Diário de Notícias
- Lusa
Os guardas
prisionais iniciaram às 00:00 de hoje uma greve por causa do "corte"
nas negociações do estatuto profissional, afetando as visitas dos reclusos e o
transporte para os tribunais.
A greve, convocada
pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), vai decorrer em
dois períodos. O primeiro iniciou-se às 00:00 e termina a 30 de abril, enquanto
o segundo vai decorrer entre 06
a 11 de maio.
Em declarações à
agência Lusa, o presidente do SNCGP, Jorge Alves, afirmou que a visita aos
reclusos e o seu transporte aos tribunais para diligências são os serviços
afetados pela greve.
Jorge Alves
adiantou que os guardas prisionais vão assegurar a abertura das celas para
alimentação, assistência médica, medicamentosa e assistência religiosa, além
dos transportes ao tribunal para situações que coloquem em causa a liberdade do
recluso. Na origem da greve estão as negociações com o Governo do estatuto
profissional dos guardas prisionais.
Jorge Alves
explicou que a Secretaria de Estado da Administração Pública provocou, na
última reunião, "um corte nas negociações ao ignorar" as conversações
que o sindicato estava a ter com o Ministério da Justiça há mais de um ano.
O sindicalista
adiantou que a Secretaria de Estado da Administração Pública "querer
iniciar só para depois do verão a negociação do estatuto profissional",
documento que considera ser "um dos mais importantes para a carreira dos
guardas prisionais" e que já não é revisto desde 2001. Jorge Alves
destacou a necessidade de revisão das carreiras, numa altura em que a
criminalidade e o tráfico de droga aumentam nas prisões.
Numa nota, a
Direção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP) refere que vão
registar-se "alguns constrangimentos" devido à greve, nomeadamente
visita a reclusos, atividades de formação e trabalho e diligências a tribunais
para julgamentos, destacando quais os serviços que vão ser assegurados.
A DGRSP lamenta os
prejuízos e espera contar com a "compreensão de todos" para que o
período de greve "decorra com tranquilidade".
Na semana passada,
a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, admitiu o diálogo com os guardas
prisionais, mas vincou que "não há processo negocial sob ameaça de
greve".
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