sábado, 27 de abril de 2013

Congresso PS: CAVACO E GOVERNO AO SERVIÇO DA “SUBMISSÃO E EMPOBRECIMENTO”





Zorrinho acusa Cavaco e Governo de empobrecer o país

Diário de Notícias - Lusa

O líder parlamentar do PS acusou hoje Cavaco Silva e a maioria de serem "um mesmo bloco ao serviço das políticas de submissão e empobrecimento" e defendeu que o partido deve liderar "um novo rumo" para o país.

O presidente da bancada socialista, Carlos Zorrinho, que discursava durante o XIX Congresso do PS, criticou novamente a intervenção do Presidente da República na sessão solene do 25 de Abril e acusou-o de ser juntamente com o PSD e o CDS "um mesmo bloco ao serviço das políticas de submissão e empobrecimento que são impostos".

"Se o Presidente da República dividiu em vez de unir, nós temos de dar o exemplo contrário, temos de unir em vez de dividir, esse exemplo deve emergir de dentro de nós, é isso que está a acontecer e a colocar tão nervosos os nossos adversários", sustentou.

Neste contexto, Zorrinho salientou que "os portugueses têm quem os defenda" e apontou o PS como "o reduto da esperança, da mudança, da ambição, da modernidade":

"Os portugueses sabem disso e esperam muito de nós, é porque sabem disso que os portugueses nos atribuem mais responsabilidade quando o país vive momentos de crise, que não criamos e somos sempre chamados a resolver", declarou.

Antes, o antigo secretário-geral da UGT João Proença defendeu que o país precisa urgentemente de "uma aposta no emprego, nas qualificações e na melhoria das condições de vida".

Proença considerou que deve ser feita uma "mutualização de parte da dívida portuguesa" e que o PS quer "mais tempo mas não quer mais dinheiro".

"O PS é o partido da democracia, da liberdade e da igualdade, do progresso económico e social, deve ser capaz de devolver a esperança aos portugueses, exige-se uma clara mudança de políticas porque estamos fartos desta austeridade, precisamos de crescimento e emprego, de políticas viradas para o investimento produtivo", vincou.

Por outro lado, o socialista Eduardo Cabrita considerou que o PS deve bater-se por "um consenso em torno da renegociação do memorando e um acordo de estabilização da economia pelo menos até ao final da década", ao nível fiscal mas também na política de rendimentos e preços.

"O PS deve ser a resposta e a voz dos que dizem basta, o PS tem de ser o partido que, como no passado, lidera o desafio das reformas", referiu, apontando como prioritárias as reformas da justiça, do sistema eleitoral ou da regionalização.

O deputado socialista advogou que o partido deve abrir-se à sociedade com "propostas como as primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro" e realizar "um profundo estudo".

Neste contexto, Cabrita deixou um apelo à pluralidade de opiniões no PS nesta "transformação da relação com a sociedade como mobilizador", afirmando que o partido tem de "ouvir tanto o Luís Amado como o Pedro Nuno Santos".

Costa diz que há mais Europa para além da troika e de Merkel

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje que há mais Europa para além da "troika" e mais Alemanha para além de Merkel e defendeu a renegociação do memorando para evitar a morte do devedor.

Este segundo dia do XIX Congresso Nacional do PS foi aberto por uma intervenção do presidente do Parlamento Europeu e dirigente social-democrata germânico, Martin Schulz.

Um discurso que serviu depois ao dirigente socialista António Costa para tentar demonstrar a tese de que se impõe a renegociação do memorando da "troika" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) e que há uma alternativa para Portugal no contexto europeu.

"Ouvimos aqui hoje o nosso camarada Martin Schulz. Há mais Europa para além da 'troika', há mais Alemanha para além de Merkel", disse, recebendo palmas dos congressistas socialistas, numa alusão crítica à atuação da chanceler germânica Ângela Merkel.

No plano europeu, António Costa afirmou que "Portugal não pode capitular na defesa do interesse dos outros" e, pelo contrário, tem de bater-se pela imprescindível renegociação do memorando, alegando que nenhuma das metas propostas foi atingida.

A seguir, Costa argumentou que essa renegociação não só é necessária, como também é muito possível.

"Nenhum credor quer a morte do devedor. Qualquer credor quer que o devedor esteja de boa saúde e produza o rendimento suficiente para sobreviver e para ter o excedente necessário para pagar o que deve", advogou.

Num discurso de caráter programático, o presidente da Câmara de Lisboa defendeu a estabilização da economia, através da recuperação do setor da construção com um plano de reabilitação urbana e através da dinamização do mercado interno com medidas como o aumento do salário mínimo e a redução do IVA da restauração.

António Costa advertiu neste contexto que Portugal tem de negociar e aplicar de forma diferente o próximo programa de fundos comunitários.

Os fundos comunitários, de acordo com a sua conceção, têm de servir de base de investimento e para atacar os problemas estruturais que "minam" a competitividade da economia portuguesa.

Nesse sentido, propôs duas frentes territoriais: uma do litoral com capacidade competitiva no mercado transatlântico, e uma zona fronteiriça com vocação para o mercado ibérico.

"Nesse mercado ibérico, nós não somos interior mas sim centrais, porque estamos no centro do mercado da Península Ibérica. Não há nada mais inteligente do que mobilizarmos os fundos comunitários para um grande programa de empreendedorismo e de empregabilidade, sobretudo dirigida à geração mais qualificada em Portugal", advogou.

Outra ideia apresentada por António Costa relacionou-se com a celebração "de um grande acordo estratégico de concertação", capaz de resolver os impasses políticos (reforma do sistema político), estabilizar o quadro fiscal e assegurar a sustentabilidade do Estado social.

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