Ana Sá Lopes –
Jornal i
65% dos inquiridos
dão nota inferior a 7 ao governo. Rio, Costa e Louçã melhores que os líderes
dos seus partidos
No barómetro i/Pitagórica
de Dezembro – o trabalho de campo foi feito entre 13 e 18 de Dezembro, ao
contrário do que indicava a ficha técnica que, por lapso, saiu na edição de
ontem –, a avaliação que os inquiridos fazem ao governo é ainda mais negra do que
nos meses anteriores. Em Outubro, depois da crise da TSU e da manifestação de
15 de Setembro, o governo tinha uma média de 6; agora, essa média cai para 5,5.
Desafiados a
classificar o governo segundo uma escala de 0 a 20 pontos, 65% dos inquiridos
atribui uma pontuação igual ou inferior a 7. Apenas 10,1% admite dar uma nota
ao governo superior a 14. A pontuação intermédia – entre 8 e 13 pontos – é
escolhida por 24,8%. As avaliações mais baixas partiram de mulheres e de
inquiridos com 55 anos ou mais, provenientes de uma classe social baixa e que
nas últimas eleições votaram à esquerda. A sondagem revela que apenas um em
cada dez inquiridos dá uma classificação claramente positiva ao governo.
Passos Coelho –
assim como António José Seguro e a dupla João Semedo-Catarina Martins nos
respectivos partidos – não é visto pela maioria dos inquiridos como o melhor
líder para o PSD. Em Dezembro, 32% dos inquiridos achavam que Rui Rio seria o
melhor líder para o PSD neste momento – no mês passado eram 36% os que defendiam
a transferência do presidente da Câmara Municipal do Porto para a liderança do
PSD, e no barómetro de Outubro 30%. No campeonato de melhor líder do PSD,
Passos Coelho surge em terceiro lugar, com 12,7%, uma média baixa, mas
ligeiramente melhor que as obtidas nos últimos dois barómetros: 12,4% em
Novembro e 11% em Outubro. Melhor que a de Passos Coelho é a classificação de
Manuela Ferreira Leite: 18,6% dos inquiridos consideram que a ex-presidente do
PSD seria a melhor líder neste momento, uma percentagem que tem vindo a
aumentar. Em Outubro, Ferreira Leite tinha 15,4% das preferências, e em
Novembro 17,6%. Paulo Rangel, que se candidatou às últimas eleições internas do
PSD, obtém 8,3% das preferências, mais do que nos últimos dois barómetros –
6,4% em Outubro e 6,7% em Novembro.
Segundo 41,2% dos
inquiridos, o melhor líder para o PS seria António Costa, que mantém a primeira
posição, mas cai face ao mês anterior, quando 48,5% dos inquiridos o defendiam
como melhor líder. A seguir vem António José Seguro, com 21,9%. O actual
secretário-geral socialista sobe relativamente aos barómetros anteriores: em
Novembro só 17,2% dos inquiridos o consideravam o melhor líder para o PS, e em
Outubro 18,8%. Em terceiro vem Francisco Assis (11%), e Sócrates continua nos
mínimos e a descer. Em Dezembro, só 3,8% o referem como melhor líder para o PS.
Só Paulo Portas e
Jerónimo de Sousa são considerados “melhores líderes” dos respectivos partidos.
Portas é referido por 39,4% e Jerónimo de Sousa por 46,8%. Os números dois são,
no CDS, Nuno Melo (15,3%), e no PCP Bernardino Soares (11,1%).
A nova liderança do
Bloco de Esquerda ainda não se impôs, segundo os dados do barómetro. Há ainda
mais inquiridos (37,8%) do que no barómetro de Dezembro (32,7%) a defender
Francisco Louçã como melhor líder para o Bloco. A seguir vem a deputada Ana
Drago, com 13,1%. Surpresa é o facto de Catarina Martins – até aqui muito menos
conhecida da opinião pública que João Semedo – ultrapassar em opiniões
positivas o outro coordenador. Regista neste barómetro 8,4%, descendo
ligeiramente face a Novembro, mas João Semedo sofre uma queda grande. Depois de
ter atingido os 10,2% em Novembro, recua agora para os 4,2%.
Ficha técnica
Estudo de opinião
realizada pela Pitagórica – Investigação e Estudos de Mercado SA, para o Jornal
i , entre 13 e 18 de dezembro de 2012. Foram realizadas entrevistas
telefónicas- CATI por entrevistadores seleccionados e supervisionados, com o
objectivo de conhecer a opinião sobre questões políticas e socais da
actualidade nacional.
O universo é
constituído por indivíduos de ambos os sexos, com 18 ou mais anos de idade e
recenseados em Portugal com telefone fixo ou móvel.
Foram validadas 511
entrevistas correspondendo a 79,22% das tentativas realizadas. Foi utilizada
uma amostragem por quotas de sexo, idade e distrito: (homens- 236; mulheres –
275; 18-34 anos: 150; 35-54 anos: 188 e 55 ou mais anos:173; Norte: 177; Centro
122; Lisboa: 129; Alentejo: 37; Algarve: 20 e Ilhas: 26).
A geração dos
números móveis a contactar foi aleatória e a dos números fixos seleccionada
aleatoriamente por distrito nas listas telefónicas. Em ambos os casos o
entrevistado foi seleccionado de acordo com as quotas estipuladas
No caso da intenção
de voto os indecisos foram distribuídos de forma proporcional
O erro máximo da
amostra é de 4,42%, para um grau de probabilidade de 95,5%. Um exemplar deste
estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação
Social.
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