A greve geral
ocorrida ontem em Portugal, a par de Espanha e de outros países europeus, foi a
maior de sempre. Aquilo a que a CGTP e os portugueses (central sindical
promotora) podem considerar um sucesso. Mas o sucesso, a expressiva manifestação
de repúdio pelas políticas arrasadoras do governo de Cavaco-Passos-Portas,
ficaram ensombradas pela violência que uma dúzia de energumenos contra a polícia
que tomou posição ao fundo das escadarias do Palácio de São Bento, o parlamento.
Pelos atos
violentos e persistentes dessa meia-dúzia o que sobressaiu para aqueles que
quiseram assumir-se como detratores do sucesso da greve geral e das manifestações
que desembocaram em São
Bento caiu como sopa no mel. Valha ao ministro da Admnistração
Interna, Miguel Macedo, ter deixado bem notado que não se devia confundir a
CGTP, nem a greve geral, com os lamentáveis incidentes provocados por “profissionais
da violência”. Mas só isso não chegou.
Pelo estrangeiro e
em Portugal o que saiu preponderantemente nos notíciários foi a violência. Foi,
principalmente, os efeitos da carga policial. O resto, o importante acabou
abafado pelas tristes imagens e narrativas que mostraram um país a ferro e
fogo, quando tal não corresponde à verdade.
A polícia esteve a
ser violentamente agredida durante mais de uma hora. Disciplinada e paciente
esperou que a tal dúzia de energumenos parasse. Depois, depois sim, avisou com
a devida antecedência que ia proceder a uma carga policial para “limpar” o
local. E fê-lo com toda a legitimidade. Posteriormente, em ações policiais de
captura, decerto que houve inocentes que sofreram na pele procedimentos menos
próprios de uns quantos agentes menos profissionais e cidadãos mas… até eles têm
direito a dizer Basta. Esperemos que tudo de lamentavel que ocorreu não se
repita. (Redação PG)
O dia da greve ao
minuto - 48 feridos nos confrontos frente ao Parlamento
Expresso (texto
parcial)
Pelo menos 48
pessoas foram feridas nos confrontos frente ao Parlamento, segundo o balanço
provisório da PSP. Os últimos a serem detidos já se encontravam no Cais do
Sodré. Alguns feridos estão em
S. José. O ministro da Administração Interna já se
pronunciou. (Veja as imagens captadas pelos fotojornalistas do Expresso)
21h27 - PSP diz que
os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes frente à
Assembleia da República resultaram em 48 feridos e sete detenções pelo crime de
desobediência. Desse total, cinco pessoas foram detidas junto à AR e outras
duas nas imediações. Dos 48 feridos ligeiros, 21 são elementos da PSP e 27 são
manifestantes. De entre os elementos da PSP feridos dois necessitaram de
tratamento hospitalar e 17 manifestantes.
20h28 - Lisboa - O
ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, garantiu que os confrontos
resgistados, ao fim da tarde, frente à Assembleia da República, nada tiveram
que ver com a manifestação da CGTP, neste dia de greve geral.
"Os confrontos
registados ficaram a dever-se ao comportamento de meia dúzia de profissionais
da desordem", declarou Miguel Macedo.
O ministro elogiou
ainda a atuação da Polícia de Segurança Pública
"Deixo uma
palavra de saudação às forças de segurança pelo profissionalismo e seriedade
que revelaram quando se tornou inevitável intervir", concluiu.
20h22 - Hospital de
S. José - mais de dezena de feridos, entre os quais um polícia, aguardam no
banco de urgência tratamento.
19h33 - Cais do Sodré - Polícia detém 15 pessoas na estação de comboios.
19h29 - Avenida 24
de Julho - manifestantes dispersam, vindos da avenida D. Carlos I.
18h55 - Avenida D. Carlos I - manifestantes, com a polícia atrás, vandalizam a
agência da Caixa Geral de Depósitos situada no final da avenida.
18h48 - S. Bento -
reforços da polícia descem a avenida D. Carlos I para obrigar os manifestantes
a recuar.
18h45 - Duas ambulâncias junto à entrada principal do Parlamento recolhem
feridos para evacuação, alguns detidos. Três jornalistas ficaram feridos.
18h16 S. Bento - Confrontos entre manifestantes e polícia. Há duas horas que o
clima estava muito tenso. Manifestantes atiraram pedras aos polícias que
estavam na escadaria durantre cerca de 45 minutos
18h14 Garcia Pereira
está com um grupo de amigos que combinam, "vamos lançar uma palavra de
ordem", e começam a gritar "assassinos".
17h26 -
Manifestantes arrancam pedras da calçada para atirar aos polícias.
17h26 - Grafitaram
o escudo de um polícia com a palavra "Povo". O agente retirou-se e o
escudo desapareceu.
17h07 - S. Bento -
Manifestantes atiram garrafas, balões com água e tinta. Polícia desce a
escadaria. O dirigente sindical dos estivadres apelou para que estes recusassem
e não participassem na confusão.
17h00 - S. Bento -
Derrube de barreiras por elementos marginais à CGTP e aos estivadores.
Manifestantes mais jovens, vestidos de preto, alguns com capuzes, caras tapadas
com cachecol, outros com máscaras.
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