segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Moçambique: RÁDIO ISLAMITA ENCERRADA, ARTE SEM FRONTEIRAS, TANZÂNIA-MALAUI

 


Jornalistas encerram rádio islâmica em Moçambique por melhores salários
 
08 de Outubro de 2012, 08:29
 
Nampula, Moçambique, 08 out (Lusa) - Jornalistas e locutores de uma estação radiofónica com inspiração islâmica que transmite a partir de Nampula, norte de Moçambique, decidiram no domingo paralisar todas as emissões de rádio, exigindo reajustamentos salariais e a celebração de contratos de trabalho.
 
Os profissionais da Radio Haq (Verdade) exigem da direção daquela instituição o aumento dos seus ordenados mensais, atualmente abaixo de 1.400 meticais (cerca de 35 euros) ou seja abaixo do salário mínimo em vigor no país.
 
Propriedade do Conselho Islâmico e criada há cerca de três anos, a Rádio Haq está vocacionada para difusão do Corão na capital provincial de Nampula e arredores, num raio de cerca de 100 quilómetros.
 
"Vamos continuar a pressionar a direção para ajustar os nossos salários", disse à Lusa um dos jornalistas daquela estação emissora.
 
Entretanto, o Conselho Islâmico de Nampula ainda não reagiu ao protesto, mas o secretariado provincial do Sindicato Nacional de Jornalistas, convocou um encontro de emergência para analisar a situação.
 
Em Nampula, frequentemente são reportados casos relacionados com o alegado desrespeito da lei laboral por parte de alguns responsáveis dos chamados "órgãos de informação independentes".
 
Diversas rádios comunitárias e jornais privados existentes na província pagam aos seus colaboradores salários que não ultrapassam os 60 euros.
 
LAS // VM.
 
Arte "elimina" fronteiras entre moçambicanos e zimbabueanos
 
06 de Outubro de 2012, 08:13
 
Maputo, 06 de out (Lusa) - Uma iniciativa cultural permitiu que, durante um mês, as fronteiras do Zimbábue e de Moçambique fossem eliminadas, unindo os povos destes países africanos por via de expressões artísticas locais que, apesar de diferentes, apresentam semelhanças.
 
Ao longo do último mês de setembro, Maputo foi palco de uma residência artística que reuniu dois artistas moçambicanos e dois artistas zimbabueanos, com o intuito de potenciar "um diálogo para a descoberta das diferenças e semelhanças" dos dois povos.
 
A pintura, a escultura e a cerâmica foram as formas de expressão artísticas dinamizadas durante o intercâmbio cultural, que teve lugar na Escola Nacional de Artes Visuais (ENAV).
 
"Antes das fronteiras terem sido colocadas, éramos todos um só povo. A escultura fala a mesma linguagem que a madeira ou a cerâmica. Estou contente por aprender sobre cerâmica, madeira, pintura, tudo o que Moçambique oferece", disse à agência Lusa Tapiwa Chapo, escultor zimbabueano.
 
Satisfeito pela "oportunidade de interação e troca de experiências", o ceramista moçambicano Titos Pelembe aceitou o desafio de utilizar como matérias-primas "a pedra e o sabão".
 
"A partir do momento que nos encontrámos para trabalhar, cada um ficou como se fosse uma espécie de tábua rasa, com a mente aberta para receber e oferecer aos colegas", disse Pelembe.
 
"Tem sido uma experiência muito boa. Perguntamos uns aos outros se as ideias são boas, ou como aplicar as matérias. Acho que isso é o mais importante", avaliou o pintor moçambicano Butcheca, que transformou madeiras velhas em telas para as suas pinturas.
 
Pela primeira vez em Maputo, o pintor Charles Kamangwana enalteceu a iniciativa, tanto ao nível pessoal, como profissional, afirmando ter "apreciado cada pequeno momento da experiência".
 
Sobre as convergências artísticas dos dois países, Titos Pelembe acredita que "existem diferenças" na aplicação de cores, por exemplo, mas "a mensagem em si é comum".
 
"Penso que existem (semelhanças entre arte moçambicana e zimbabweana). Por exemplo, é notável nas obras do colega Charles: ele usa um estilo mais característico e ilustrativo. Cá em Moçambique, temos alguns artistas que trabalham com esta temática. Difere a aplicação das cores, mas a mensagem em si é comum", explicou.
 
"Gosto muito de caminhar em conjunto com os artistas moçambicanos, porque não é só na arte que Moçambique e o Zimbabwe estão unidos, mas também em termos políticos temos sido amigos. Queremos tornar esta amizade mais forte através da arte", concluiu Tapiwa Chapo.
 
Depois de uma exposição que decorreu num centro cultural da capital moçambicana, os quatro artistas pretendem apresentar o resultado da residência artística em Harare, no Zimbábue.
 
ENYP
 
Tanzânia apela à mediação internacional para diferendo com Malaui sobre Lago Niassa
 
08 de Outubro de 2012, 07:51
 
Maputo, 08 out (Lusa) - A Tanzânia apelou à mediação internacional para resolver o conflito com o vizinho Malaui sobre a delimitação de fronteiras no lago Niassa, que divide os dois países, depois das conversações bilaterais terem falhado.
 
O apelo foi lançado no fim de semana, após o Malaui ter acusado a Tanzânia de intimidar os seus cidadãos e abandonado as negociações sobre a jurisdição do lago, potencialmente rico em gás e petróleo.
 
"Está agora claro que não podemos resolver entre nós o diferendo", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros tanzaniano, Bernard Membe, falando, no sábado, numa conferência de imprensa.
 
O conflito sobre o terceiro maior lago de África começa no nome: no Malaui, chamam-lhe Lago Malaui, enquanto na igualmente anglófona Tanzânia é usada a denominação Niassa, também utilizada em Moçambique e na língua portuguesa.
 
Tratados coloniais do século XIX sustentam a pretensão do Malaui em deter todo o lago, exceto na maior parte das águas que separam o país de Moçambique, o que é contestado pela Tanzânia, que pretende uma divisão a meio.
 
Este conflito, com mais de 50 anos, agravou-se recentemente com a possibilidade de existência de gigantescas reservas de gás e petróleo, o que levou o Malaui a ceder licenças de prospeção e exploração à empresa britânica Surestream Petroleum.
 
LAS // VM.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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