JSD (FP) VM - Lusa
Cidade da Praia, 23
abr (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou hoje que as acusações
de envolvimento de Cabo Verde na captura de Bubo Na Tchuto e de tráfico de
armas para Casamansa (Senegal) feiras pelo Governo de transição guineense não
são credíveis.
"Não estamos a
brincar aos Governos e não comento declarações desta natureza. Não faço nenhum
comentário a declarações desta envergadura e desvalorizo-as completamente. Não
tem nenhum significado e nenhuma credibilidade para o Governo de Cabo
Verde", disse José Maria Neves.
"Não comento
as declarações de governantes da Guiné-Bissau em relação a essas matérias.
Desvalorizo-as completamente", insistiu o chefe do executivo
cabo-verdiano.
Na segunda-feira, o
porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, afirmou que
"agentes cabo-verdianos" das forças de segurança participaram, a 04
deste mês, na operação secreta norte-americana que levou à detenção do ex-chefe
do Estado-Maior da Armada (CEMA) guineense Bubo Na Tchuto.
Fernando Vaz
acrescentou que as operações decorreram em águas territoriais guineenses e não em
internacionais e exigiu um esclarecimento cabal sobre as circunstâncias da
detenção de Bubo Na Tchuto.
O porta-voz do
Governo de transição guineense sublinhou que Bissau não pretende caucionar
"este ou qualquer outro caso de polícia", sublinhando ter ficado
surpreendido com "mais este insólito e provocatório comportamento" do
Governo cabo-verdiano, acusando-o de ter "dois pesos e duas medidas"
no combate à criminalidade na sub-região.
A este propósito,
Fernando Vaz acrescentou que Cabo Verde foi "cúmplice" na passagem
por solo cabo-verdiano de armas e medicamentos destinados ao Movimento das
Forças Democráticas de Casamansa (MFDC, que luta pela secessão da província do
sul do Senegal e fronteira à Guiné-Bissau), e que o Governo de transição tem
provas.
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