Secretário-geral da
Fretilin diz à ONU que reabilitação da polícia timorense foi feita de forma
errada
Díli, 05 nov (Lusa)
- O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin, oposição), Mari Alkatiri, disse hoje que a reabilitação da Polícia
Nacional foi feita de forma errada e que a filosofia de atuação daquela força
vai ter que mudar.
"Nos últimos
cinco anos pouco se fez no sentido de reforço institucional da nossa polícia.
Pouco se fez, o que se fez foi uma tentativa de reabilitar uma instituição que
trazia consigo uma carga negativa muito grande por causa da crise de 2006",
afirmou Mari Alkatiri.
O líder da oposição
timorense falava à agência Lusa após se ter reunido com uma missão do Conselho
de Segurança da ONU que se encontra em Díli a fazer uma avaliação da situação
no país.
Questionado pela
Lusa sobre o que falou com a missão do Conselho de Segurança da ONU, Mari
Alkatiri explicou que falou sobre a reabilitação da Polícia Nacional de
Timor-Leste (PNTL), que considerou ter sido reabilitada de "forma
errada".
"Sem critério
e sem capacidade de castigar aqueles que deviam ter sido castigados, de se
livrarem deles, de os sanear. Não houve saneamento na polícia", na
sequência da crise política e militar de 2006, que provocou a implosão da
polícia timorense, afirmou.
Para Mari Alkatiri,
a reabilitação foi feita de forma errada em termos políticos e institucionais e
o que "se verifica agora é que há uma indisciplina generalizada dentro da
polícia".
Questionado pela
Lusa sobre o que é preciso fazer para reabilitar a polícia, o secretário-geral
da Fretilin defendeu que em primeiro lugar é preciso capacitar a administração
da polícia a todos os níveis, incluindo o logístico.
Em segundo lugar,
Mari Alkatiri considerou que é preciso profissionalizar aquela força de
segurança, o que passa por nunca a utilizar para fins político-partidários e
para intimidar.
"A polícia
deve ser uma instituição que atua no sentido de ganhar a confiança da população
e não de meter medo à população, porque a polícia só pode ser eficaz se tiver o
apoio e a compreensão da população", defendeu.
Para Mari Alkatiri,
a "filosofia" de atuação tem de mudar, porque a polícia é a
"instituição que mais lida com a população e deve ter a confiança da
população".
"Deve servir
para proteger os direitos dos cidadãos e não o contrário, ser usada pelo poder
político para negar esses mesmos direitos aos cidadãos", acrescentou.
Outros assuntos
abordados por Mari Alkatiri com a missão do Conselho de Segurança da ONU foram
os setores da justiça e da governação.
Para o líder
partidário, a justiça "sofre bastantes interferências do poder político,
particularmente os tribunais".
A missão do
Conselho de Segurança da ONU que se encontra em Díli deve ser a última antes do
final da Missão Integrada das Nações Unidas para Timor-Leste, que termina a 31
de dezembro.
MSE // VM.
Fretilin pede a
timorenses para continuarem a lutar pela democracia após saída da ONU
Díli, 05 nov (Lusa)
-- O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin, oposição), Mari Alkatiri, pediu hoje aos timorenses para mostrarem
uma cidadania consciente e continuarem a lutar pela consolidação da democracia,
independentemente do final da missão da ONU, em dezembro.
"Mostremos a
nossa parte de cidadania consciente. Fizemos uma luta de 24 anos para sermos
nós próprios a governar o país sem coabitações, nem casamentos
contranatura", afirmou à agência Lusa Mari Alkatiri.
O secretário-geral
da Fretilin falava à Lusa no final de um encontro com uma missão do Conselho de
Segurança da ONU que se encontra em Díli para fazer uma análise sobre a
situação no país.
A visita dos
elementos do Conselho de Segurança da ONU deve ser a última antes do final da
Missão Integrada das Nações Unidas (UNMIT) no país, previsto para 31 de
dezembro.
Para Mari Alkatiri,
com o final da UNMIT os timorenses devem continuar, "agora mais do que
nunca", a lutar para a consolidação da democracia e do Estado de Direito.
"Nós não
lutamos para consumirmos melhor, na base do dinheiro do petróleo, lutamos para
nos sentirmos livres dentro do nosso próprio país", salientou.
Nas declarações à
Lusa, o secretário-geral da Fretilin disse também que o partido vai continuar a
"viabilizar o Estado", salientando que foi por isso que lutou durante
24 anos.
"Nós vamos
continuar com esta postura", afirmou.
A Fretilin, maior
partido timorense, é a única formação partidária com assento parlamentar na
oposição.
Os restantes
partidos com representação parlamentar -- Conselho Nacional da Reconstrução de
Timor-Leste (CNRT), Frente Mudança e Partido Democrático -- fazem parte da
atual coligação governamental, liderada por Xanana Gusmão, que tomou posse no
passado mês de agosto.
MSE // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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2 comentários:
Caro Mari Alkatiri,
Dentro do comité central da Fretilin, existe muito lixo e Vossa Exª. não tem capacidade para limpar esse lixo.
Porque não saneia e limpa a sua casa primeiro?
Beijinhos da Querida Lucrécia
Bravo querida Lucrécia gostei do teu comentário.Ao Senhor Alkatiri só tenho a dizer:"A si primeiro se engana quem outros quer enganar.
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