Hugo Neutel – TSF,
com foto via vídeo
Catroga considera
que Passos tem de ser humilde na aceitação da indignação e que uma eventual
remodelação deve ser encarada sem dramas. O economista é contra a privatização
da CGD
Eduardo Catroga
igual a si próprio. Sem fugir aos temas mais quentes, o economista que ajudou a
elaborar o programa eleitoral do PSD no caminho para a vitória a Passos Coelho
e que liderou a equipa social-democrata que acompanhou as negociações com a
troika diz em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo que esta pode ser uma boa
altura para remodelar não apenas pessoas, mas a própria estrutura do executivo.
Não aponta nomes mas avisa que há ministros de quem não se fala que são mais
remodeláveis do que os que têm sido mencionados pela Comunicação Social.
Catroga, que é
contra privatização da Caixa Geral de Depósitos, considera que nas últimas
semanas este Governo fez erros que vão ficar para a história política do pais.
Remodelação deve
ser encarada «sem dramas» e deve incluir nomes que não têm sido os mais falados
Eduardo Catroga
desdramatiza uma possível remodelação. Diz que essa é uma opção que deve ser
encarada «sem dramas» e que «seria perfeitamente natural a meio do mandato,
sobretudo num conjuntura extraordinariamente difícil. Sem quaisquer dramas». O
primeiro-ministro, afirma o economista que redigiu a proposta para o programa
eleitoral do PSD, «tem que ser humilde na aceitação da indignação». Catroga diz
que «se fosse primeiro-ministro estaria na posse da totalidade da informação
para fazer um reajustamento da estrutura orgânica do Governo e de pessoas».
O economista
aconselha o primeiro-ministro a «fazer uma reflexão que só ele pode fazer. Eu,
se fosse primeiro-ministro, procuraria estar na posse de informação que hoje
não tenho». Catroga não quer falar em nomes mas adianta que «às vezes, há
determinados ministros que começam a ser prematuramente "remodelados"
na comunicação social e há outros ministros de quem não se fala e que merecem
mais ser remodelados do que aqueles que estão a tentar fazer coisas»
CGD deve continuar
na esfera pública e ser reorientada para o financiamento às empresas
O antigo ministro
das finanças mostra-se ainda contra a privatização da Caixa Geral de Depósitos.
Na opinião de Eduardo Catroga, a CGD «estar sujeita a uma orientação
estratégica do Governo, em representação do acionista Estado, no sentido de
orientar os recursos para o tecido produtivo, para as empresas, para as
pequenas e médias empresas e para os investimentos produtivos». A Caixa BI,
banco de investimento, «devia ser transformado num banco de fomento nacional
com capitais públicos e privados no sentido de voltar a olhar para o
financiamento a médio e longo prazo que os banco não vão ter mais condições de
fazer nos próximos anos»
Governo fez erros
que «ficam para a história»
Eduardo Catroga
considera que o Governo errou ao não aproveitar a 5ª avaliação da troika para
fazer um «reajustamento global do programa». Esse reajustamento teria de
começar pela revisão do «ponto de partida» do documento, que, defende o antigo
ministro das finanças, está mal calculado. Ainda assim Catroga recusa defender
uma extensão do pacote financeiro da troika.
O Governo errou
novamente na «política de comunicação» da revisão do programa. Catroga não quis
dizer se falava do caso TSU, mas acrescenta que são erros que vão ficar para a
história política do país.
Nesta entrevista o
economista que liderou a equipa do PSD que acompanhou as negociações com a
troika em 2011 diz ainda que a troika «e o Governo, por influência da troika,
esqueceu-se de todo o pilar do aumento do crescimento potencial. Isto é, o
pilar da revitalização do tecido produtivo, que passava por incentivos fiscais
e financeiros para a agricultura, para a indústria transformadora, e sobretudo
para todos os sectores que exportam».
A entrevista a
Eduardo Catroga pode ser escutada na íntegra na TSF neste sábado, 6 de Outubro,
depois das notícias das 13 horas e depois, em permanência e com vídeo, na página do programa Tudo é Economia.
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