sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Portugal: Cavaco Silva confirma Orçamento com normas inconstitucionais




RTP

Cavaco Silva tem a certeza de que algumas normas constantes no Orçamento do Estado para 2013 são inconstitucionais. É o que se pode ler no documento de 29 páginas que o Presidente da República enviou ao Tribunal Constitucional e a que o jornal Sol teve acesso. O Chefe de Estado encontra inconstitucionalidades no corte das pensões e ainda na desigualdade entre funcionários públicos e privados.

As críticas que Cavaco Silva lançou ao Orçamento do Estado na sua mensagem ao país são agora confirmadas pelo documento em que pede a sua fiscalização ao Tribunal Constitucional.

Bastante duro, o Presidente da República não poupa críticas ao Orçamento do Estado, principalmente no que se refere às medidas que afetam as pensões, afirmando no texto que “há normas que enfermam de inconstitucionalidades”.

Cavaco Silva destaca principalmente os cortes de rendimentos, caso do subsídios de férias e sobretaxa de solidariedade para reformados e pensionistas, que diz serem um “imposto de classe” ilegítimo face à lei fundamental.

No documento enviado ao Tribunal Constitucional, o Chefe de Estado alerta que o corte de um subsídio na Administração pública é algo que a Constituição não autoriza por serem discriminações “assentes na divisão dos cidadãos em diferentes categorias sociais e profissionais”. Daí que Cavaco Silva qualifique os cortes como impostos escondidos.

No pedido de fiscalização, Cavaco Silva mostra maiores certezas quando se refere a normas inconstitucionais, ao abordar a “suspensão de 90 por cento do subsídio de férias”, que diz integrar “o conceito material de tributação fiscal sobre o rendimento pessoal dos reformados” em que estes “são discriminados negativamente”.

Nos seus argumentos o Presidente da República sai ainda em defesa das pensões mais altas por estas estarem a ser alvo de um “agravamento fiscal profundamente desigual e até exorbitante”.

O Presidente explica que quem vive da reforma até deveria, caso fosse possível, ser beneficiado porque “não podem progredir em nenhuma carreira” e porque “não podem em muitos casos acumular a pensão com rendimentos de trabalho”. Ainda porque têm “um argumento crescente com encargos no domínio da saúde”.

Cavaco Silva tem também oportunidade de argumentar contra as palavras de Passos Coelho, quando este disse publicamente que os reformados auferem reformas superiores ao seu esforço contributivo.

“As pensões recebidas de instâncias públicas tiveram, como contrapartida, as contribuições que os mesmos e as entidades empregadoras efetuaram para a Segurança Social”, sublinha.

Opinião PG: Este péssimo PR que a história de Portugal conheceu e muito terá para relatar de negativo futuramente, aprova e promulga diplomas inconstitucionais em vez de os vetar, contariamente ao seu dever e juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição, e vem depois com falinhas de insuportável hipocrisia e sacanagem pretender que esqueçamos quão negativo e tortuoso (péssimo) tem sido o desempenho deste comprovado oportunista da política das últimas décadas, que há custa dela e dos portugueses tem enriquecido desmesuradamente através de processos dúbios - para muitos portugueses mais atentos.

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