segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ministro do Interior angolano quer "respostas firmes" no combate à imigração ilegal...




... e criminalidade violenta

EL – PJA - Lusa

Luanda, 14 jan (Lusa) - O combate à imigração ilegal e à criminalidade violenta exigem novas estratégias de combate e "respostas firmes" de repressão e prevenção, afirmou hoje em Luanda o ministro do Interior.

"A tranquilidade que as cifras criminais transmitem contrasta com a violência e o recurso a armas de fogo com que são cometidos alguns crimes. Os registos sobre imigração ilegal e suas consequências, são fatores que recomendam que repensemos nos nossos métodos de atuação", disse Ângelo Veiga Tavares, que intervinha no Conselho Consultivo Alargado Extraordinário do seu Ministério.

Citado pela agência Angop, o governante acrescentou que o Ministério do Interior vai prestar "particular atenção aos crimes cometidos com recurso a armas de fogo e os de natureza sexual, a fragilidade dos sistemas de proteção e controlo das fronteiras, assim como a obtenção ilegal de vistos de trabalho".

A formação de quadros e a existência de "infraestruturas condignas e meios técnicos" são outras questões levantadas por Ângelo Veiga Tavares.

"Deveremos sem paternalismo, amiguismo ou compadrios, colocar a pessoa certa no lugar certo, respeitar o princípio da competência e acreditar na juventude", frisou.

Ângelo Tavares referiu-se ainda à necessidade de se respeitarem os prazos legais para entrega de documentos oficiais, nomeadamente passaportes e vistos, cartas de condução e livretes.

No caso do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), o governante destacou a orientação dada para que, no processo de concessão ou prorrogação de vistos, se deixe de receber os passaportes dos requerentes, como sucedia até agora.

A questão da imigração ilegal tem recorrentemente vindo a ser salientada pelas autoridades angolanas como motivo de preocupação de ordem interna.

Na passada semana, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti, disse a Lusa que Angola vai insistir com os países vizinhos para que aumentem os controlos internos, ajudando assim a conter aquele fenómeno.

"O que temos estado a conversar é fazer com que não haja esta facilitação de acesso ao território angolano", acrescentou.

O problema aumenta, torna-se "mais difícil", nas palavras do ministro angolano, quando os imigrantes ilegais escolhem as zonas de garimpo de diamantes, junto à fronteira com a RDCongo.

"É uma problemática com a qual vamos ter ainda de lidar nos próximos tempos", reconheceu.

Dados a que a agência Lusa teve acesso demonstram que de janeiro a novembro de 2012 foram registados 2.175 casos de violação de fronteira, que resultaram na detenção de 11.325 cidadãos de várias nacionalidades.

Nas violações da fronteira terrestre, a maior parte (8.982) dos detidos têm nacionalidade da RD Congo, seguidos de malianos (141) e congoleses (134).

Nas violações da fronteira marítima, foram detidos 686 cidadãos, e a maioria (375) tem nacionalidade da República da Guiné, vindo a seguir 136 da RDCongo e 33 da Guiné-Bissau.

Mais recentemente, no período entre os dias 20 de dezembro e 05 deste mês, foram detidos 222 imigrantes ilegais, sendo 220 congoleses democráticos.

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