segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PORTUGUESES JÁ NÃO SUPORTAM MAIS IMPOSTOS NEM POLÍTICOS DE PECHISBEQUE

 

Fernando Silva
 
Números da realidade cruel mostram que mais de 300 mil portugueses desempregados, inscritos nos Centros de Emprego, não recebem Subsídio de Desemprego, não recebem sequer o infimo Rendimento Social de Inserção. Centenas de milhares de famílias estão votadas ao desprezo de um governo e de uma elite política, económica e financeira de mãos dadas e com o objetivo de condenar à fome os portugueses. E não há quem, com poderes substanciais e representativos, se disponha a inverter a situação.
 
Os denominados deputados que parlam na Assembleia da República continuam a usufruir de imensas mordomias. Obedecem à conveniente disciplina partidária em vez de representarem defacto os interesses e salvaguardas de quem os elegeu. O PS fala agora de reduzir o número de deputados. Como se isso fosse importante neste momento. O que o PS e os outros deputados dos partidos políticos com lugar (cativo) não falam é de reduzir drásticamente os seus vencimentos, normalizar o tempo de direito das suas reformas ao estrito regime geral (mais de 20 anos) em vez dos três mandatos (12 anos) a que sistemática e gananciosamente se alapam. O que fazem eles de tão transcendente para benefeciarem de um regime especial? O que fazem de tão transcendente para receberem centenas de milhares de euros em subsidios inconcebiveis? O que fazem de tão transcente para terem direitos que em países ricos os seus congéneres não têm? E depois admiram-se de os portugueses os considerarem “chulos”? E isso toca a todos, de todos os partidos. Lamentavelmente consideram deste modo os deputados, ponto final.
 
É certo que mesmo apesar da crise não vimos sair da parte dos partidos políticos com assento na Assembleia da República proposta que se traduza na vontade de terminar com a rebaldaria dos vencimentos e (principalmente) com as enormes mordomias sugadas pelos deputados e outros que até como funcionários usam e abusam do benefício de ali se instalarem priveligiadamente à custa dos sacrificios dos portugueses. Então, se isso não se vê, nem disso falam, porque razão vem agora o PS (antes foi o PSD) falar na redução de deputados (de 230 para 180)? Que o façam, se acaso for garantida a presença representativa de pequenos partidos e não que a proosta tenha em vista de os expulsar através dessa manha (que é o que têm por objetivo). Contudo, reforma por reforma, que também incluam a abolição de mordomias inconcebiveis, imorais, inadmissiveis. Só assim poderão deixar de serem considerados “chulos”, “vampiros”, salafrários”. Que é o que mais se diz pelo país inteiro. Ainda mais agora que a miséria e a fome alastra desmesuradamente por Portugal.
 
SEGURO É DIFERENTE DE PASSOS?
 
António José Seguro, secretário geral do partido socialista (PS), deputado, vem da juventude socialista como Passos Coelho é originário da do seu partido (PSD). Muitos outros, dessas juventudes partidárias fáceis, oportunistas e preguiçosas, estão agora no governo ou, pelo menos, em deputados. Para eles tudo tem sido conseguido quase sem esforço. Quando não são deputados ou do governo saltitam entre aberrantes “tachos” que lhes proporcionam dinheiro fácil e até “canudos de doutores”. Isso é voz corrente. Isso é o que de vez em quando transparece e é ligeiramente divulgado em orgãos de comunicação social. Não serão todos esses jovens mas são os que são e nem fazemos ideia. Como num cesto com maçãs, se uma apodrece e deixamos por lá ficar sabemos que todas as outras apodrecem num ápice. É essa a ideia e algumas provas que os portugueses têm sobre os atuais políticos. E então? Seguro é diferente de Passos? Será? Até agora ainda não deu provas. O que tem mostrado é que usa a estratégia de passar pelos intervalos da chuva com avanços e recuos tão mal teatralizados que não inspira confiança nem credibilidade. Seguro tem de fazer mais, muito mais, para ser diferente de Passos? Mais e muito melhor. Tem de ser verdadeiro e autêntico. Tem de ser socialista para além de democrático, honesto e justo. Não o está a ser. Nem sabe sequer cavalgar o descontentamento que grassa pelo país. Ou não quer ou tem medo. Será que toda esta geração das juventudes partidárias gerou cobardes devido à vida fácil que lhes foi proporcionada? É o que parece.
 
ANTÓNIO COSTA, OUTRO QUE TAL?
 
