Ana Tomás – Jornal i
Comentador diz que
lentidão na revisão da meta do défice e na reforma do IRC se deve ao peso do
ministro das Finanças no governo
Marcelo Rebelo de
Sousa criticou hoje a lentidão do governo na aplicação de medidas como a
revisão da meta défice de 4% para 4,5% do PIB e a taxa de IRC, atribuindo essa
demora ao “peso de Vítor Gaspar”.
"Tanto num
caso como noutro é que é sempre tarde. É tudo com um atraso de seis ou 12
meses”, afirmou o professor, no seu comentário semanal na TVI.
Segundo Marcelo
Rebelo de Sousa esta lentidão na aplicação de determinadas medidas “explica-se
pelo peso e pela política” do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, no governo.
Estes atrasos,
considerou o comentador, fazem com nem as empresas nem as pessoas consigam
planear a sua vida, obrigando o executivo, mais tarde, a rever e a rectificar
as medidas porque os portugueses não conseguiram preparar-se para elas. O
professor deu como exemplo a reforma do IRC, em que o atraso na sua aprovação -
“o grande obstáculo era Vítor Gaspar”, sublinhou – levou a que a reforma fosse
aceite, anunciada e colocada em vigor em praticamente um mês.
“Com este governo
nós vivemos às pinguinhas”, afirmou, apesar de continuar a rejeitar o cenário
de eleições antecipadas. Além de ser contra e de concordar com a posição de
Cavaco Silva nessa matéria, Marcelo disse acreditar que antes de 30 de Junho
não haverá eleições antecipadas e que Passos Coelho vai manter o seu mandato
até ao fim.
Comentando a entrevista que António Passos Coelho, pai do primeiro-ministro,
deu ao i esta semana, na qual aconselhava o filho a demitir-se e onde
confessava que o chefe do executivo “estaria morto por se ver livre disto”,
Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que Pedro Passos Coelho provavelmente pensará
assim, mas que se vai manter no cargo até ao final.
Para o comentador,
o primeiro-ministro “vai querer cumprir o mandato até ao fim, mas deve ter
pensado isso”, sobretudo, nas situações de maior fricção com Paulo Portas,
quando houve o chumbo do Tribunal Constitucional ou quando as previsões
económicas saem erradas.
Nas próximas
eleições, caso Pedro Passos Coelho não se queira recandidatar ou o PSD escolha
outra pessoa para o lugar, Marcelo Rebelo de Sousa antevê cinco ou seis
personalidades que possam substituir o actual primeiro-ministro no partido,
entre elas Rui Rio e Paulo Rangel.
O comentador
avisou, porém, que independentemente de quem vá para o governo depois das próximas
eleições problemas vão manter-se.
"O problema do
pós-troika é que seja quem for o governo vai ter muitos dos problemas que
existem hoje, com a necessidade de ir buscar dinheiro lá fora e evitar que ele
custe muito mais caro do que custa agora”, concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário