sábado, 12 de janeiro de 2013

ESTUDANTES SÃO-TOMENSES EM CUBA GRITAM POR SOCORRO




Téla Nón (st)

Talvez não existam palavras para descrever o nível tão extremo da insatisfação das nossas necessidades mais básicas e o aumento da frustração entretanto, enquanto nos resta força, pedimos socorro. Não só como forma de clamar pelos nossos direitos, mas sobretudo porque não sabemos até quando aguentaremos sobrevivente.

ESTUDANTES SANTOMENSES EM CUBA, DESCONTENTES COM A MODALIDADE DE PAGAMENTO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, FACE A UM ANO DO ESTIPENDIO EM ATRAZO

Exmos. Senhores:

Dirigentes, Pais e Encarregados de Educação, antes de mais recebam os nossos melhores comprimentos, e votos de boas entradas.

Estimados, esta é mais uma carta que nós os estudantes de Santa Clara, em representação dos estudantes Universitários Santomenses em Cuba, enviamos para os órgãos de soberania, comunicação social e toda a sociedade civil em geral, para vos dar a conhecer a triste e lamentável situação em que vivemos actualmente na República Socialista de Cuba.

Talvez não existam palavras para descrever o nível tão extremo da insatisfação das nossas necessidades mais básicas e o aumento da fustração entretanto, enquanto nos resta força, pedimos socorro. Não só como forma de clamar pelos nossos direitos, mas sobretudo porque não sabemos até quando aguentaremos sobriviver em tais condições, estamos cientes de que as condições económicas do nosso país não são as melhores e que ante tal situação todos devemos sacrificar. Mas sem fruta-pão, safu, matabala, mandioca, jaca, búsio de mato etc, este sacrificio pode ser fatal. É até certo ponto è incomodo estarmos sempre a bater na mesma tecla e de forma pública, dada a situação de calamidade que encontramos. Já não temos e nem sabemos até que ponto os nossos debis corpo vão aguentar os apertões dos cintos imposta de forma visivel e desuhumano pelos senhores dirigentes da nossa patria querida pois, as necessidades vão mais para lá do nosso sacrificio e esforço humano.

Lhes informamos que, antes da caida do ultimo governo, nòs enviamos uma carta aberta alertando ao anterior Governo na altura sobre a nossa triste situação, do atraso já mencionado.

Analizando, a relação necessidade/felicidade é muito relativa, tanto é que para João, levantar e saber que tem sabão para banhar, pasta dental para escovar os dentes e talvez um pão para comer ele já estaria feliz; Maria, talvez se pudesse passar a quadra festiva de Pascúa, Natal e Ano Novo comendo maxipombó ou peixe coelho com os seus familiares estaria feliz (…), enquanto que Pedro contentaria simplesmente com saber que poderia comprar um sumo na referida quadra festiva. Preferimos esquecer o sonho do Alberto e da Ana porque eles pensam em ter um computador, viajar e divertir (algo também normal).

Entretanto, a nossa luz vermelha consiste em vos informar que neste momento estamos pior que João ou seja, levantar e não ter sabão para banhar e roupa limpa para vestir, pasta dental e talvez um pão para comer é muito incerto, e não esquecendo de outros produtos necessários para satisfação da higiene pessoal.

Tendo em conta esta metáfora  voltamos a dar-vos a conhecer detalhadamente mais uma vez a situação em que vivemos hoje nesta ilha, informando-lhes que:

Há estudantes que dependem 100% deste estipendio, para compra de artigos básicos.
Existem estudantes que não têm um centavo para se quer pagarem um autocarro para dirigirem as suas faculdades.

Estudantes que com problemas de saúde  necessitam de seguir uma dieta alimentícia rigorosa e que esta a passar fome estrema, devido este atraso.

Estudantes que ja terminaram e necessitam de uma intervenção do governo junto a Embaixada de Portugal em Cuba para os trâmites de regresso e porem as suas contas em dias com terceiros (pagos de renda de casa).

Agora perguntamos:

Crêem que  é normal um estudante viver um ano sem estipendio num país onde não se pode trabalhar nem inventar?

Isto só acontece em São Tomé e Príncipe, um país como nosso.

Nesta ordens de ideias, apresentamos o nosso descontentamento total face a injustiça na modalidade de pagamento do Ministério  atendendo o abandono do governo face a nossa pessoa. Pais e encarregados de educação, o termo injustiça outrora abordado é devido a que è do nosso conhecimento que pagaram um grupo de estudantes (filhos de papai ) antes do natal e fim do ano enquanto que uma maioria continua no esquecimento.

Voltamos a perguntar:

Crêem que é justo?

Será que este governo priva pelos direitos iguais, aplicando esta modalidade ?

São milhares de questões pendentes, e como aprendemos que as roupas sujas se deve lavar em casa, por isso que não estendemos mas as nossas suplicas.

Pedimos, em nome da lei que protege os estudantes, o pago dos subsídios em atraso nos próximos dias, mesmo sabendo que o país esta nas situações que se encontra, para que depois não digam na praça pública que “os estudantes de Cuba são rebeldes”, pois se o somos, é com a nossa grande razão (isto porque muitos de vos, passaram natal e o ano novo em grande).

E nós quê?

Esperamos a vossa boa atenção e que nos próximos dias, tenham a amabilidade de fazer algo em função destas tais situações correntes.

Terminamos esta mesma, esperando que tenham a consciência do que realmente esta passando com os filhos dos outros, que supostamente, não seria do vosso agrado caso fosse os vossos filhos nestas condições.

Em nome de todos, nossas saudações.

Os subscritores:

Samnio Lima.
Yuri Sebastião.
Davidson Narciso.
Onezio da Mata.

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