No passado dia da comemoração da República, 5 de outubro, Portugal assistiu ao medo de Cavaco Silva, de membros do governo e outros políticos, em cumprirem os seus deveres: comemorarem com os portugueses os 102 anos da República. Refugiaram-se entre paredes como ratos de esgoto que temem a imperiosa desinfestação, revelando consciências pesadas e a cobardia de não conseguirem superar o medo que os assola. Medo de vaias pelos seus péssimos desempenhos. Tanto medo que, de cabeça perdida, até hastearam a bandeira de Portugal ao contrário. Nesse quadro a responsabilidade não pertenceria só a Cavaco Silva mas sim a todos os presentes que constataram que a bandeira estava ao contrário mas não tiveram sequer a coragem de abortar a operação e repetir o hastear de modo correto. Era o minimo que se lhes exigia. Mas disso já se falou quanto baste.
 
Os discursos em círculo fechado foram de conveniência para os que o fizeram. Cavaco Silva fugiu às preocupações mais recentes dos portugueses e optou por abordar o desmantelamento do serviço nacional de educação. Atitude tipica de quem anda sempre a refugiar-se em tabus, falsidades ou cobardias. António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e anfitrião da cerimónia, considerou que era tempo de fazer o discurso da oposição ao governo e à liderança do Partido Socialista. Foi um bom discurso mas sem consequências que não sejam as de que se perfila para se abalançar às eleições presidenciais (mais cómodo) se escapar a ter de avançar como lider do seu partido (PS) e eventual primeiro-ministro – afastando Seguro.
 
Costa é ainda um político com credibilidade. Não se conhece nele falta de coragem, de discernimento e de sabedoria para aglutinar e liderar várias tendências políticas que julga serem úteis para os interesses de objetivos que se têm mostrado transparentes e de sucesso. António Costa será um dos mais bem colocados do Partido Sopcialista para liderar a oposição a este governo mas aguarda, aguarda e aguarda. Espera o seu timing perfeito… enquanto Portugal e os portugueses definham. Poderemos ver tal comportamento como quem olha para o seu umbigo, seus interesses e interesses partidários? É o que se vê e se lê através do seu comportamento.
 
Mais grave ainda foi que ficámos a saber que António Costa também mente. Outro que tal? Mais um deliberado mentiroso? Foi o que demonstrou em 5 de outubro quando reporteres o questionaram das razões de as comemorações acontecerem dentro de um edificio em modo escondido e reservado. Costa respondeu que não. Que até havia ali pessoas do povo a assistir… Havia, realmente, uns quantos. Duas dezenas?
 
Referiram-lhe que as ruas estavam fechadas ao público. Costa respondeu que não, que a cerimónia era pública e só por poupança fora decidido realizar-se entre paredes e não no exterior e publicamente como acontece há mais de cem anos. Ao dizer que não Costa mentiu deliberadamente. As ruas limitrofes efetivamente estavam fechadas. Foi testemunhado e confirmado por todas os orgãos de comunicação social. Deixaram passar alguns portugueses a conta-gotas só para compôr a trapaça. Era para evitar vaias… Não as evitaram, porque duas mulheres representaram os milhões de portugueses e manifestaram explicitamente e a seu modo o que deve ser interpretado como a revolta, a indignação, dos que só por não terem acesso à Praça do Municipio não fizeram ouvir as suas vozes. E vem agora Cavaco (ainda hoje ao El País) declarar que os políticos devem ouvir a voz do povo. Dito por quem foge do povo sempre que pode e se fecha em Belém é, no minimo, deplorável. Deplorável é igualmente ficarmos a saber que afinal António Costa também mente quase por nada e só para tentar ocultar o que era mais que evidente: que fugiram como ratos de esgoto para dentro de um edificio exatamente para não ouvirem a voz do povo, as vaias, as vozes de sofrimento e revolta mais que justificada. António Costa revelou não perceber que no melhor pano caiu a nódoa e que ele é outro que tal? Portugal já não suporta mais impostos, mais desonestidades, nem mais políticos de pechisbeque.
 
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1 comentário:

Anónimo disse...



O BILDERBERG TEM TODOS ESSES POLÍTICOS NA MÃO!

O António Costa é um dos Presidentes da Câmara que se rendeu ao BILDERBERG, o outro é o da Câmara do Porto!

Qualquer dessas opções estão na esteira do que interessa a Francisco Pinto Balsemão, à diminuta oligarquia portuguesa e sobretudo à NATO e aos grandes detentores do capital na Europa e nos Estados Unidos!

Apostar num deles é perpetuar o ciclo vicioso em que Portugal está enredado!

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