signatários, o fundo destina-se a apoiar cinco componentes, nomeadamente
uma linha de crédito para micro, pequenas e médias empresas, promoção de
serviços bancários e garantia de depósitos.
A formação
financeira básica e suporte de medidas de acompanhamento do GAPI, uma
instituição financeira de apoio ao desenvolvimento em Moçambique, estão também
inscritos no conjunto dos beneficiários da verba anunciada pelo KfW.
PMA // VM.
ONU financia
agricultura em 19 distritos de Moçambique com 39ME
03 de Outubro de
2012, 09:10
Maputo, 03 out
(Lusa) - O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) vai
disponibilizar 30 milhões de euros para financiar a agricultura em 19 distritos
de três províncias moçambicanas, no âmbito de um acordo hoje assinado na
capital italiana, Roma.
Denominado Projeto
de Desenvolvimento das Cadeias de valor nos corredores de Maputo e Limpopo
(PROSUL), a iniciativa do FIDA, agência das Nações Unidas, visa apoiar pequenos
produtores através de uma intervenção na cadeia de valores: horticultura
irrigada, mandioca e pecuária.
O projeto permitirá
os produtores "melhorarem os índices de produção e produtividade,
facilitar as ligações de mercado e melhorar a organização dos produtores",
indica um comunicado de imprensa hoje divulgado pelo Ministério da Planificação
e Desenvolvimento de Moçambique.
"O PROSUL
incluirá componentes específicas para suportar o desenvolvimento da hortícola,
mandioca, pecuária e serviços financeiros", apostando na
"reabilitação e expansão de regadios, nas zonas de produção de hortícolas,
incluindo a conceção, construção e manutenção de obras de construção
civil", refere a mesma nota.
MMT // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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