sábado, 27 de abril de 2013

Portugal: PEDRO SILVA PEREIRA ACUSA GOVERNO DE “ENCENAR DIÁLOGO”




Expresso - Lusa

Dirigente socialista critica Passos Coelho por marcar uma conferência de imprensa no dia da abertura do congresso do PS e não partilhar as medidas do documento de estratégia orçamental.


O socialista Pedro Silva Pereira criticou hoje o Governo por marcar uma conferência de imprensa para a abertura do congresso do PS e disse que isso "não é próprio de quem quer consensos", mas "encenar um diálogo".


"Quando o primeiro-ministro, no dia da abertura do congresso do PS, convoca uma conferência de imprensa à mesma hora discurso de abertura do secretário-geral para fazer acusações ao PS isso não é próprio de quem quer um consenso", afirmou o antigo ministro da Presidência dos dois governos liderados por José Sócrates.

O dirigente do PS falava aos jornalistas à chegada ao XIX Congresso do PS, no Europarque, em Santa Maria da Feira, a propósito da conferência de imprensa de sexta-feira do Governo, onde a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou que os contratos financeiros de alto risco feitos por empresas públicas foram feitos durante o anterior Governo do PS, liderado por José Sócrates.

Para Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência desse executivo, essas são "acusações graves dirigidas ao PS" e "isso não é próprio de quem quer realmente um consenso".

O deputado do PS afirmou também que as posições do primeiro-ministro revelam que não há vontade de alcançar consensos com os socialistas e criticou o executivo PSD/CDS-PP por não partilhar documentos essenciais no plano orçamental.

Primeiro-ministro omite documento de estratégia orçamental 

"Quando [o primeiro-ministro] escreve uma carta para uma discussão na próxima semana e continua a não partilhar com o PS o documento de estratégia orçamental que se prepara para aprovar na terça-feira de manhã, isso não é próprio de quem quer um consenso", assinalou.

Para Silva Pereira, é preciso "perceber realmente o que está a acontecer e até que ponto é genuína esta vontade de consenso".

"O primeiro-ministro escreveu já anteriormente ao secretário-geral do PS dizendo que queria discutir com ele alguns aspetos importantes da governação com uma condição, que não fosse renegociado o memorando e as metas orçamentais, ora, excluindo a proposta central do PS para travar as políticas de austeridade, é evidente que o Governo está a dizer ao mesmo tempo que quer falar mas não quer consenso", disse.

O ex-ministro socialista frisou que o PS se mantém disponível para dialogar com o Governo, mas não para "que se crie uma encenação de um diálogo e de um consenso que realmente não corresponde à realidade".

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