Fernando Silva
Números da
realidade cruel mostram que mais de 300 mil portugueses desempregados,
inscritos nos Centros de Emprego, não recebem Subsídio de Desemprego, não
recebem sequer o infimo Rendimento Social de Inserção. Centenas de milhares de
famílias estão votadas ao desprezo de um governo e de uma elite política,
económica e financeira de mãos dadas e com o objetivo de condenar à fome os
portugueses. E não há quem, com poderes substanciais e representativos, se disponha a inverter
a situação.
Os denominados
deputados que parlam na Assembleia da República continuam a usufruir de imensas
mordomias. Obedecem à conveniente disciplina partidária em vez de representarem
defacto os interesses e salvaguardas de quem os elegeu. O PS fala agora de
reduzir o número de deputados. Como se isso fosse importante neste momento. O
que o PS e os outros deputados dos partidos políticos com lugar (cativo) não
falam é de reduzir drásticamente os seus vencimentos, normalizar o tempo de
direito das suas reformas ao estrito regime geral (mais de 20 anos) em vez dos
três mandatos (12 anos) a que sistemática e gananciosamente se alapam. O que
fazem eles de tão transcendente para benefeciarem de um regime especial? O que
fazem de tão transcendente para receberem centenas de milhares de euros em
subsidios inconcebiveis? O que fazem de tão transcente para terem direitos que
em países ricos os seus congéneres não têm? E depois admiram-se de os
portugueses os considerarem “chulos”? E isso toca a todos, de todos os
partidos. Lamentavelmente consideram deste modo os deputados, ponto final.
É certo que mesmo
apesar da crise não vimos sair da parte dos partidos políticos com assento na
Assembleia da República proposta que se traduza na vontade de terminar com a
rebaldaria dos vencimentos e (principalmente) com as enormes mordomias sugadas
pelos deputados e outros que até como funcionários usam e abusam do benefício
de ali se instalarem priveligiadamente à custa dos sacrificios dos portugueses.
Então, se isso não se vê, nem disso falam, porque razão vem agora o PS (antes
foi o PSD) falar na redução de deputados (de 230 para 180)? Que o façam, se
acaso for garantida a presença representativa de pequenos partidos e não que a
proosta tenha em vista de os expulsar através dessa manha (que é o que têm por
objetivo). Contudo, reforma por reforma, que também incluam a abolição de
mordomias inconcebiveis, imorais, inadmissiveis. Só assim poderão deixar de
serem considerados “chulos”, “vampiros”, salafrários”. Que é o que mais se diz
pelo país inteiro. Ainda mais agora que a miséria e a fome alastra
desmesuradamente por Portugal.
SEGURO É DIFERENTE
DE PASSOS?
António José
Seguro, secretário geral do partido socialista (PS), deputado, vem da juventude
socialista como Passos Coelho é originário da do seu partido (PSD). Muitos
outros, dessas juventudes partidárias fáceis, oportunistas e preguiçosas, estão
agora no governo ou, pelo menos, em deputados. Para eles tudo tem sido
conseguido quase sem esforço. Quando não são deputados ou do governo saltitam
entre aberrantes “tachos” que lhes proporcionam dinheiro fácil e até “canudos
de doutores”. Isso é voz corrente. Isso é o que de vez em quando transparece e
é ligeiramente divulgado em orgãos de comunicação social. Não serão todos esses
jovens mas são os que são e nem fazemos ideia. Como num cesto com maçãs, se uma
apodrece e deixamos por lá ficar sabemos que todas as outras apodrecem num
ápice. É essa a ideia e algumas provas que os portugueses têm sobre os atuais
políticos. E então? Seguro é diferente de Passos? Será? Até agora ainda não deu
provas. O que tem mostrado é que usa a estratégia de passar pelos intervalos da
chuva com avanços e recuos tão mal teatralizados que não inspira confiança nem
credibilidade. Seguro tem de fazer mais, muito mais, para ser diferente de
Passos? Mais e muito melhor. Tem de ser verdadeiro e autêntico. Tem de ser
socialista para além de democrático, honesto e justo. Não o está a ser. Nem
sabe sequer cavalgar o descontentamento que grassa pelo país. Ou não quer ou
tem medo. Será que toda esta geração das juventudes partidárias gerou cobardes
devido à vida fácil que lhes foi proporcionada? É o que parece.
ANTÓNIO COSTA,
OUTRO QUE TAL?
