Polícia identifica
o jovem Adam Lanza, de 20 anos, como autor do crime. Ele matou 20 crianças,
seis adultos – entre eles a própria mãe – e depois se matou. Norte-americanos
voltam a debater lei de controle de armas.
O presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, pediu solidariedade aos norte-americanos para com
os moradores da comunidade de Newtown, no estado de Connecticut, após o ataque
a uma escola que deixou pelo menos 27 mortos na última sexta-feira (14/12). Em
seu discurso semanal transmitido pelo rádio e na internet, Obama defendeu
"ações significativas para evitar mais tragédias como esta", mas não
chegou a falar em leis mais rígidas para o controle de armas no país.
"Nossos
corações estão partidos", afirmou Obama, enxugando lágrimas em um
pronunciamento pela televisão. O presidente lembrou outros ataques violentos no
país, como o que ocorreu em um cinema no estado do Colorado, em julho deste
ano, e contra um templo em Wisconsin, em agosto – tragédias que deixaram os
norte-americanos igualmente consternados.
Os moradores de
Newtown, cidade localizada a 130 km de Nova York, acordaram neste sábado
(15/12) ainda em estado de choque, procurando respostas para o que aconteceu. O
ataque na escola Sandy Hook, de ensino fundamental, ocorreu quando os alunos –
entre 5 e 10 anos de idade – entravam nas salas de aula para iniciarem as
atividades da manhã. De acordo com a polícia, houve tiroteio em duas salas. Testemunhas
disseram ter ouvido dezenas de tiros.
Tiros contra
crianças
O responsável pelo
atentado, identificado como Adam Lanza, de 20 anos, abriu fogo na manhã de
sexta-feira contra adultos e crianças. Ele matou 26 pessoas – 20 crianças e
seis adultos – e depois atirou contra si mesmo. Uma das vítimas foi a própria
mãe do atirador, Nancy Lanza. Entre os mortos estavam ainda o diretor e um
psicólogo da escola. Segundo informações do jornal The New York Times, Adam
usou duas pistolas automáticas. A polícia, de acordo com o jornal, encontrou
ainda um fuzil no local dos crimes.
As pessoas que
conheciam Adam o descreveram como um jovem "brilhante, mas retraído".
Antigos colegas do rapaz comentaram que ele se vestia de maneira mais formal do
que os outros estudantes. "A mãe dele o pressionava bastante para que ele
fosse mais inteligente e se dedicasse bastante à escola", disse Tim
Arnone, 20.
Autoridades
acreditam que Adam pudesse sofrer de algum distúrbio de personalidade. Ele era
ex-aluno da escola Sandy Hook.
Armas em debate
O número de mortos
na tragédia em Sandy Hook
superou o registrado em um dos atentados em escolas mais conhecidos nos Estados
Unidos, o de Columbine, em 1999. Na época, dois adolescentes mataram 13
pessoas, entre estudantes e funcionários, e depois se mataram.
O tiroteio
reacendeu o debate em torno do controle da venda de armas nos Estados Unidos,
país com tradição em armas de fogo e um forte lobby das empresas fabricantes, o
que desanima políticos a tomarem medidas mais incisivas com relação ao controle
de pistolas e rifles.
MSB/rtr/dpa/ap - Revisão:
Soraia Vilela
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