Expresso - Lusa
Dirigente
socialista critica Passos Coelho por marcar uma conferência de imprensa no dia
da abertura do congresso do PS e não partilhar as medidas do documento de
estratégia orçamental.
O socialista Pedro Silva Pereira criticou hoje o Governo por marcar uma
conferência de imprensa para a abertura do congresso do PS e disse que isso
"não é próprio de quem quer consensos", mas "encenar um
diálogo".
"Quando o
primeiro-ministro, no dia da abertura do congresso do PS, convoca uma
conferência de imprensa à mesma hora discurso de abertura do secretário-geral
para fazer acusações ao PS isso não é próprio de quem quer um consenso",
afirmou o antigo ministro da Presidência dos dois governos liderados por José
Sócrates.
O dirigente do PS
falava aos jornalistas à chegada ao XIX Congresso do PS, no Europarque, em
Santa Maria da Feira, a propósito da conferência de imprensa de sexta-feira do
Governo, onde a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque,
afirmou que os contratos financeiros de alto risco feitos por empresas públicas
foram feitos durante o anterior Governo do PS, liderado por José Sócrates.
Para Pedro Silva
Pereira, ministro da Presidência desse executivo, essas são "acusações graves
dirigidas ao PS" e "isso não é próprio de quem quer realmente um
consenso".
O deputado do PS
afirmou também que as posições do primeiro-ministro revelam que não há vontade
de alcançar consensos com os socialistas e criticou o executivo PSD/CDS-PP por
não partilhar documentos essenciais no plano orçamental.
Primeiro-ministro
omite documento de estratégia orçamental
"Quando [o
primeiro-ministro] escreve uma carta para uma discussão na próxima semana e
continua a não partilhar com o PS o documento de estratégia orçamental que se
prepara para aprovar na terça-feira de manhã, isso não é próprio de quem quer
um consenso", assinalou.
Para Silva Pereira,
é preciso "perceber realmente o que está a acontecer e até que ponto é
genuína esta vontade de consenso".
"O
primeiro-ministro escreveu já anteriormente ao secretário-geral do PS dizendo
que queria discutir com ele alguns aspetos importantes da governação com uma
condição, que não fosse renegociado o memorando e as metas orçamentais, ora,
excluindo a proposta central do PS para travar as políticas de austeridade, é
evidente que o Governo está a dizer ao mesmo tempo que quer falar mas não quer
consenso", disse.
O ex-ministro
socialista frisou que o PS se mantém disponível para dialogar com o Governo,
mas não para "que se crie uma encenação de um diálogo e de um consenso que
realmente não corresponde à realidade".
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