No passado dia da
comemoração da República, 5 de outubro, Portugal assistiu ao medo de Cavaco
Silva, de membros do governo e outros políticos, em cumprirem os seus deveres:
comemorarem com os portugueses os 102 anos da República. Refugiaram-se entre
paredes como ratos de esgoto que temem a imperiosa desinfestação, revelando consciências
pesadas e a cobardia de não conseguirem superar o medo que os assola. Medo de
vaias pelos seus péssimos desempenhos. Tanto medo que, de cabeça perdida, até
hastearam a bandeira de Portugal ao contrário. Nesse quadro a responsabilidade
não pertenceria só a Cavaco Silva mas sim a todos os presentes que constataram
que a bandeira estava ao contrário mas não tiveram sequer a coragem de abortar
a operação e repetir o hastear de modo correto. Era o minimo que se lhes
exigia. Mas disso já se falou quanto baste.
Os discursos em
círculo fechado foram de conveniência para os que o fizeram. Cavaco Silva fugiu
às preocupações mais recentes dos portugueses e optou por abordar o
desmantelamento do serviço nacional de educação. Atitude tipica de quem anda
sempre a refugiar-se em tabus, falsidades ou cobardias. António Costa,
presidente da Câmara Municipal de Lisboa e anfitrião da cerimónia, considerou
que era tempo de fazer o discurso da oposição ao governo e à liderança do
Partido Socialista. Foi um bom discurso mas sem consequências que não sejam as
de que se perfila para se abalançar às eleições presidenciais (mais cómodo) se
escapar a ter de avançar como lider do seu partido (PS) e eventual
primeiro-ministro – afastando Seguro.
Costa é ainda um
político com credibilidade. Não se conhece nele falta de coragem, de
discernimento e de sabedoria para aglutinar e liderar várias tendências
políticas que julga serem úteis para os interesses de objetivos que se têm
mostrado transparentes e de sucesso. António Costa será um dos mais bem
colocados do Partido Sopcialista para liderar a oposição a este governo mas
aguarda, aguarda e aguarda. Espera o seu timing perfeito… enquanto Portugal e
os portugueses definham. Poderemos ver tal comportamento como quem olha para o
seu umbigo, seus interesses e interesses partidários? É o que se vê e se lê
através do seu comportamento.
Mais grave ainda
foi que ficámos a saber que António Costa também mente. Outro que tal? Mais um
deliberado mentiroso? Foi o que demonstrou em 5 de outubro quando reporteres o
questionaram das razões de as comemorações acontecerem dentro de um edificio em
modo escondido e reservado. Costa respondeu que não. Que até havia ali pessoas
do povo a assistir… Havia, realmente, uns quantos. Duas dezenas?
Referiram-lhe que
as ruas estavam fechadas ao público. Costa respondeu que não, que a cerimónia
era pública e só por poupança fora decidido realizar-se entre paredes e não no
exterior e publicamente como acontece há mais de cem anos. Ao dizer que não
Costa mentiu deliberadamente. As ruas limitrofes efetivamente estavam fechadas.
Foi testemunhado e confirmado por todas os orgãos de comunicação social.
Deixaram passar alguns portugueses a conta-gotas só para compôr a trapaça. Era
para evitar vaias… Não as evitaram, porque duas mulheres representaram os
milhões de portugueses e manifestaram explicitamente e a seu modo o que deve
ser interpretado como a revolta, a indignação, dos que só por não terem acesso
à Praça do Municipio não fizeram ouvir as suas vozes. E vem agora Cavaco (ainda
hoje ao El País) declarar que os políticos devem ouvir a voz do povo. Dito por
quem foge do povo sempre que pode e se fecha em Belém é, no minimo, deplorável.
Deplorável é igualmente ficarmos a saber que afinal António Costa também mente
quase por nada e só para tentar ocultar o que era mais que evidente: que
fugiram como ratos de esgoto para dentro de um edificio exatamente para não
ouvirem a voz do povo, as vaias, as vozes de sofrimento e revolta mais que
justificada. António Costa revelou não perceber que no melhor pano caiu a nódoa e que ele é
outro que tal? Portugal já não suporta mais impostos, mais desonestidades, nem
mais políticos de pechisbeque.
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1 comentário:
O BILDERBERG TEM TODOS ESSES POLÍTICOS NA MÃO!
O António Costa é um dos Presidentes da Câmara que se rendeu ao BILDERBERG, o outro é o da Câmara do Porto!
Qualquer dessas opções estão na esteira do que interessa a Francisco Pinto Balsemão, à diminuta oligarquia portuguesa e sobretudo à NATO e aos grandes detentores do capital na Europa e nos Estados Unidos!
Apostar num deles é perpetuar o ciclo vicioso em que Portugal está enredado!
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