Em Angola, a
Assembleia Nacional aprovou o orçamento interno estimado em mais de 250 milhões
de euros. Os deputados não discutiram a suposta compra de viaturas de luxo
(foto), tema estampado na imprensa privada.
Apesar de não ter
sido uma questão debatida na sessão extraordinária desta quinta-feira (8.11), a
compra de viaturas protocolares de luxo de marca Jaguar para os 220 deputados
da Assembleia Nacional acabou por ser um ponto abordado à margem dos trabalhos.
A polémica
O assunto foi
levantado há três semanas, pelo semanário Novo Jornal, que anunciou a
existência de viaturas de marca Jaguar no porto de Luanda que supostamente
seriam distribuídos aos parlamentares.
Segundo o Novo
Jornal, o Jaguar estaria a ser comprado por 250 mil euros. Alguns dias depois,
vários comentários de políticos da oposição e de membros da sociedade civil
fizeram ouvir-se.
Nesta quinta-feira,
a porta-voz da Assembleia Nacional, a deputada Emília Carlota Dias, fez questão
de dizer que tudo não passa de uma grande mentira.
"A gente tem
estado a acompanhar esse tema. Isso tudo não passa de um boato. Alguém tentou,
se calhar, fazer alguma simulação para, talvez, pressionar o presidente da
Assembleia Nacional. Nossa linha de carros protocolares sempre foi a BMW."
A negação
O maior partido da
oposição angolana, a UNITA (União Nacional para a Independência Total de
Angola), também considera infundada a notícia da compra de viaturas de luxo,
mas o seu presidente de bancada, Raúl Danda, afirma que caso o fato viesse a
ser confirmado, votaria contra.
O presidente da
bancada do partido maioritário, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de
Angola), Virgílio de Fontes Pereira alinha no mesmo diapasão: "A nossa
posição é de que não há nenhuma credibilidade nessa notícia que veio a público.
Em momento algum, esta questão da compra de viaturas Jaguar foi decidida pelo
plenário da Assembleia Nacional."
Mas a UNITA tem
outras ideias em relação à compra de viaturas protocolares. "Isso será
discutido quando tratarmos do próximo orçamento da Assembleia Nacional. O
Ministério dos Transportes não poderia fazer esta importação? Será que não se
pode fazer um concurso público para a aquisição de viaturas, bens e serviços? Isto
é que vale no sentido da transparência", explica o presidente da bancada
parlamentar, Raúl Danda.
Autor: António
Carlos Moura (Luanda) - Edição: Bettina Riffel / António Rocha
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